
Aras afirmou que os fatos são "graves", mas que até o momento, "não existem provas", apenas informações publicadas na imprensa. “O fato em si narrado é grave, o que nós não temos são provas desses fatos. Nós não trabalhamos com narrativas. Nós trabalhamos com fatos e provas, por enquanto temos fatos transmitidos pela imprensa”, disse o procurador-geral ao ser questionado por jornalistas.
Ele afirmou que o Supremo tem entendimento de que denúncias feitas na imprensa não consistem em provas e que é necessário elementos que embasem a abertura de investigação formal. Mais de 50 parlamentares enviaram pedidos para que a PGR investigue o caso.
“Na verdade, nós recebemos somente ontem (segunda-feira) as representações do deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) e mais 50 deputados. Estas representações não trazem elementos materiais, trazem apenas notícias de jornal", disse o procurador.
O chefe do Ministério Público afirmou, contudo, que uma investigação será aberta para tratar do caso. “O MP vai ter de fazer a investigação. Vamos fazer perguntas aos órgãos competentes, ficamos à mercê dessas respostas. Sem os elementos ao menos indicados pela imprensa estaremos com dificuldade para fazer essas investigações, mas a imprensa contribuiria muito se fornecesse os elementos materiais”, completou Aras.
Prazo de 24 horas
A ministra Cármen Lúcia deu prazo de 24 horas para que a Abin e o GSI expliquem as denúncias. A determinação foi emitida em nome do ministro Augusto Heleno e do diretor-geral da Agência, Alexandre Ramagem. A produção de dois relatórios para auxiliar a defesa de Flávio foi revelada pela revista Época.
A publicação afirma que o setor de inteligência do governo orientou a abertura de uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República pelos advogados questionando suposta defesa, sem autorização da Justiça, nas contas pessoais do senador Flávio Bolsonaro. Além disso, teria orientado a demissão de auditores da Receita e servidores da Controladoria-Geral da União (AGU). De fato, pelo menos um servidor da Receita foi desligado, "a pedido".