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Estado de Minas

Pacheco critica falta de coordenação no combate à pandemia de COVID-19

Presidente do Senado se reuniu com prefeitos, que pediram apoio diplomático para adquirir vacina


02/04/2021 04:00 - atualizado 02/04/2021 07:14

(foto: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO)
(foto: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO)

"Não há nada pior num momento deste do que a desarticulação, a falta de coordenação. O Brasil revelou, infelizmente, a partir dessa falta de coordenação, algo que nós não podíamos ter feito. Era preciso ter coordenado desde o início todos os entes federados para poder enfrentar esta pandemia"

Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, criticou ontem a falta de organização no enfrentamento da COVID-19 no Brasil. Segundo ele, o país não fez coordenação necessária e "não há nada pior em um momento como esse do que a desarticulação". A declaração foi feita durante reunião virtual com o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), coordenado pela Frente Nacional dos Prefeitos para discutir a imunização contra a pandemia.

O grupo tem adesão de 1,8 mil municípios para compra coletiva de imunizantes, medicamentos e insumos de combate à doença. "Não há nada pior num momento desse do que a desarticulação, a falta de coordenação. O Brasil revelou, infelizmente, a partir dessa falta de coordenação, algo que nós não podíamos ter feito. Era preciso ter coordenado desde o início todos os entes federados para poder enfrentar esta pandemia", afirmou Pacheco.

 

Durante o encontro virtual, os prefeitos pediram apoio e mais agilidade na compra de vacinas, por meio de atuação diplomática do Senado, compra de excedentes de vacinas dos EUA e maior participação no comitê contra a COVID. Eles também manifestaram preocupação com a atuação da iniciativa privada na vacinação.

O presidente do Senado disse não ser contra, mas que ainda tem dúvida, principalmente, se a autorização prejudicaria o cronograma de entrega para o poder público.

“Ao se estabelecer essa regra, há risco de haver algum tipo de concorrência até desleal, porque a iniciativa privada, em razão do livre mercado, vai adquirir essas vacinas por um preço maior, preços mais altos, se isso não afetaria o cronograma de entrega para o poder público, essa é minha grande dúvida", afirmou o senador.

 

Segundo ele, "muitos disseram" que o comitê criado para lidar com a pandemia surgiu "com um ano de atraso", mas era "o que podia ser feito". "Obviamente, temos que reconhecer, o Brasil atrasou esse processo, atrasou esse cronograma. Nós estamos correndo atrás do tempo nesse governo. A instituição desse comitê, muitos disseram com um ano de atraso, mas, vamos dizer, o que nós antevemos, principalmente, quando assumi a presidência do Senado, é o que podia ser feito", afirmou.

 

O comitê, formado por governo e Congresso Nacional, foi criado na semana passada para discutir ações contra a pandemia. Pacheco informou aos prefeitos que pediu ao presidente Jair Bolsonaro para que pudesse ser o “coordenador geral de um grupo” para congregar ações no enfrentamento da pandemia, por isso foi criado um comitê nacional sobre a COVID. “Muito importante que o presidente da República desse o exemplo”, afirmou. Sobre a reunião, Pacheco disse que “a realidade do Brasil é que a opção feita, inclusive reconhecendo os méritos do estado de São Paulo, é a iniciativa de fabricar as vacinas no Brasil”.

 

Nova remessa distribuída peo governo será destinada para idosos de 65 a 79 anos em todo o país(foto: MAURO PIMENTEL/AFP - 31/3/21)
Nova remessa distribuída peo governo será destinada para idosos de 65 a 79 anos em todo o país (foto: MAURO PIMENTEL/AFP - 31/3/21)

 

Ministério distribui mais 9,1 milhões de doses

O Ministério da Saúde começou a distribuir ontem mais de 9,1 milhões de doses de vacinas contra a COVID aos 26 estados e ao Distrito Federal. Desse total, 8,4 milhões são da CoronaVac, liberadas pelo Instituto Butantan, e 728 mil da AstraZeneca/Oxford, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os dois imunizantes são fabricados no Brasil com matéria-prima importada. Essa é a maior distribuição de vacinas de uma única vez feita pelo Programa Nacional de Imunizações. Além dessas doses, está prevista a chegada, amanhã, de 2,1 milhões de vacinas da Fiocruz, totalizando mais de 11 milhões de doses.

 

De acordo com o 9º informe técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde, as doses serão destinadas para trabalhadores da saúde e para idosos de 65 a 79 anos. Também foi adiantada a vacinação de parte dos profissionais da força de segurança e salvamento e Forças Armadas que atuam na linha de frente de combate à pandemia.

