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Estado de Minas GOVERNO

Bolsonaro fala em recriar ministérios após eleição no Congresso Nacional

Presidente faz campanha para eleger Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco no Senado.além


30/01/2021 04:00 - atualizado 30/01/2021 00:48

''Se tiver clima no Parlamento, pelo que tudo indica as duas pessoas que temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios'' - Jair Bolsonaro, presidente da República, em discurso na cerimônia dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs)(foto: Evaristo Sá/AFP - 7/1/21)
''Se tiver clima no Parlamento, pelo que tudo indica as duas pessoas que temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios'' - Jair Bolsonaro, presidente da República, em discurso na cerimônia dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) (foto: Evaristo Sá/AFP - 7/1/21)

Brasília – Depois de se eleger garantindo que não faria a tradicional política do toma lá dá cá e mais recentemente afirmar que não interferiria na eleição do Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro mudou radicalmente sua postura. Ele afirmou ontem que pretende recriar ministérios, como os da Pesca, do Esporte e da Cultura, se seus candidatos às presidências do Senado e da Câmara forem eleitos, o que implicar criação de cargos para aliados. A declaração foi feita durante cerimônia de planejamento dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), no Palácio do Planalto. O evento foi fechado à imprensa, não constava na agenda oficial, mas foi transmitido ao vivo pelo deputado Eduardo Bolsonaro pelas redes sociais. Segundo o chefe do Executivo, se ele tivesse sido eleito hoje, teria mantido tais ministérios.

"Eu queria que hoje eu tivesse sido eleito presidente, porque algumas coisas a mais eu faria, outras não faria. Por exemplo, eu tenho três secretários, Marcelo, que se eu soubesse do potencial de vocês, se eu tivesse mais conhecimento, com profundidade, da importância, seriam ministérios", destacou. O presidente então citou os nomes de Jorge Seif, Mario Frias e Marcelo Magalhães: "Um presente, Mario Frias, outro que está presente, Jorge Seif. É inacreditável o que ele está fazendo na pesca do Brasil. É só ver o que era e como está hoje em dia. Está em iminência de conseguir contrato com Paraguai de tilápia. E o terceiro aqui, Marcelo Magalhães, que conhecia já algum tempo, e, ao assumir, realmente mostrou para mim como é que devia ser tratado o esporte", completou.

Bolsonaro emendou que caso Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), seus aliados que concorrem aos pleitos na Câmara e no Senado e pelos quais tem "simpatia", sejam eleitos, poderá levar adiante o projeto de recriação das pastas. "Se tiver um clima no Parlamento, pelo que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios", declarou.

Ele se defendeu de eventuais críticas que possa sofrer e justificou que o Brasil é maior que a Europa ocidental. "Daqui a pouco vão falar: 'Quer criar ministério de novo'. (Olha) O tamanho do Brasil, só a Amazônia é maior que toda a Europa ocidental", argumentou.

Bolsonaro também disse que confiança é um dos principais critérios para escolha de seu time, além da intimidade de tomar uma cerveja ou uma tubaína. "Então, pessoal, acredito em vocês. Agradeço o apoio que tenho, a dedicação, a confiança. O primeiro critério para escolher quem vai estar do nosso lado é a confiança. É tomar cerveja, tubaína ou Guaraná Jesus com vocês", prosseguiu.

O chefe do Executivo sinalizou que poderá se candidatar à reeleição, apesar de ter negado a intenção em outras ocasiões. "Pouca gente resistiu a dois meses de ataque e nós estamos resistindo há dois anos. E eu só tenho um sentimento: que é entregar o Brasil em 2023 ou 27, não sei, melhor do que eu recebi, tá certo", concluiu.

Em junho do ano passado, Bolsonaro se contradisse a respeito da promessa de campanha de enxugar o número de ministérios do Executivo para apenas 15 pastas. Com a recriação do Ministério das Comunicações, o governo chegou ao patamar de 23 ministérios.

Como parte da manobra para garantir os pleitos das lideranças no Congresso, Bolsonaro exonerou no Diário Oficial da União (DOU) de ontem os ministros da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e da Agricultura, Pecuária e Pesca, Tereza Cristina. Com isso, os dois serão licenciados dos cargos no Executivo para que retornem à Câmara e reforcem o placar de votos em favor do líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto à presidência da Câmara. Nesse cenário, a influência da ministra da Agricultura no Salão Verde é um trunfo para o Palácio do Planalto. A eleição será realizada na segunda-feira.

EMENDAS PARLAMENTARES


A fim de garantir votos para os seus candidatos, o governo destinou R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras em seus redutos eleitorais, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. O dinheiro saiu do Ministério do Desenvolvimento Regional. A Secretaria de Governo, que o general Luiz Eduar Ramos comanda, virou uma espécie de "QG" das candidaturas dos governistas Arthur Lira (Progressistas-AL), que disputa o comando da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que concorre no Senado.

Além de verbas, o governo também oferece cargos a quem votar em Lira e Pacheco. Dos 221 deputados que já declararam apoio a Lira, 131 nomes estão na planilha do governo. Ao todo, 41 parlamentares estiveram pelo menos em uma reunião no Palácio do Planalto com o general Ramos desde dezembro, quando começaram as campanhas nas Casas. Na comparação com o placar da disputa no Senado, dos 33 votos declarados para Pacheco, 22 senadores aparecem na relação do governo. A planilha, informal e sem timbre, inclui repasses de recursos do Orçamento da União que não são rastreáveis por mecanismos públicos de transparência.

Como líder do Partido Progressista, por exemplo, Arthur Lira foi contemplado com R$ 109,5 milhões para distribuir a projetos indicados por seus colegas de partido. Ele repassou outros R$ 5 milhões para obras de pavimentação e drenagem de ruas no município de Barra de São Miguel (AL), onde seu pai, Benedito Lira, é prefeito. Procurado pela reportagem, o deputado não quis responder às perguntas relacionadas à planilha.

Enquanto isso...

...Procuradores querem denúncia contra residente


O ex-procurador-geral da República Claudio Lemes Fonteles e os ex-procuradores federais dos Direitos do Cidadão Deborah Duprat, Alvaro Augusto Ribeiro Costa e Wagner Gonçalves pediram ontem que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por causa de sua atuação no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. "Jair Bolsonaro sempre soube das consequências de suas condutas, mas resolveu correr o risco. O caso é de dolo, dolo eventual, e não culpa", afirma o grupo. Em documento de sete páginas, os integrantes do Ministério Público Federal apontam "inúmeras condutas do presidente da República reveladoras de sabotagens e subterfúgios de toda ordem para retardar ou mesmo frustrar o processo de vacinação no contexto da pandemia da COVID-19". A representação aumenta a pressão interna sobre Aras, que vem sendo cobrado por colegas para agir de forma mais assertiva na investigação da atuação de autoridades frente à pandemia.


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