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Estado de Minas ELEIÇÃO NA CÂMARA

Deputado se diz surpreso ao receber 3 votos: 'Achei que teria apenas o meu'

Ferrenho defensor do auxílio emergencial, Janones pretende procurar o novo comandante da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para conversar sobre o assunto


02/02/2021 19:58 - atualizado 02/02/2021 20:17

O mineiro teceu fortes críticas aos concorrentes(foto: Ricardo Albertini/Divulgação )
O mineiro teceu fortes críticas aos concorrentes (foto: Ricardo Albertini/Divulgação )
Escolhido por três dos 513 parlamentares federais, André Janones (Avante-MG) terminou a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados na sexta posição. O aval dado por outros dois colegas, aliás, surpreendeu o congressista em primeiro mandato. “Achei que teria apenas o meu voto. Fiquei otimista em ter convencido dois colegas a ouvir suas bases. Acredito que esses votos tenham vindo de deputados ou deputadas que tenham ouvido de seu eleitorado para que me dessem um voto de confiança”, diz ao Estado de Minas.
 
Ferrenho defensor do auxílio emergencial, Janones pretende procurar o novo comandante da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para conversar sobre o assunto. No discurso de apresentação de sua candidatura, o mineiro teceu fortes críticas aos concorrentes. “A população não se sente representada por Arthur Lira ou Baleia Rossi (MDB-SP)”, sustenta. “Eles se colocaram como solução para os problemas de nós, deputados, e não para os problemas da sociedade”.

O senhor sabe os responsáveis pelos dois votos que recebeu?
 
Minha candidatura tinha claro objetivo de marcar posição e mostrar a insatisfação do eleitorado com os candidatos colocados. Fiz uma campanha para fora, e não para dentro do Parlamento. Não me dirigi a um deputado sequer para pedir voto. Fiz isso por meio do eleitorado. Concebo a democracia dessa forma: o deputado nada mais é que um representante do eleitor.
 
Pelas redes sociais, pedi ao povo que solicitassem, aos seus deputados, um voto de confiança. Por ter adotado esse modo de fazer campanha, não faço a mínima ideia de quem me concedeu esses votos. Confesso que me surpreendeu. Achei que teria apenas o meu voto. Fiquei otimista em ter convencido dois colegas a ouvir suas bases. Acredito que esses votos tenham vindo de deputados ou deputadas que tenham ouvido de seu eleitorado para que me dessem um voto de confiança.

O senhor é ferrenho defensor do auxílio emergencial, enquanto Arthur Lira defende que o benefício seja retomado com respeito ao teto de gastos. Pretende procurá-lo para debater o assunto?
 
Pretendo procurá-lo, mas também outros colegas. Tenho falado muito no auxílio nos últimos meses pois o Brasil fala no auxílio. É difícil falar em outro assunto quando você tem fome e não tem condições de suprir as necessidades básicas de casa.
 
O auxílio foi instituído para suprir as necessidades do povo durante a pandemia. Logo, ele só pode acabar quando a pandemia acabar. Já provei ‘N’ vezes que há onde buscar esses recursos. Estou aberto ao presidente Arthur Lira e vou buscar esse diálogo. Encaminhei as propostas a Bolsonaro e Paulo Guedes (ministro da Economia), mas elas foram ignoradas. Esperamos essa interlocução por meio da nova presidência.

O senhor disse, em seu discurso, que os principais candidatos à presidência da Câmara não tinham respaldo popular. Por quê?
 
Se você não perde o contato com os que te elegeram, consegue extrair esse sentimento da sociedade. A população não se sente representada por Arthur Lira ou Baleia Rossi. São candidaturas voltadas para dentro. Dentro de um fisiologismo que existe na Câmara, eles se colocaram como solução para os problemas de nós, deputados, e não para os problemas da sociedade.
 
Nos assuntos que foram prioridades da Câmara nos últimos dez anos, há poucas pautas vindas do povo. Lira, Baleia e muitos outros têm como objetivo agradar simplesmente os deputados, e não aproximar o eleitorado da Câmara.

O senhor disse que o povo clamou por um candidato à presidência da Câmara que tivesse linguagem popular. Depois, disse que Bolsonaro chegou ao Planalto falando a língua das massas. Lira, o vencedor, foi apoiado, justamente, pelo chefe do Executivo. Esse discurso não é contraditório?
 
Ali eu me referia ao Bolsonaro candidato à presidência, que não é o mesmo Bolsonaro que, hoje, está sentado na cadeira de presidente. O que quis dizer é que precisamos fazer com que o Parlamento se comunique de forma eficiente com a população.
 
A gente precisa de um presidente, na Câmara, que esteja em sintonia com o povo. Se a gente não fizer isso, vai dar espaço para que figuras como o atual presidente ascendam ao poder. Precisamos de um Parlamento que caminhe aliado à vontade popular. Não vejo essas características no Arthur Lira. Foi criada, em torno do Rodrigo Maia, a figura do vilão, pois a Câmara não se comunica com a população. Ficou fácil para o presidente jogar tudo nas costas dele.


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