 

Nesta leva, a vacina da AstraZeneca/Fiocruz será usada para aplicação da segunda dose em trabalhadores da saúde. Uma parte dos imunizantes do Butantan será destinado para primeira aplicação para o grupo prioritário das forças de segurança e salvamento e Forças Armadas e idosos entre 65 e 69 anos. A outra parcela deverá ser aplicada como segunda dose em trabalhadores da saúde e idosos entre 70 e 79 anos.

 

“A estratégia visa completar o esquema vacinal no tempo recomendado de cada imunizante e é revisada semanalmente em reuniões tripartites (governos federal, estaduais e municipais), observando as confirmações do cronograma de entregas por parte do Butantan e da Fiocruz, de forma a garantir a disponibilidade da segunda dose no intervalo máximo de quatro semanas e de 12 semanas, respectivamente”, detalhou o Ministério da Saúde.

 

Segundo o Ministério da Saúde, a campanha de vacinação, iniciada em 18 de janeiro, já destinou aos estados e ao Distrito Federal, contando com esse novo lote, mais de 43 milhões de doses de imunizantes, com um alcance de aproximadamente 24,4 milhões de brasileiros. Até o momento, mais de 18,5 milhões de doses já foram aplicadas. O andamento da vacinação no país pode ser acompanhado pela plataforma LocalizaSUS.

 

País já tem 4 mil mortes diárias

 

Bruna Lima

 

Brasília – Pelo terceiro dia consecutivo, o Brasil ultrapassou a marca de 3 mil mortes por COVID em 24 horas. Foram mais 3.769 mortes no balanço de ontem, totalizando 325.284 perdas desde o início da pandemia. Os números, no entanto, são ainda mais expressivos, já que há demora para conseguir inserir os novos dados no sistema.

Ao corrigir os atrasos, pesquisadores do Observatório Covid-19 BR, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indicam que o país já atingiu a marca de 4 mil perdas por dia e tem quase 350 mil óbitos pela doença. Para chegar aos números, o grupo utiliza o método nowcasting, ferramenta estatística que permite avaliar o que, de fato, está ocorrendo no momento pandêmico.

 

Mesmo sem considerar as correções, os números disponíveis no balanço oficial indicam uma nova crescente de casos e mortes, que deve levar o país a fechar mais uma semana epidemiológica com recorde de acumulados.

Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o Brasil ultrapassou 3 mil mortes na média móvel dos sete dias, de acordo com levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). São 3.117 fatalidades, na média. Em relação aos casos, a média móvel está em 74.239, um aumento de 32% em relação ao índice do primeiro dia de março.

 

Com sistema de saúde funcionando no limite da capacidade e filas crescentes à espera de um leito de UTI, não há previsão de melhora nas próximas três se- manas. "A curto prazo, esse número vai aumentar em razão das pessoas que estão internadas hoje e aquelas que aguardam nas filas por UTI", diz o pesquisador Leonardo Bastos, estatístico e membro do Observatório. Há a possibilidade de que o país atinja, em abril, a marca de 5 mil mortes por dia.

 

Para que o país possa reverter o cenário, a Fiocruz, por meio de uma cartela informativa especialmente preparada para o feriado de Páscoa, alerta: "A forma mais segura de celebrar a Páscoa é ficar em casa, apenas com as pessoas que moram com você. Nenhuma medida é capaz de impedir totalmente a transmissão da COVID-19".

 

Enquanto isso...
… AGU vai ao STF contra proibição de missas

 

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação pela suspensão de decretos que proíbem cultos, missas e atividades religiosas como forma de evitar a disseminação do coronavírus. A medida é baseada em ação que questiona decreto de São Paulo com esse conteúdo. O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes. O posicionamento da AGU é semelhante ao da Procuradoria-Geral da República (PGR), apresentado na quarta-feira ao Supremo. O parecer da AGU é assinado pelo novo ministro, André Mendonça, que assumiu o posto nesta semana no lugar de José Levi Mello do Amaral Júnior. "É possível afirmar, desde logo, que a restrição total de atividades religiosas, inclusive sem aglomeração de pessoas, nos moldes impugnados na petição inicial, não atende aos requisitos da proporcionalidade, na medida em que impacta de forma excessiva o direito à liberdade de religião, sem que demonstrada a correlação com os fins buscados e com desprezo de alternativas menos gravosas", afirma a AGU. 


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