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Estado de Minas MEDICAMENTO CONTESTADO

Bolsonaro diz que hidroxicloroquina poderia ter evitado as 100 mil mortes por COVID-19

Presidente diz ser ''a prova viva'' de que o medicamento funciona, a despeito de não haver nenhuma comprovação científica da eficácia do remédio contra o novo coronavírus


13/08/2020 13:29 - atualizado 13/08/2020 13:43

Bolsonaro diz ser a 'prova viva' de que a hidroxicloroquina poderia ter salvado vidas contra a COVID-19(foto: Alan Santos/PR)
Bolsonaro diz ser a 'prova viva' de que a hidroxicloroquina poderia ter salvado vidas contra a COVID-19 (foto: Alan Santos/PR)
O presidente Jair Bolsonaro falou, nesta quinta-feira (13/8), pela primeira vez sobre a marca de mais de 100 mil mortos por COVID-19 no Brasil desde que o número foi atingido no último fim de semana. Contudo, em vez de se solidarizar com as famílias das 104.201 vítimas da pandemia no país até o momento, ele disse que todos os óbitos seriam evitados caso os pacientes tivessem se medicado com hidroxicloroquina desde o início do diagnóstico.

Mesmo reconhecendo que não nenhum estudo científico que comprove a eficácia da medicação contra a COVID-19, o presidente comentou que ele é a "prova viva" de que o remédio pode combater a enfermidade. Em julho, Bolsonaro contraiu o novo coronavírus e fez um tratamento à base da hidroxicloroquina. Ele recebeu o diagnóstico em 7 de julho e se disse curado da doença em 25 de julho.

A fala do presidente aconteceu durante cerimônia, em Belém (PA), que marcou a inauguração do Parque Urbano Belém Porto Futuro. “Destinamos a esse estado maravilhoso, mesmo sem comprovação científica, mais de 400 mil unidades de hidroxicloroquina para o tratamento precoce da população. Sou a prova viva que deu certo. Muitos médicos defendem esse tratamento e sabemos que mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil. Caso tivessem sido tratadas lá atrás, poderiam essas vidas terem sido evitadas. E mais ainda: aqueles que criticaram a hidroxicloroquina não apresentaram alternativa”, declarou Bolsonaro.

Crise sanitária

Durante o discurso, Bolsonaro também destacou que o governo federal destinou apenas para o Pará mais de R$ 2 bilhões para ações de combate ao novo coronavírus. Ele falou, ainda, sobre os prejuízos que a crise sanitária pode causar para a economia do Brasil no futuro.

“Desde o início eu já dizia: temos dois problemas pela frente. O vírus e o desemprego. E ambos devem ser tratados com a devida responsabilidade. Nessa esteira, o governo rolou dívidas, adiantou recursos, compensou perdas de ICMS e de ISS para estados e municípios, combatemos o desemprego. Sabemos que a vida não tem preço, mas o desemprego leva à depressão e leva também à doença e à morte”, frisou o chefe do Executivo.

Estudos

Apesar da fala do presidente, o país já registrou casos de pessoas que contraíram a COVID-19 e morreram mesmo depois de usarem hidroxicloroquina. Uma das vítimas foi o deputado estadual fluminense Gil Vianna (PSL-RJ), aliado de Bolsonaro, que morreu em maio. Um mês antes, o médico baiano Gilmar Calasans Lima também teve a vida interrompida em decorrência do novo coronavírus. Ele fazia um tratamento em que combinava a hidroxicloroquina com a azitromicina.

No mês passado, a maior pesquisa conduzida no Brasil sobre o uso da hidroxicloroquina para tratar a covid-19, feita pelo grupo Coalizão COVID-19 Brasil, mostrou que o medicamento é ineficaz em casos leves e moderados da doença. Além disso, o remédio não reduz a taxa de óbito e está ligado a maior risco de arritmia e lesão hepática.


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