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Estado de Minas POLÍTICA

'Não podemos deixar o povo morrer', diz presidente da AMM

Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Julvan Lacerda alerta que todos devemos seguir as orientações de autoridades sanitárias


postado em 27/03/2020 04:00 / atualizado em 27/03/2020 09:10

Presidente da AMM defende ação dos órgãos da saúde contra o coronavírus(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 26/11/19)
Presidente da AMM defende ação dos órgãos da saúde contra o coronavírus (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 26/11/19)
A pandemia do novo coronavírus já impacta e ainda vai forçar as autoridades a buscar soluções para questões econômicas e sociais. Em Minas Gerais, estado com 153 casos confirmados e outros 17.409 em investigação, não é diferente. Prefeitos e governador têm reuniões diárias para tratar da COVID-19, que já matou 77 pessoas no Brasil.

Presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Moema, cidade da Região Central, Julvan Lacerda (MDB) falou com exclusividade ao Estado de Minas sobre as orientações do grupo para com essa crise. Julvan Lacerda deixa claro que, ao contrário do que pensa o governo federal, por meio do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), é a favor das orientações dos órgãos de saúde em favor da situação econômica. Apesar disso, o presidente da AMM destaca que rodovias ainda não precisam ser bloqueadas, mas que cada cidade mineira age como convém em seu contexto.
 
Na última segunda-feira, após pronunciamento de Bolsonaro, o presidente da AMM criticou a postura do presidente: “Quando o mar está revolto, o que se espera é o comandante no leme. E isso não está acontecendo. Vimos perplexos um pronunciamento do presidente da República incoerente, destoante da realidade, orientando o povo, em horário nobre, a fazer o contrário do que a OMS recomenda, do que os países de Primeiro Mundo fazem, do que o próprio Ministério da Saúde está orientando. Não podemos deixar o povo morrer”. O prefeito de Moema também comentou a possibilidade de as eleições municipais deste ano serem adiadas devido à pandemia. Leia, abaixo, a entrevista com Julvan Lacerda

Qual está sendo a orientação da AMM aos municípios em meio à pandemia do novo coronavírus?
 
A orientação da associação é de que os municípios sigam as orientações da autoridade máxima sanitária do país, que é o Ministério da Saúde, e em consonância com o decreto estadual, devido ao estado de calamidade pública federal decretado. E, é claro, resguardando as condicionalidades locais, cada um tem as suas peculiaridades locais, mas sempre respeitando o que está estabelecido pela autoridade máxima sanitária do país.

O fechamento de limites municipais está sendo discutido com vocês? Qual a posição da AMM sobre isso?
 
A questão do fechamento de limites municipais acontece em casos isolados e de acordo com a peculiaridade local. A AMM orienta que é preciso fazer primeiro uma barreira de contenção sanitária apenas, e evitar que seja feito barreira de fluxo. Isso é para manter o abastecimento e os serviços prestados, para os prefeitos terem prudência e cautela com isso.

A questão financeira muito preocupa alguns agentes políticos. A AMM pensa em alguma ação para tentar minimizar esse impacto? O governador diz que aborda o tema em reuniões com o governo federal.
 
Sobre essa questão financeira, somente quem pode nos socorrer é o governo federal. Porque é ele que está sentado em cima do cofre, que é o dono do dinheiro, que pode emitir título de dívida pública e socorrer tanto o setor público quanto o setor privado. E nós esperamos que isso aconteça.

O ministro da Saúde chegou em falar do adiamento das eleições deste ano. Como a associação vê esse cenário? Possível?
 
Seria uma irresponsabilidade gastar alguns bilhões de reais para organizar uma eleição no meio de uma pandemia, onde o sistema de saúde entra em colapso por falta de recursos financeiros.


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