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Estado de Minas SAÚDE PÚBLICA

Mandetta sobre Ministério da Saúde: 'O problema é de incompetência'

Ex-ministro teceu críticas à postura do atual chefe da pasta, um militar; para ele, Pazuello pensa ser o 'general-geral' da saúde


25/02/2021 14:00 - atualizado 25/02/2021 14:50

Questionado sobre as origens dos problemas da pasta, não titubeou ao cravar a 'incompetência' como motivo(foto: AFP / EVARISTO SA)
Questionado sobre as origens dos problemas da pasta, não titubeou ao cravar a 'incompetência' como motivo (foto: AFP / EVARISTO SA)
Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta não poupa palavras ao criticar a atual gestão da pasta. Ao Estado de Minas, ele garantiu que, se ainda estivesse no governo Jair Bolsonaro (sem partido) não teria o general Eduardo Pazuello, chefe do ministério desde maio, como um dos integrantes de sua equipe. Questionado sobre as origens dos problemas da pasta, não titubeou ao cravar a “incompetência” como motivo.
  
“(O problema) é de incompetência. Se eu estivesse no Ministério da Saúde, ele (Pazuello) não seria da minha equipe de trabalho. Ele não sabe trabalhar a saúde. Cada um no seu quadrado. Não sei pilotar avião; não adianta me colocar lá, pois terei a autocrítica de falar que, se eu pilotar, vou derrubar a aeronave e matar pessoas. Ele é de Exército. A logística dele é para comprar botinas e coldres, montar barracas. Ele quer matar o inimigo dele. E, no caso da saúde, não é assim. Ele não tem a competência para isso. É errado”, disparou, nessa quarta-feira (24/02).

Pazuello assumiu o posto em maio, como interino. Depois, foi efetivado pelo presidente. Tido como especialista em logística, acabou alçado a ministro após a passagem meteórica de Nelson Teich, antecessor, justamente, de Mandetta, que deixou a pasta após entrar em rota de colisão com Bolsonaro.

No último domingo (21), em entrevista a "O Globo", o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que Pazuello se comunica muito mal. O parlamentar chegou a afirmar que o atual ministro e Mandetta poderiam formar uma “dupla ideal”

“O ministro Pazuello se comunica muito mal. Eu costumo dizer que, se a gente tivesse o Mandetta comunicando e o Pazuello trabalhando, a gente tinha a dupla ideal. Quando você conversa com prefeitos e governadores, prefeitos de capitais, ninguém se queixa do Ministério da Saúde. Agora, se comunica muito mal. Para essa questão da vacina e do vírus, nós não temos uma receita de bolo. Você não pode ser condenado porque foi de um jeito ou de outro. Precisa trabalhar todo mundo junto”, sustentou Lira.

“Ele não é do ramo. Não sabe trabalhar a saúde. Está aprendendo — e falou que não conhecia o SUS”, completou Luiz Henrique Mandetta, à reportagem.

‘General-geral da saúde’

Mandetta crê que Pazuello encara os trabalhos no Ministério da Saúde por meio da lógica militarista. O ex-chefe da pasta reprova o pensamento.

“Ele acha que um secretário municipal de Saúde é uma espécie de cabo, que um secretário estadual é uma espécie de major e, ele, uma espécie de general-geral de saúde. E as pessoas não existem; são apenas massa. Não pode ser desse jeito. A pessoa está trazendo problemas muito grandes à vida das famílias brasileiras, com a nomeação e a concordância do presidente da República”.

A entrevista

O Estado de Minas publica, nesta quinta (25), trechos de entrevista exclusiva com Luiz Henrique Mandetta. A conversa ocorreu às vésperas do primeiro caso de COVID-19 no país, registrado em 26 de fevereiro do ano passado, completar um ano. À ocasião, ele era o ministro da Saúde. A íntegra vai ao ar nesta sexta (26), nas páginas impressas do jornal e na internet.


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