Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2020

Assim como Bolsonaro, candidatos apoiados por Huck não decolam nas eleições

O apresentador Luciano Huck decidiu investir de vez na sua carreira política. Cotado para as eleições presidenciais de 2022, Huck fez doações para seis candidatos nas eleições municipais deste ano. O apresentador investiu cerca de R$ 45 mil, mas nenhum dos nomes se elegeu. 





A maioria deles se candidatou pelo Cidadania, legenda que almeja lançar a candidatura presidencial de Huck. Na semana passada, o apresentador esteve sob os holofotes depois de almoçar com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sèrgio Moro. Os dois pretendem formar uma chapa para a disputa de 2022.

Dos candidatos a vereador que receberam doações de Huck, quatro ficaram como suplentes: no Rio de Janeiro, Chris Aguiar (Cidadania), com 1.676 votos; Jorge Melo (Cidadania), com 3.591 votos; e Armed Rio (Cidadania), com 3.930 votos; e, em Volta Redonda (RJ), Raone Ferreira (PSB), com 1.409. Todos receberam R$ 5 mil do apresentador.

Léo Souza (Cidadania) foi candidato a vereador em Natal, no Rio Grande do Norte. Ele recebeu R$ 20 mil de Huck, mas, com 4.022 votos, não conseguiu ficam nem com a suplência.

Para a prefeitura, Huck apoiou apenas um candidato. Thiago Valério (Cidadania) ficou sem segundo lugar em Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Ele recebeu 15.247 votos. 



Nas eleições passadas, o apresentador doou R$ 285 mil para 14 candidatos.
 

Bolsonaro não alavanca 


Bruno Engler e Jair Bolsonaro (foto: Redes Sociais/Reprodução)
Os candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também não viram a ajuda política reverter em votos nas eleições deste domingo (15).

Dos 45 vereadores apoiados em 27 cidades, 10 se elegeram e 31 conseguiram apenas a suplência. 
 
Bolsonaro espalha discurso, mas vê candidatos fracassarem nas maiores cidades 

Em Belo Horizonte, no entanto, o nome indicado pelo presidente acabou surpreendendo nas urnas. Bruno Engler (PRTB) ficou em segundo lugar. 
 

A voz de Huck

Durante a pandemia do novo coronavírus, Huck vem fazendo várias críticas ao governo federal. Ele chegou a afirmar que o governo bolsonarista "sonega informações aos cidadãos e comete crime" e chamou o presidente de ineficiente e autoritário.





Com 13 milhões de seguidores no Twitter, Luciano Huck usa as redes sociais para debater política e conversar com os usuários. Em clima de eleições, o apresentador vem intensificando sua “futura campanha" no on-line.

Nos últimos meses, Huck se reuniu com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), políticos, pesquisadores e representantes de setores empresariais. 

O encontro mais recente, com o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, foi visto com ressalvas pelos conselheiros e articuladores do projeto eleitoral de Huck.

O apresentador se diz ser de “centro” e procura uma aliança que não extrapole os polos políticos.
 
 
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz

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