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Estado de Minas

Primeiro desafio de Rodrigo Maia é reforma da Previdência

Parlamentar carioca é eleito, com folga, pela terceira vez para a presidência da Câmara. Prioridade da nova gestão será a aprovação das mudanças das regras de aposentadoria


postado em 02/02/2019 07:00 / atualizado em 02/02/2019 09:37

Rodrigo Maia comemora vitória. Ele conseguiu 334 votos, 77 além do necessário para vencer no primeiro turno (foto: LUÍS MACEDO/AGÊNCIA CÂMARA)
Rodrigo Maia comemora vitória. Ele conseguiu 334 votos, 77 além do necessário para vencer no primeiro turno (foto: LUÍS MACEDO/AGÊNCIA CÂMARA)

Brasília - O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) vai presidir a Câmara pela terceira vez, agora para o biênio 2019-20. Eleito no primeiro turno, ele obteve 334 votos, 77 além do necessário, e derrotou outros seis candidatos, que concorreram como avulsos: Fábio Ramalho (MDB-MG), 66 votos; Marcelo Freixo (Psol-RJ), 50; JHC (PSB-AL), 30 votos; Marcel Van Hattem (Novo-RS), 23; Ricardo Barros (PP-PR), 4; e General Peternelli (PSL-SP), 2. Maia foi candidato oficial do bloco PSL, PP, PSD, MDB, PR, PRB, DEM, PSDB, PTB, PSC e PMN. O primeiro desafio de Maia será a reforma da Previdência, cuja propota será apresentada pelo governo até meados de fevereiro.

Apesar da pressa do governo em aprovar as mudanças nas regras da aposentadoria ainda neste primeiro semestre e de contar com a simpatia do Palácio do Planalto, Maia mandou um recado ao governo ontem ainda antes de sua eleição. Na abertura da sessão na Câmara, ele disse que quem vai conduzir o tempo da reforma da Previdência é a Câmara. “O governo vai mandar o projeto. Se não envolver todos os estados, todos os partidos e prefeitos, teremos dificuldade de aprovar”, alertou. Maia defendeu o diálogo para se chegar a um consenso para a reforma. “Isso não é um tema de um governo. É tema do Estado brasileiro e é o Estado como um todo.” A solução a ser encontrada, disse, tem de ser obtida “sem ideologia”.

Rodrigo Maia reassumiu o cargo emocionado. Em lágrimas, agradeceu os votos dos deputados e aos competidores na disputa à Presidência da Câmara. “Teremos muitos desafios. A Câmara precisa de modernização na relação com a sociedade, nos nossos instrumentos de trabalho, para que a gente possa ficar mais perto dos cidadãos. Precisamos modernizar as nossas leis, simplificá-las, e fazer as reformas de maneira pactuada”, disse. Maia afirmou que, apesar de ter disputado o cargo por três vezes, sempre se emocionou na disputa. “Cresci nesta Casa, convivendo com todos os partidos”, declarou.

No discurso no plenário, também antes da sua reeleição, Maia adotou tom moderado e conciliador. Em cerca de 10 minutos, ele afirmou ser a alternativa mais aberta ao diálogo e prometeu escutar direita e esquerda. Reforçou a importância de reformas que permitam aos governos federal e regionais diminuir os gastos obrigatórios e retomar o poder de investimento.

“A Câmara precisa de um presidente que tem experiência, equilíbrio e garanta o diálogo. Tenho o apoio de muitos, mas nada retira o (direito ao) diálogo com cada parlamentar. Todos os deputados são iguais, e todos merecem o respeito do presidente da Câmara”, afirmou. Maia tem a simpatia do governo Bolsonaro por ser alinhado com as reformas, principalmente a da Previdência, e com o ajuste fiscal Segundo ele, os governadores entenderão a situação do país nas negociações sobre a Previdência, porque também vivem situação financeira difícil. Segundo Maia, se não fizer reformas, o país passará a ter dificuldades financeiras tão grandes quanto alguns estados. “Se não aprovarmos reformas, estados e municípios chegarão ao ponto de Minas Gerais, que tem bombeiros trabalhando sem receber.

O candidato, que ocupou a presidência da Casa nos últimos dois anos, afirmou que as reformas “não são simples, mas necessárias” Segundo ele, se União não possui recursos para investir, isso ocorre não por conta do teto de gastos (que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior), mas “porque as despesas obrigatórias não podem ser cortadas”. “Precisamos falar a verdade aos brasileiros”, disse.

Conheça a mesa diretora da Câmara

Após o resultado, Maia ocupou a cadeira da Presidência para dar continuidade à solenidade. A única eleição que foi para segundo turno foi a da 2ª Vice-Presidência, entre Luciano Bivar (PSL-PE) e Charlles Evangelista (PSL-MG). Já em primeiro turno, foram eleitos Marco Pereira (PRB/SP), para o cargo de 1ª Vice-Presidência; Soraya Santos (PR/RJ); para a 1ª Secretária, que desbancou o rival Giacobo (PR-PR), que ocupava a legislatura anterior, mas não era uma unanimidade entre os servidores e terceirizados da Casa, que torciam pela derrota dele (ele é investigado pela Justiça Eleitoral por abuso do poder econômico e político); Mário Heringer (PDT-MG), para 2º Secretário; Fábio Faria (PSD-RN) e André Fufuca (PP-MA), para 4º Secretário. Os suplentes de secretários são Assis Carvalho (PT-PI), Rafael Motta (PSB-RN), Isnaldo Bulhões JR (MDB-AL) e Geovana de Sá (PSDB-SC).

Quem é Rodrigo Maia

Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia, nasceu em Santiago (Chile), em 12 de junho de 1970, mas tem nacionalidade brasileira. Foi secretário de governo da prefeitura do Rio de Janeiro e está no sexto mandato como deputado federal. Foi ainda líder do partido, ocupou cargos em comissões, como a presidência da Comissão Especial da Desvinculação de Receitas da União (DRU), e foi relator de diversos projetos na Casa, como o da proposta da reforma política em 2015. A primeira vez que ocupou o cargo de presidente da Câmara foi em 2016, quando foi eleito para um “mandato tampão” de seis meses, em substituição ao ex-deputado Eduardo Cunha, que havia sido eleito para o biênio 2015-2016. Cunha foi afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), renunciou ao cargo e depois foi cassado pela Câmara. Em fevereiro de 2017, Maia se elegeu para um mandato de dois anos.

 

 


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