O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, senador Omar Aziz (PSD-AM) perdeu a paciência com o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. Durante depoimento à comissão nesta quarta-feira (7/7), Aziz acusou Roberto Dias de ter mentido e omitido informações e por fim deu voz de prisão.
“Ele vai ser detido agora pelo Brasil, pelas vítimas sequeladas. Ele está preso e, se eu estiver errado, posso ser processado. Ele recorre na Justiça, mas ele está preso e a sessão está encerrada. Podem levar!”, disse o presidente ao finalizar a sessão.
Veja:
Reveja o momento da #CPIdaCOVID em que Omar Aziz decreta a prisão de Roberto Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde
— Estado de Minas (@em_com) July 7, 2021
Durante o depoimento, Aziz acusou Roberto Dias de ter mentido e ter omitido informações à comissão.
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Em seguida, Aziz elevou o tom de voz e disse que o ex-funcionário do Ministério da Saúde estava 'brincando de negociar vacina'. “Não aceito que a CPI vire chacota. Temos 527 mil mortes e os caras brincando de negociar vacina?”, disse.
"Ele está preso por mentir, por pejúrio. Se eu estiver tendo abuso de autoridade, que a advogada dele ou qualquer outro senador me processe. Mas ele vai estar detido agora pelo Brasil, porque estamos aqui pelo Brasil, pelos que morreram, pelas vítimas hoje sequeladas. Não estamos aqui para brincar, ouvir historinha de servidor que pediu propina. Isso que está acontecendo não vai acontecer mais. E todo depoente que estiver aqui, que achar que pode brincar terá o mesmo destino dele. Ele que recorra na justiça, mas ele está preso", concluiu o presidente da CPI da Pandemia antes de encerrar a sessão.
O dia da CPI
O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias depõs, nesta quarta-feira (7/7), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado. Os parlamentares o questionaram sobre a suspeita de que ele teria pedido propina para autorizar a compra da vacina AstraZeneca pelo governo federal.
A denúncia foi feita pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos. Em depoimento à CPI, ele afirmou ter recebido um pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses do imunizante. Segundo Dominguetti, o ex-diretor de Logística teria cobrado US$ 1 por dose.
Roberto Dias assumiu o cargo público em 28 de janeiro de 2019. Sua nomeação foi assinada pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Em outubro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a indicar Dias para compor a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele foi exonerado da pasta logo depois das acusações de propina.
Os requerimentos para a convocação foram apresentados pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Otto Alencar (PSD-BA). Nos pedidos, os parlamentares querem esclarecer também o suposto envolvimento do ex-diretor em irregularidades também na compra do imunizante indiano Covaxin.
A CPI da COVID apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. A comissão foi instalada em 27 de abril deste ano.