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Estado de Minas

Senado retoma votação para a presidência neste sábado

Parlamentares não se entendem sobre tipo de votação para escolha do novo presidente após manobra de governistas. Sessão fica para hoje, às 11h, depois de impasse, acusações e xingamentos


postado em 02/02/2019 07:00 / atualizado em 02/02/2019 08:37

Postura de Alcolumbre (DEM-AP) irritou Kátia Abreu (PDT-TO) e Renan Calheiros (MDB-AL), que foram para a Mesa pressioná-lo a sair (foto: FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL)
Postura de Alcolumbre (DEM-AP) irritou Kátia Abreu (PDT-TO) e Renan Calheiros (MDB-AL), que foram para a Mesa pressioná-lo a sair (foto: FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL)

Brasília – Tumulto, xingamentos, ameaça de agressão e impasse na Mesa Diretora. A sessão que deveria eleger o novo presidente do Senado foi encerrada depois de horas de discussões. Por falta de acordo diante do impasse criado sobre votação aberta ou secreta, o plenário decidiu adiar para as 11h deste sábado o pleito interno.

No comando da sessão, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), cuja legitimidade para dirigir os trabalhos era alvo de questionamento, consultou o plenário sobre uma proposta feita por líderes de diferentes partidos: suspender a sessão, que já durava mais de cinco horas, e retomar hoje. A sessão se arrastava com bate-boca sem que houvesse entendimento entre os defensores do voto aberto (os novatos majoritariamente) e os do voto secreto.

Pré-candidato a presidente do Senado, Alcolumbre colocou em votação uma questão de ordem, aprovada por 50 votos favoráveis e dois contrários, que determinava a votação nominal. Foi o estopim para os protestos, principalmente, de senadores mais experientes e dos aliados de Renan Calheiros (MDB-AL), que tenta voltar ao comando do Senado contra os interesses do governo Bolsonaro. Ele entende que, às claras, será prejudicado por causa de pressões do Planalto sobre os senadores.

Já Alcolumbre, cujo desejo de presidir o Senado encontra respaldo no governo, era questionado por estar definindo as regras da eleição que disputará. Ele estava em campanha e pedia votos aos senadores, embora ainda não tenha anunciado publicamente que será candidato – uma estratégia para evitar os questionamentos, que, no fim, vieram. Hoje, os senadores terão de definir novamente se mantêm a votação aberta, como decidido por 53 dos 81 (parte deles se recusou a votar por não reconhecer Alcolumbre como legítimo). O senador Cid Gomes (PDT-CE) propôs que o método não seja mais questionado, mas não é certo que a votação aberta será mantida.

A expectativa é que, na retomada da sessão, os partidos confirmem primeiro as candidaturas a presidente. Em seguida, o senador mais antigo, José Maranhão (MDB-PB) assumirá o controle da Comissão Diretora para proceder à eleição. Como Alcolumbre deve ser confirmar, ele terá de deixar a presidência interina, que assumiu por ser 3º suplente da antiga Comissão Diretor, cujo mandato se encerrou.

Renan Calheiros proferiu dura fala no plenário do Senado, em crítica a Alcolumbre. Renan afirmou que a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) “está aí sentada ao seu lado com mais cara de presidente do que Vossa Excelência”. Renan também afirmou que, ao conduzir a sessão, Alcolumbre tinha mais poderes como candidato ao comando da Casa.

O “novo Renan”, como Calheiros decidiu se intitular nessa legislatura, foi derrotado por Alcolumbre  na votação aberta. Tudo o que o “novo Renan” não desejava, uma vez que o “velho Renan” enfrenta processos no Supremo Tribunal Federal e tem mais dificuldades em vencer às claras. Foram apenas dois votos contra porque o grupo do emedebista combinou de não participar da votação para não legitimá-la.

Alcolumbre é ligado ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, homem forte do governo Bolsonaro e seu colega de partido. A mulher do ministro está empregada no gabinete do senador. No plenário do Senado, Renan acusou o ministro de orientar a manobra de Alcolumbre. Onyx se licenciou do ministério e passou o dia no Congresso ontem, onde assumiu sua vaga na Câmara. A disputa acirrada no Senado já era esperada no Planalto. O ministro Santos Cruz, da Secretaria de Governo, admitiu que o placar seria uma incógnita.

Para garantir a votação aberta, Alcolumbre sentou na cadeira da presidência do Senado desde a abertura dos trabalhos, às 15h, e não havia deixado o local por nenhum minuto até pelo menos as 21h. Kátia Abreu chegou a arrancar uma pasta com os procedimentos da sessão das mãos de Alcolumbre e recebeu um apelo de Renan: “Tire ele daí, Kátia!”. Sem sucesso. Kátia e Renan foram até a Mesa Diretora e cercaram Alcolumbre, sentado. Ele não se mexeu.

 


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