
“A mudança no Ministério da Justiça e Segurança Pública evidencia intervenção política no comando de instituições que, nos parâmetros da Constituição Federal, devem e não podem deixar de ter autonomia e independência, inclusive para investigar autoridades. Trata-se de algo muito grave, que fere ainda mais a credibilidade do governo e das instâncias que deveriam zelar pelo cumprimento das leis. Oportuno recordar o que diz a Doutrina social da Igreja: ‘No Estado de direito, a lei é soberana, e não a vontade dos homens”, afirma Dom Walmor.
A saída de Moro ocorreu após desavenças com o presidente Jair Bolsonaro. A principal delas, a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Maurício Leite Valeixo. Durante seu pronunciamento, o ex-ministro destacou o trabalho que fez dirigindo a pasta. Moro, relembrou que, ao aceitar o convite, em 2018, recebeu a garantia que teria “carta branca” para nomear seus auxiliares e autonomia total nas investigações da Polícia Federal.
Dom Walmor é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália). Atualmente, ele exerce a função de arcebispo de Belo Horizonte.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Murta
