A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou para o horário eleitoral uma entrevista de 2000 em que Jair Bolsonaro (PL) afirma que discutiu a possibilidade de aborto com a ex-mulher.
Na peça, um apresentador diz que o presidente é "mentiroso", para depois mostrar uma declaração dele dizendo "eu sou contra o aborto".
"Mas, numa entrevista, ele já defendeu o aborto de um dos seus filhos. Bolsonaro já defendeu aborto como escolha do casa e disse que quis abortar Renan", afirma o locutor da propaganda.
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A declaração citada foi dada em 2000, em uma entrevista à revista Isto É. Bolsonaro afirmou que o aborto tinha "que ser uma decisão do casal".
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Lula tem investido em temas de costumes na campanha do segundo turno, contra-atacando em temas em que o bolsonarismo tradicionalmente domina.
A campanha do ex-presidente gravou um vídeo em que se diz "a favor da vida" e contra o aborto. "Não só eu sou contra o aborto, como todas as mulheres que eu casei são contra o aborto", afirma o petista.
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A campanha de Lula fez anúncios pontuais para que o vídeo seja exibido no YouTube.
O aborto é permitido no Brasil apenas em três hipóteses, segundo a legislação: quando a gravidez é resultante de um estupro, quando há risco de morte para a mulher causado pela gravidez ou se o feto for anencéfalo (má formação no cérebro).
No início do ano, uma declaração de Lula durante debate da Fundação Perseu Abramo, do PT, foi usada por adversários para dizer que ele era favorável ao aborto. O petista afirmou que o procedimento é um problema de saúde pública.
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"Mulheres pobres morrem tentando abortar, enquanto madames vão para Paris", afirmou. Depois, o ex-presidente se explicou e disse que não era a favor do procedimento.
"Sou contra o aborto, tenho 5 filhos, 8 netos e uma bisneta. O que disse é que é preciso transformar essa questão do aborto em questão de saúde pública, ou seja, que as pessoas pobres que forem vítimas de um aborto tenham condições de se tratar na rede pública de saúde", disse.
O "Beabá da Política"