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Estado de Minas

Bolsonaro: ''A capitalização pode ficar para depois. A reforma boa é a reforma que vai passar''

No café da manhã, o presidente da República admitiu mudanças na proposta do governo para a Previdência, entre elas a capitalização, que rendeu discussões fortes no Congresso


postado em 06/04/2019 06:00 / atualizado em 06/04/2019 07:39

Chefes de redação e colunistas de jornais e televisão - entre eles, Carlos Marcelo, diretor do EM, à esquerda do ministro Sérgio Moro - foram recebidos ontem pela manhã no Palácio do Planalto para encontro com Jair Bolsonaro (foto: Marcos Moura/PR)
Chefes de redação e colunistas de jornais e televisão - entre eles, Carlos Marcelo, diretor do EM, à esquerda do ministro Sérgio Moro - foram recebidos ontem pela manhã no Palácio do Planalto para encontro com Jair Bolsonaro (foto: Marcos Moura/PR)

Brasília – Durante o café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que alguns pontos da proposta do governo para a reforma da Previdência serão modificados pelo Congresso: “A reforma boa é a reforma que passar”. Para Bolsonaro, a proposta de capitalização, que provocou embates duros entre o ministro Paulo Guedes e a oposição na última quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, é um dos itens que podem ser examinados posteriormente pelos parlamentares. “O teto e o tempo de serviço são os dois pontos mais importantes (a serem aprovados)”, destacou. “A capitalização é só um ajuste”, minimizou o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.


Para distender o clima beligerante entre integrantes do PSL, o presidente afirmou que pediu aos correligionários para evitar o “fogo amigo”. “Tenho pedido para eles ‘darem uma segurada’’’, revelou. Bolsonaro disse ainda que o Ministério da Economia prepara série de medidas, a serem anunciadas brevemente, para tentar reaquecer a produção econômica e reduzir o número de 13 milhões de desempregados.

O presidente voltou a fazer críticas à metodologia utilizada pelo IBGE para medir a quantidade de pessoas sem emprego no país. Também criticou os empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante os governos Lula e Dilma. Ao ser perguntado qual será o legado que deixará ao fim de seu mandato, Bolsonaro disse: “Estamos tentando recuperar o Brasil. Talvez seja a última chance”.

O presidente também se referiu às declarações polêmicas que marcaram sua trajetória antes de ser eleito para o Planalto. Disse que, ao rever vídeos provocativos dos tempos de deputado federal (que ele prefere chamar de “caneladas”), se perguntou: “Eu falei isso mesmo?”. Voltou a dizer que não é homofóbico e não faz discriminação às mulheres: “Aquele negócio de fraquejada... Pô, eu adoro minha filha!”. Afirmou que “está mais esperto agora”, mas não se arrepende do que já disse ou fez: “Vou me arrepender porque fiz xixi na cama aos cinco anos?”.

Palacianas

Álvaro Antônio

O presidente Jair Bolsonaro também comentou as denúncias e a investigação realizada pela Polícia Federal sobre o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL). “Só com acusação não vale”, disse, referindo-se à possibilidade de demitir o parlamentar mineiro. “Quando tiver o relatório final da PF, vamos analisar”, complementou.

Moro se cala
Durante o café da manhã, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse que não aceitaria ocupar a cadeira de Bolsonaro: “Só se for um pouco louco”, brincou. Ao ser perguntado depois do café pelo Estado de Minas se aceitaria uma cadeira do outro lado da Praça dos Três Poderes, no Supremo Tribunal Federal (STF), Moro se calou e afastou-se sem responder.

Superpop 1
O café da manhã do presidente Jair Bolsonaro com os jornalistas teve também a participação de Luciana Gimenez. Em tom descontraído, a apresentadora do programa Superpop aconselhou o presidente a “falar o que tá rolando” sobre as negociações para aprovação da reforma. “O elefante azul da sala é a Previdência”, definiu Luciana. “O povo tem consciência (da necessidade da reforma)”, comentou Bolsonaro. “Será?”, rebateu Luciana.

Superpop 2
Durante o café, Luciana Gimenez lembrou que o presidente, quando ainda era deputado federal, participou por diversas vezes do programa Superpop e algumas das declarações mais polêmicas de Bolsonaro – em especial sobre direitos humanos e temas LGBTs – ganharam repercussão nacional. “Não tô querendo defender, mas muitas das coisas que ele falou foram tiradas de contexto”, garantiu a apresentadora.

Habilidade ou vivência?
Ao citar as dificuldades que enfrentou nos primeiros 100 dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro disse: “A maioria dos ministros não tem habilidade política”. De imediato, reformulou a frase e trocou “habilidade” por “vivência”. Foi a deixa para um comentário de Luciana Gimenez para o ministro da Justiça, sentado à frente da apresentadora: “Moro, ele acabou com você”.

Comunicação
n A Secretaria de Comunicação (Secom) terá novo titular a partir de segunda-feira. Foi o que afirmou o presidente Jair Bolsonaro, durante o encontro com os jornalistas. O empresário e publicitário Fábio Wajngarten assumirá o cargo no lugar de Floriano Amorim, que foi chefe de gabinete de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. “Tem que melhorar e espero que melhore com o Fábio, que é do meio de vocês”, disse Bolsonaro.

Jornalistas
n O café da manhã de ontem foi o terceiro encontro de Bolsonaro com jornalistas realizado no Palácio do Planalto a convite da presidência da República. Além do diretor de redação do Estado de Minas, Carlos Marcelo, participaram representantes dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, Valor Econômico, A Crítica, Correio da Bahia, Folha de Pernambuco, Gazeta do Povo, Zero Hora e as TVs Globo News, Record e Rede TV.

 


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