Diante do impasse envolvendo a greve que já dura 44 dias, sindicalistas representantes dos professores da rede municipal de educação infantil tiveram uma reunião na tarde desta quarta-feira na Promotoria de Defesa da Educação, do Ministério Público Estadual, na tentativa de agendar uma mediação com o prefeito Alexandre Kalil (PHS).
Em entrevista ao Estado de Minas, o prefeito afirmou que só voltaria a negociar com os professores depois que eles retornassem para as salas de aula. Kalil disse ainda que não vai atender a todas as reivindicações da categoria por uma questão de “responsabilidade fiscal” e que sempre tentou conversar com a categoria, que se negou a encontrá-lo na PBH.
Em assembleia nesta quarta, os profissionais mantiveram a paralisação e marcaram nova reunião para a terça-feira que vem, na porta da Prefeitura. “Não há intransigência dos professores, mas de um prefeito que acha que a cidade é um clube de futebol”, afirmou Wanderson Rocha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede), referindo-se ao ex-presidente do Atlético Mineiro. “Vimos com estranheza e lamentamos a postura daquele que é responsável pela administração de uma das maiores capitais do país”, continuou.
A principal reivindicação dos professores do ensino infantil é uma equiparação salarial com os educadores do fundamental. De acordo com o Sind-Rede/BH, os profissionais das Umeis têm um vencimento inicial de R$ 1.450 (nível 1), bem abaixo dos R$ 2,2 mil (nível 10) pagos aos profissionais do ensino fundamental em início de carreira.
A categoria apresentou uma proposta de escalonamento à PBH, em que os professores da educação infantil atingiriam o nível cinco em junho, o oitavo degrau em dezembro e a escala 10 em julho de 2019. A proposta não foi aceita pela Prefeitura.
De acordo com Wanderson Rocha, a categoria quer que os professores que têm curso superior recebam o mesmo salário pago aos profissionais do ensino médio que têm a mesma formação. Segundo dados da própria PBH, 70% dos professores da educação infantil têm diploma de nível superior.