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Estado de Minas

Polícia e MP investigam ataque a ônibus da caravana de Lula

Secretaria de Segurança Pública abre inquérito para apurar autoria de tiros. Ministério Público estadual também está acompanhando o caso no Sul


postado em 29/03/2018 06:00 / atualizado em 29/03/2018 07:42

Desde que chegou ao Sul, Lula em sido hostilizado, como no ataque com pedras e ovos em São Miguel do Oeste (SC) (foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO)
Desde que chegou ao Sul, Lula em sido hostilizado, como no ataque com pedras e ovos em São Miguel do Oeste (SC) (foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO)

Curitiba – Um inquérito policial foi aberto para investigar o ataque a tiros à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Paraná informou que duas equipes do Centro de Operações Policiais Especiais foram enviadas a Laranjeiras do Sul para investigar o caso. Dois ônibus foram atingidos na terça-feira por pelo menos três tiros quando a caravana estava na estrada fazendo o trajeto entre Laranjeiras do Sul e Quedas do Iguaçu. Segundo a SSP, o Instituto de Criminalística do estado está finalizando a perícia nos ônibus. A previsão é que o laudo fique pronto nos próximos dias. O órgão informou que a Polícia Militar “reforçou o policiamento em todos os locais indicados pelos representantes da caravana onde seriam feitas as manifestações com a presença do ex-presidente”.

A assessoria da caravana de Lula encaminhou ofício à Secretaria de Segurança Pública no último dia 14, no qual solicita “ apoio de medidas que possam garantir a segurança e a tranquilidade desses eventos”, com o roteiro anexado ao documento. Pelo Twitter, o ex-presidente reclamou de o estado do Paraná não ter fornecido escolta policial aos ônibus da caravana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, não houve solicitação neste sentido por parte da caravana.

Já o Ministério da Segurança Pública informou por meio de sua assessoria que a Polícia Rodoviária Federal está fazendo a orientação de trânsito, mas que a garantia de segurança cabe à polícia do Paraná. Ontem, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou em conversa com a imprensa que está em contato com a Polícia Rodoviária Federal. “Não podemos admitir confrontos. Isso é absolutamente antidemocrático e é preciso ter respeito. Tem que identificar os responsáveis pois isso não, pode se permitir dentro do regime democrático”, disse.

O Ministério Público do Paraná informou que vai apurar os atos de violência contra a caravana do ex-presidente. A iniciativa foi motivada por uma representação do Coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia, entidade formada por profissionais do meio jurídico. O grupo entregou ao procurador Olympio de Sá Sotto Maior Neto, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos do MP do estado, um relatório contendo notícias de crimes que estariam sendo cometidos contra a caravana. O MP também vai acompanhar o inquérito civil que investiga o ataque.

Caravana encerrada em Curitiba

São Paulo – Um ato no Centro de Curitiba, ontem à noite, marcou o encerramento da caravana organizada pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva pela região da Sul do país. Políticos e pré-candidatos de partidos da esquerda discursaram contra o que chamaram de escalada de violência no processo eleitoral. Lula entrou no palco acompanhado de crianças que carregavam rosas vermelhas e duas bandeiras, uma do Brasil e outra vermelha. Ele se referiu a protestos enfrentados pela caravana durante sua passagem por Bagé (RS), atacada por pedras. “Alguns, eu não sei quem é. Não vou avisar se é do (Sergio) Moro, do MBL, usineiros, arrozeiro, porque não sei quem é”, disse ele. Enquanto discursava, manifestantes contrários ao petista batiam panelas nos prédios em volta do palanque.


Em quase 10 dias de trajeto por várias cidades do Sul, a comitiva do petista enfrentou diversos protestos: estradas foram fechadas por produtores rurais e carros da comitiva, atingidos por pedras e ovos. O episódio mais grave aconteceu na noite de terça-feira, quando dois ônibus da caravana foram atingidos por tiros, entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul.


"Não joga ovo, não. Tem tanta gente que não tem ovo nem para fazer um omelete", ironizou Lula, no discurso final da sua caravana pelo Sul do país (foto: HEULER ANDREY/AFP)

O ato foi marcado por tensão. Um pequeno grupo de manifestantes contrários ao PT se postou a cerca de 100 metros da praça onde o petista discursou para a militância. Os manifestantes levaram local pelo menos 70 caixas de ovos, na intenção de lançá-los contra o ex-presidente, o que não aconteceu.


Para evitar confronto, um cordão de isolamento foi formado por cavalos da Polícia Militar para separar os manifestantes pró e anti-PT. Em seu discurso, Lula ironizou: “Deixa para gastar gastar rojão na minha posse. E não joga ovo, não. Tem tanta gente que não tem ovo nem para fazer um omelete”.


União
O ato foi transformado em celebração da unidade da esquerda. Além de líderes do PT, participaram do evento representantes do Psol, PCdoB, PSB e até o senador Roberto Requião (MDB). Os presidenciáveis Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL) prestaram solidariedade a Lula. O presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, afirmou que a data marcou o compromisso da esquerda com sua unidade e defesa da democracia. “Hoje é o dia em que as esquerdas deixam de lado suas diferenças para reafirmar o compromisso com a democracia”, afirmou ele.


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