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Estado de Minas

Presidenciáveis criam roteiro de viagem em busca do voto

Enquanto nomes de centro-direita miram Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os de esquerda vão ao Norte e Nordeste


postado em 22/07/2018 06:00 / atualizado em 22/07/2018 07:27

(foto: EM/D.A.Press)
(foto: EM/D.A.Press)

Brasília – Em busca de alianças estaduais e como objetivo de conquistar um possível eleitorado, os pré-candidatos à Presidência da República viajam o Brasil e tentam fortalecer os nomes para a disputa ao Planalto. Com o corte de 90 para 45 dias no período de campanha, os presidenciáveis ficam em ponte aérea para alcançar os votos dos indecisos, enquanto tentam atrair coalizões para aumentar o tempo de televisão.

O Estado de Minas/Correio Braziliense mapeou as cidades por onde passaram os principais nomes que concorrem ao Palácio do Planalto, nos últimos três meses. O levantamento mostra que, enquanto os partidos mais à esquerda apostam no Nordeste, àqueles mais à direita descem o mapa e dialogam com as regiões ao Sul. O levantamento foi feito com base em informações públicas, e com as informações dos partidos.

No caso do PT, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece preso em Curitiba e, com isso, impossibilitado de viajar o país em pré-campanha, o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad foi inserido para simbolizar os petistas. Nesse caso, o que foi possível verificar é que, antes da prisão de Lula, em abril, Haddad ocupava a agenda com palestras em universidades. Após o encarceramento do ex-presidente, as visitas passaram a incluir Curitiba. Nos últimos meses, Haddad tem buscado força, principalmente, nos estados do Nordeste.

Além do ex-prefeito, os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (Psol) e o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) estão entre os que mais visitam a região. No caso do Psol, apesar de a agenda mostrar poucas visitas nos estados do Norte, a pré-candidata à vice-presidência do partido, Sônia Guajajara, tem uma agenda cheia na região.

Para o analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, o Nordeste é um “reduto do PT”, já que, por causa dos programas de assistência implantados por Lula, o partido continua com influência na região. “Talvez, por isso, alguns pré-candidatos de esquerda considerem ir até lá. No caso do Bolsonaro, a penetração (dele) no Nordeste, se comparada a outras regiões, ainda é pequena. Mas, isso mostra que ele já está se movimentando”, analisou.

Apesar de fazer muitas visitas no estado de São Paulo, a pré-candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, se concentrou mais no estado de origem, Rio Grande do Sul. O mesmo fez Álvaro Dias (Podemos), que tem resultados melhores na Região Sul, segundo pesquisas de intenção de voto.

Já Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) buscam apoio no Sudeste e no Centro-Oeste. “Alckmin e Meirelles não estavam indo ao Nordeste porque focaram em concretizar as coligações dos partidos. As reuniões ocorreram de forma mais expressiva em Brasília e São Paulo. Agora vão expandir as rotas”, avaliou Queiroz. No caso de Marina, para o analista, o período de pré-campanha a permitiu fazer muitas articulações ou visitar bases, mas isso deve mudar assim que a convenção partidária oficializar seu nome, em 4 de agosto, em Brasília.

Até agora, os pré-candidatos se mobilizaram apenas em prol das alianças partidárias, seja para buscar mais recursos em fundos partidários ou para conquistar mais tempo de televisão. “Eles ainda não tinham base consolidada nos estados, mas, agora, começam a ter estrutura mínima para ter visibilidade”, explicou Queiroz. Em contrapartida, a região Norte é a que menos tem visita de pré-campanha.

Já para o cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Calmon, as viagens em época de pré-campanha tendem a discutir assuntos como agronegócio, varejo, ou são visitas a veículos de imprensa, universidades e até mesmo associações. “Elas são programadas em função de um planejamento interpretativo das pesquisas, das oportunidades de alianças”, afirmou. “Eleições presidenciais são complexas, demandam recursos e pessoas. Alguns partidos já têm estrutura montada e recursos disponíveis neste momento já para apoiar seus candidatos. Outros vão literalmente encontrar dificuldade para levantar voo. Por isso a importância das alianças”, acrescentou.

* Estagiário sob supervisão de Leonardo Cavalcanti

 

 


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