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Estado de Minas

Paulo Guedes admite que BPC pode cair no Congresso

Ministro reconhece que mudanças no Benefício de Prestação Continuada podem ser excluídas do projeto da reforma. Para o presidente da Câmara, impacto com esse recuo seria pequeno


postado em 06/04/2019 06:00 / atualizado em 06/04/2019 07:44

"A classe política tem maturidade e liderança suficiente para conduzir a transformação" - Paulo Guedes, ministro da Economia (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 25/3/19)

Campos do Jordão – O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu ontem, durante palestra a empresários, que as mudanças propostas pelo governo no Benefício de Prestação Continuada (BPC) têm “enorme chance de cair” no Congresso. Ele voltou a criticar a “fábrica de desigualdades” da Previdência brasileira e disse que a obrigação dele é “correr até o fim” pelas mudanças nas aposentadorias. “Mas entenderei se for derrotado”, disse. Também ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou sobre o tema. Disse que a retirada do BPC e das mudanças na aposentadoria rural da reforma da Previdência teria um impacto fiscal pequeno, portanto, não seria um problema retirá-los da proposta.


Guedes disse que, “se tirar algumas coisas”, a reforma da Previdência ainda pode ter potência fiscal. Se não houver reforma com potência fiscal suficiente, ele afirmou que não terá a irresponsabilidade de lançar um novo regime, em referência à proposta de criar um sistema de capitalização.

O ministro afirmou que o lema interno dele na equipe é “sem recuo e sem rendição”. “Se abrir a porta um pouco, avançamos. Avança e para, mas sem recuo”, comentou. Disse também que a relação dele com a classe política é boa, embora haja uma minoria barulhenta, em mais uma referência ao bate-boca que ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na quarta-feira, quando se irritou ao ser chamado de tchutchuca pelo deputado Zeca Dirceu.

Para Guedes, o governo de Jair Bolsonaro agiu com presteza, ao propor o pacote anticrime e a reforma da Previdência em 60 dias de novo Congresso, que tomou posse em 1º de fevereiro. “Há impaciência, mas como Bolsonaro em pouco tempo vai mudar o discurso da campanha?”, afirmou o ministro. “Em menos de 60 dias não dá para operacionalizar tudo certinho, demanda certo tempo.”

Na palestra a empresários, Guedes fez afagos à classe política. “Tenho tido total apoio (…) A classe política tem maturidade e liderança suficiente, para conduzir a transformação”, disse. Ele fez elogios ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), presentes no evento. Sobre Maia, Guedes disse que ele tem dado “apoio total”. “Ele entende, é experiente, apesar de jovem”, afirmou. Sobre Doria, disse que o tucano é “liderança atuante, construtiva”. “Ele faz reuniões, pensa no futuro”, afirmou.

Sem provocações Depois da audiência tumultuada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na quarta-feira, o ministro da Economia avalia que, ao reagir às provocações de parlamentares, deu holofote desnecessário à oposição. Ele acredita que, apesar de alguns deputados merecerem resposta, sua forte reação acabou dando palanque a parlamentares de menos expressão. Os próprios parlamentares governistas admitiram que faltou articulação da base para a audiência de Guedes, o que acabou deixando o ministro exposto aos ataques oposicionistas.

Presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR) reconheceu que faltou articulação da base do governo para garantir a alternação das perguntas dos oposicionistas e dos parlamentares aliados. Segundo ele, o recado foi dado ao governo e a expectativa daqui para frente é de um outro cenário.


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