(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas AMAZÔNIA

Pesquisadora do Inpe é exonerada após dado de devastação desmentir governo

Demissão de Lubia Vinhas foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13/7)


postado em 13/07/2020 16:17 / atualizado em 13/07/2020 16:45

Após recorde de alerta de desmatamentos na Amazônia, governo exonera coordenadora do Inpe (foto: Inpe/Divulgação)
Após recorde de alerta de desmatamentos na Amazônia, governo exonera coordenadora do Inpe (foto: Inpe/Divulgação)
 
Na semana seguinte à divulgação de dados de desmatamento da Amazônia que contrariam o discurso do governo de Jair Bolsonaro, feito a empresários e fundos de investimento internacionais que exigem medidas eficientes de preservação do meio ambiente, a pesquisadora responsável pelo trabalho de monitoramento do devastação florestal no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lubia Vinhas, foi exonerada nesta segunda-feira (13). 
 
A demissão de Lubia, coordenadora-geral de Observação da Terra do Inpe, departamento responsável pelos sistemas Deter e Prodes, que acompanham o desmatamento da Amazônia, foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13/7), assinada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Procurada pelo Blog, a pasta ainda não respondeu.

Na sexta-feira passada, o Inpe atualizou dados referentes ao desmatamento da Amazônia em junho, em ritmo crescente. Os alertas mostraram devastação de 1.034,4 km², 11% acima do mesmo mês de 2019. A exemplo do que fez no ano passado, quando demitiu o então presidente do Inpe Ricardo Galvão, o governo segue na linha de “matar o mensageiro” em vez de combater o desmatamento.

Para o secretário-geral do Observatório do Clima, Márcio Astrini, a demissão é preocupante. “Temos receio de que o governo comece a desmontar o Inpe, com a estratégia de colocar em dúvida a capacidade do órgão de gerar dados, para poder colocar em dúvida os dados gerados, que não agradam o governo. Esse governo, quando não gosta da verdade, tenta obstruí-la”, disse.

Astrini alertou que o Inpe é referência absoluta global em monitoramento de florestas. “Ninguém tem, no mundo, um sistema tão refinado quanto o do Inpe”, explicou. O OC vai continuar municiando o Congresso Nacional de informações para que os parlamentares possam cobrar do governo ações efetivas de combate. “Estamos processando o governo em várias áreas, mas é sempre muito difícil mandar fazer o que não quer”, ressaltou. “Queremos saber o motivo da demissão”, concluiu.

“Em face dos resultados negativos da política ambiental brasileira, que têm trazido impactos seríssimos para a floresta, seus povos, e também para a imagem e economia brasileira, tudo indica que, o governo decidiu, mais uma vez, por culpar o mensageiro. A demissão da pesquisadora do Inpe não surpreende, seguida de tantas outras demissões de servidores técnicos e competentes, nos dá novamente a entender que o governo é inimigo da verdade. Mas não será escondendo, passando uma maquiagem nos dados ou investindo em propaganda que o governo irá mudar a realidade. E isso acontece por uma razão bem simples: Bolsonaro não quer mudar os rumos da sua política, afinal, a destruição é o seu projeto do governo”, comentou Luiza Lima, porta-voz de Políticas Públicas do Greenpeace. 

“Mas nós iremos seguir mostrando a verdade, mesmo o governo tentando escondê-la. Hoje mesmo, junto com Observatório do Clima e ClimaInfo, o Greenpeace lança a atualização da Linha do Tempo Governo da Destruição”, acrescentou.

Na sexta-feira, 10, o órgão atualizou em seu site os dados referentes ao desmatamento da Amazônia em junho, apontando que o ritmo de alta se manteve, mesmo com uma ação de militares na região desde maio e com a pressão que vem sendo feita por investidores estrangeiros para que o governo controle o problema.

Alertas feitos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam a perda de 1.034,4 km² no mês de junho, alta de 10,65% em relação a junho do ano passado, quando os alertas apontaram desmate de 934,81 km². Em apenas um mês, foram derrubados na Amazônia o equivalente à área da cidade de Belém (Pará).

“Em face dos resultados negativos da política ambiental brasileira, que têm trazido impactos seríssimos para a floresta, seus povos, e também para a imagem e economia brasileira, tudo indica que, o governo decidiu, mais uma vez, por culpar o mensageiro. A demissão da pesquisadora do Inpe não surpreende, seguida de tantas outras demissões de servidores técnicos e competentes, nos dá novamente a entender que o governo é inimigo da verdade. Mas não será escondendo, passando uma maquiagem nos dados ou investindo em propaganda que o governo irá mudar a realidade. E isso acontece por uma razão bem simples: Bolsonaro não quer mudar os rumos da sua política, afinal, a destruição é o seu projeto do governo”, comenta Luiza Lima, porta-voz de Políticas Públicas do Greenpeace. 

Mas nós iremos seguir mostrando a verdade, mesmo o governo tentando escondê-la. Hoje mesmo, junto com Observatório do Clima e ClimaInfo, o Greenpeace lança a atualização da Linha do Tempo “Governo da Destruição”.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)