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Estado de Minas CONGRESSO

Aziz sobre CPI da COVID: 'Não dá para dar em pizza mais de 400 mil mortes'

Presidente da comissão que vai investigar ações do governo durante a pandemia, Osmar Aziz, respondeu fala de governistas de a CPI 'não vai dar em nada'


01/05/2021 12:30 - atualizado 01/05/2021 13:11

Osmar Aziz: ''A CPI não vai dar em pizza''(foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Osmar Aziz: ''A CPI não vai dar em pizza'' (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O presidente da CPI da COVID no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu neste sábado (1/5) as falas de parlamentares governistas de que a comissão "não vai dar em nada".

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) usou a expressão nesta semana em conversa com empresários. Já o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem dito a apoiadores que não está preocupado com a investigação. "A CPI não vai dar em pizza. Não dá para dar em pizza mais de 400 mil mortes", enfatizou Aziz.


Para o presidente da CPI da pandemia, a tentativa do governo de barrar os trabalhos da investigação é um erro estratégico. "Quanto mais rápido a gente apurar, mais rápido essa pauta sai da televisão e dos jornais. Essa CPI está na nossa casa. Todo mundo perdeu alguém na pandemia, não é algo abstrato. A COVID não vai acabar com a CPI, o vírus vai continuar contaminando", avaliou, em entrevista à CNN Brasil.

O senador reforçou que o colegiado tem como principal foco apurar a demora do governo na aquisição de vacinas contra o novo coronavírus. Segundo ele, os ex-ministros da Saúde no governo de Jair Bolsonaro asseguraram que haveria vacinas em quantidade e no momento certo, o que não ocorreu.

"O objeto principal da CPI é a falta da vacina, por que não entramos nos consórcios, por que a gente não assinou com a Pfizer no tempo certo. Nós teríamos hoje uma quantidade muito grande de vacinas. O Brasil tem capacidade de vacinar até 3 milhões de pessoas por dia e aqui em Manaus a vacinação parou por falta de vacina", afirmou, na entrevista à CNN Brasil.

"Pelo andar da carruagem, vamos passar 2021 sem conseguirmos vacinar toda a população acima de 12 anos para termos uma imunização completa", acrescentou.

Ex-ministro convocados


Na última quinta-feira (29), em mais uma derrota para o governo, a CPI aprovou a convocação de ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, entre eles o general Eduardo Pazuello, e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, que devem ser ouvidos na semana que vem. Os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, também foram convocados.

"Com as convocações, teremos muitas respostas para as coisas que a população quer saber. Queremos fazer justiça, e não prejulgamento de ninguém", reiterou Aziz. "O presidente da Anvisa explicou o motivo de não aprovar a Sputnik somente após a convocação pela CPI", completou.

Para o senador, um dos motivos para a falta de vacinas foi a falha na interlocução do Ministério das Relações Exteriores com países amigos. "A China é o parceiro comercial que está fornecendo o IFA para produzirmos a Coronavac. E aí vemos atitudes contra o país que está nos fornecendo a vida, porque a vacina é vida. A CPI vai apurar isso", acrescentou, em referência a ataques de ministros do governo brasileiro ao regime chinês. "Tem muita gente que se diz de direita, mas nem sabe o que é isso", alfinetou.

Aziz mais uma vez criticou o estímulo ao uso da cloroquina - sem comprovação científica - no tratamento da doença. O senador disse ainda que a CPI também deverá abordar as sequelas deixadas pela covid-19 nos pacientes que já se recuperaram do vírus. "Temos hoje mais 2 milhões de sequelados, que o sistema de saúde não tem condições de atender. São problemas de rins, coronários e cerebrais. Também vamos tratar disso", concluiu.


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