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Estado de Minas

Negócios na China e confusão política

Se der certo, o presidente Temer poderá dizer que conseguiu de fato fazer um negócio da China, no sentido de acordo proveitoso


postado em 27/07/2018 12:00 / atualizado em 27/07/2018 08:13

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

A estiagem em Minas Gerais tem sido brava. Na política, a seca é de boas notícias. A temporada de negociações, para não dizer negociatas. E ela passa por São Paulo, que não teve uma chuva volumosa há 100 dias. Só que o ambiente paulista está no meio de uma tempestade na política nacional.

Tudo por causa da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. E começa, ou melhor termina, com um pesadelo sobre a vaga de vice-presidente em sua chapa, diante do martelo batido pelo empresário Josué Alencar (PR) de que não vai se candidatar.

Achar agora um vice de sonhos, vale repetir, corre sério risco de virar pesadelo. Alckmin recebeu ontem o apoio do chamado Centrão, que reúne o DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, que costumam sempre cobrar caro depois. Afinal, são decisivos nas votações do Congresso. Haja ministérios para distribuir, embora Alckmin tem dito e repetido que seu lema será, se eleito, enxugar o número de ministros.

Enquanto isso, o governo federal continua nas mãos do Judiciário, da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto ela cuida do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer (MDB) tenta fazer um negócio da China. Literalmente.

Ele pediu a Xi Jinping o fim da sobretaxa ao frango e ao açúcar que o Brasil exporta pra lá. Foi na 10ª Cúpula dos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e a África do Sul, anfitriã da reunião. Se vai colar, melhor esperar. Agora, se der certo, Temer poderá dizer que conseguiu de fato fazer um negócio da China, no sentido de um acordo proveitoso.

Melhor então passar o bastão ao ministro Dias Toffoli, vice-presidente do Supremo e no exercício do comando por lá na ausência de Cármen Lúcia. Toffoli suspendeu a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O TJ-RJ havia suspendido o aumento de 11% para 14% da alíquota da contribuição previdenciária dos servidores públicos estaduais. O argumento é que o seu colega, ministro Luís Roberto Barroso, em março do ano passado, determinou a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, sobre a matéria. E ela vale para todo o território nacional.

Se até a realeza pretende entrar na política, é melhor parar por aqui. Já que o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que não está na linha sucessória do extinto trono brasileiro, pode ser vice de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o jeito é entregar o trono por hoje.

 

Na mosca
Já que falamos ontem de São Lourenço e citamos a cassação da prefeita Célia Cavalcanti (PR), ela é esposa do ex-prefeito Natalício Tenório Cavalcanti (PR), que de fato comandava a prefeitura. Só que a coluna ficou com uma pulga atrás da orelha e acertou na mosca. Consultando a fonte, recebeu a informação: Natalício Tenório Cavalcanti Freitas Lima, mais conhecido como Tenorinho, é neto do “folclórico” Tenório Cavalcanti.

 

Vale lembrar
Tenório Cavalcanti era tratado por seus cabos eleitorais como o “Rei da Baixada” ou “Deputado Pistoleiro” e o “Homem da Capa Preta”. Mas o que importa mesmo é a “Lurdinha”, uma submetralhadora MP-40 de fabricação alemã, similar àquelas utilizadas por soldados nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. A sua história virou até filme, dirigido pelo cineasta Sérgio Resende e estrelado pelo ator José Wilker. O filme ganhou os Kikitos de melhor filme, melhor música, melhor ator e melhor atriz (Marieta Severo) no Festival de Gramado de 1986.

 

Dito e feito
Mamãe pediu e como bom filho Josué Alencar (PR) obedeceu. A coluna de quarta-feira tinha avisado. Um pequeno trecho basta. Dona Mariza já havia dito: “Se Deus quiser, Josué não vai concorrer. Todos os indícios, portanto, levam a crer que, como bom filho, Josué vai agradecer o convite e declinar solene e educadamente”. Por meio de carta, o filho do saudoso José Alencar foi educado. Disse estar “honrado” e alegou “questões pessoais”.

 

Falta combinar
Finge que é novidade. Todo mundo já sabia – e faz tempo, muito tempo – que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é candidato à reeleição para continuar presidindo a Casa. Eleito no Rio de Janeiro, deve manter, pelo menos, alguma coisa perto de sua votação em 2014, de pouco mais de 53 mil votos. Já para Maia se dar bem no plenário da Câmara é melhor esperar. Vai depender do novo plenário. Seu jeito de comando é às vezes autoritário, mas como o DEM integra o Centrão, suas chances crescem. E muito.

 

Juros altos
O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) acusou o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de serem omissos quanto à cobrança de juros abusivos de cartões de crédito e de bancos. As taxas chegam a mais de 300% ao ano, algo impensável em qualquer país de economia avançada. Quanta novidade, não é mesmo? Faz de conta que ninguém sabe disso. Bem, o palanque usado foi radiofônico: “A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado. Ouça o áudio com mais detalhes”.

 

PingaFogo

“Lula lidera na Nova pesquisa do DATAFOLHA.” Era o título. Em seguida vinha o texto, ou melhor, a brincadeira de Péricles Ramos: Lula, 30%; Cabral, 29%; Cunha, 28%; Beira-Mar, 27%; Goleiro Bruno, 22%; Casal Nardoni, 18%; e Marcola, 3%. E finalizava assim: “Eleição para síndico do presídio”.

O presidente Michel Temer (MDB) não desiste. Muito antes pelo contrário, ele insiste na candidatura de seu ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) à Presidência da República.

“Não houve, efetivamente, digamos assim, um impedimento proposto pelo governo em relação à candidatura do outro candidato a presidente que você acabou de mencionar...”. Assim mesmo, é o presidente Temer sem citar o nome de Ciro Gomes (PDT).

Não dá pra saber se será divertida, mas que, pelo jeito, o tempo vai esquentar nos palanques eleitorais país afora, pode escrever. Nem precisa consultar a meteorologia.

Se as ações do Facebook perderam quase um quinto de seu valor (perto de US$ 120 bilhões) e Mark Zuckerberg, o seu principal executivo, sofreu uma perda de cerca de US$ 16 bilhões, é melhor ficar por aqui, não na Bolsa de Nova York.


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