(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida

Minas, historicamente, é o fiel da balança na política nacional, o estado mais ponderado diante das crises. Mas este ano anda difícil encontrar esse caminho


postado em 19/10/2018 12:00 / atualizado em 19/10/2018 08:22



Haja verbos na disputa eleitoral


Os verbos do dia: anular, cancelar, impugnar, inventar, cobrar, reafirmar. Teve mais, basta, porém, ficar só com esses. A anulação das eleições quem pretende pedir é o PDT. O motivo alegado é o cancelamento por causa de mensagens contra o PT. Já a possibilidade de pedir impugnação vem do próprio presidenciável Fernando Haddad (PT), que ameaça cobrar do WhatsApp menções a ele.

Já quem nega ter inventado é o juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato, sobre a delação do ex-ministro Antonio Palocci (PT). E, por fim, o tenente-brigadeiro do-ar Carlos Vuyk de Aquino foi confirmado como ministro do Superior Tribunal Militar (STM) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Diante de tudo isso, o melhor a fazer é deixar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), em duas frases, bem ao seu estilo, resumir: “O povo está aí se arrebentando e ninguém fala nisso porque não interessa”, o primeiro lamento. E em seguida, cobrou e reafirmou ao acrescentar: “No dia em que a necessidade do povo voltar a virar notícia sem demagogia e sem sacanagem, nós vamos resolver os problemas”. Algo mais em sua frase torna-se absolutamente desnecessário registrar.

Ainda na política mineira tem a busca do “ponto de equilíbrio”, que veio do presidente estadual do PDT e deputado federal reeleito Mário Heringer, ao anunciar o apoio do partido à candidatura do senador Antonio Anastasia (PSDB). Pelo jeito, o pedetista acredita em uma mudança no atual quadro: “O Brasil deve escolher uma surpresa, e a gente não sabe o que virá dessa surpresa. Em Minas, teria que fazer um equilíbrio para não ficarmos com duas surpresas e imponderabilidades”.

Imponderável de fato é o cenário político país afora. Minas Gerais, historicamente, é o fiel da balança na política nacional, o estado mais ponderado diante das crises que aparecem. Este ano, entretanto, anda difícil encontrar esse caminho. Se os mineiros se omitirem, o cenário tende a piorar cada vez mais.

Aliás, o clima em BH andou piorando de fato e logo na hora do almoço. O céu escureceu provocando alagamentos pela cidade. E nem tinha semáforos piscando como geralmente acontece, já que, em vários pontos, eles simplesmente apagaram. Isso mesmo, apagaram totalmente.

Quase no início da noite, o sinal vermelho voltou a funcionar. Pena que na política não anda havendo o sinal de parar com os ataques entre os candidatos ofuscando as suas propostas para que os eleitores possam definir em quem votar, tanto na eleição presidencial quanto nas estaduais que têm segundo turno.

3º turno
O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, nomeado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), havia pedido informações ao juiz da Operação Lava-Jato, Sérgio Moro, em 4 de outubro, sobre a retirada do sigilo de trecho da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. É o caso do duplex e do Instituto Lula que, como não poderia deixar de ser, tinha a Odebrecht no meio do caminho. “Não há no depoimento qualquer referência ao atual candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores.”

Passou recibo…
…de que vai perder? É o que parece. Afinal, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) ingressou ontem com representação pedindo a cassação do registro da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). Ele alegou benefício eleitoral. Tudo por causa do kit gay. “É uma fake news que ele propagou no Jornal Nacional e que mesmo o TSE julgando ilegal, pedindo pra retirar as peças, está tão disseminada que sua influência no resultado da eleição no primeiro e no segundo turnos tem sido nefasta”. Pelo jeito, o que Jorge Solla fez, ao alegar “incontornável efeito eleitoral” foi passar recibo de que Haddad será derrotado.

E o nome é:
“COMUNICADO: Ao mesmo tempo que saúdo todos os ativistas verdes pela vitória, mesmo em situações políticas tão adversas, sobre a cláusula de barreira, reitero a posição tirada na Convenção Nacional de veto à candidatura de Jair Bolsonaro. Assim seguimos orientados para o segundo turno. Penna – Presidente Nacional do Partido Verde”. Para registro, o nome completo de Penna é José Luiz de França Penna. A propósito, o PV teve Eduardo Jorge como candidato na chapa de Marina Silva (Rede) no primeiro turno e ela disse que fará oposição ao presidente que for eleito.

Para lembrar
“Babaca! Babaca! Isso é o PT, e o PT desse jeito merece perder, pra rimar, só pra rimar. Babaca, vai perder a eleição. É isso aí, é esse sentimento que vai perder a eleição.” É claro que foi parar no programa eleitoral de Jair Bolsonaro. Só que, agora, o senador eleito Cid Gomes (PDT) tentou retirar a sua fala da propaganda que foi veiculada pelo PSL. Ele, de fato, declarou apoio a Fernando Haddad, meio envergonhado, mas declarou. E o seu irmão Ciro Gomes, terceiro colocado na eleição? Continua lá, nem aí, em viagem à Europa.

Em Marabá
Partido Republicano da Ordem Social, só que nada republicano e muito menos seguiu a ordem social foi o presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior. Ficou encrencado na Operação Partialis, um desdobramento da Operação Asfixia, de junho de 2016, isso mesmo, dois anos atrás, para apurar fraudes em licitações promovidas pela Prefeitura de Marabá. É má notícia para o PT. Afinal, Eurípedes apoiou a candidatura de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff e agora a de Fernando Haddad à Presidência da República.

PINGAFOGO

Em tempo: pelo jeito, o próprio articulador da campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República, Jaques Wagner (PT-BA), eleito senador e ex-governador baiano, anda mal informado em sua própria casa.

Afinal, diante do que já fez seu colega de partido, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA), deve ser por isso que ele terceirizou a questão ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Pediu a ele que entrasse com a ação por causa do kit gay.

A eleição brasileira este ano anda mesmo bilíngue. Até o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anda abusando delas. Ontem, destacou a necessidade de “fair play” e fez apelo contra as “fake news”.

Foguetório mesmo ontem em Belo Horizonte nada teve a ver com as eleições do segundo turno. E mostrou que política e futebol não se misturam mesmo. A comemoração era dos cruzeirenses, diante da conquista da Copa do Brasil.

Se a campanha continua mais no Judiciário do que em debates, aos quais Bolsonaro não deve ir mesmo, com ações pedindo até impugnação de um lado e promessa de processo de outro, o melhor a fazer é… O melhor a fazer é… Sei lá!

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)