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Estado de Minas

Ataque a Lula e ameaça a Fachin provocam reações de Temer e de pré-candidatos

Único presidenciável que não condenou o ataque a Lula foi o deputado Jair Bolsonaro: "Lula agora está por aí colhendo ovos por onde passa"


postado em 29/03/2018 06:00 / atualizado em 29/03/2018 07:43

"Vamos ter paciência, vamos discutir projetos. Podem fazer críticas, mas críticas verbais, não críticas físicas" - Michel Temer, presidente da República (foto: EVARISTO SÁ/AFP)

São Paulo – O ataque a tiros à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná e a ameaça ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, e à sua família causaram manifestações de repúdio do presidente Michel Temer e de pré-candidatos às eleições presidenciais de outubro. “É uma pena que tenha acontecido isso. Ficamos no país com essa coisa raivosa, isso não é útil”, disse Temer em entrevista à rádio Band News Vitória. “Agora, devo dizer também que na verdade essa onda de violência não foi pregada talvez por esses que tomaram essa providência. Talvez tenha começado lá atrás, e a história de uns contra outros cria essa dificuldade que gera atritos dessa natureza”, completou.

Dois ônibus da caravana de Lula foram atingidos por pelo menos três tiros na terça-feira, na estrada entre Laranjeiras do Sul e Quedas do Iguaçu. Um deles teve os pneus furados. Lula estava em outro veículo. O ônibus atingido levava jornalistas que acompanham a viagem do ex-presidente pelo Sul do país. Temer disse que atos como esse criam “clima de instabilidade” e pediu “paciência” durante o período eleitoral. “Vamos ter paciência, vamos discutir projetos. Podem fazer críticas, mas críticas verbais, não críticas físicas”, disse.

Temer comentou também a ameaça sofrida por Fachin. “É um clima muito ruim que acaba refletindo no próprio STF. Ainda ontem eu falava com o ministro da Segurança, Raul Jungmann, que está naturalmente preocupado com o dia 4, do julgamento da matéria relativa ao ex-presidente Lula. Estamos tomando todas as providências para que não haja conflitos”, disse.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles – possível candidato à Presidência pelo MDB – também condenou o ataque a Lula. “Numa democracia, resolvemos nossas divergências políticas nas eleições, através do debate e do respeito ao resultado eleitoral. O que aconteceu no Paraná foi um atentado contra a liberdade de expressão de um líder político e isso é inadmissível numa democracia”, escreveu o ministro no Twitter.

Outro pré-candidato à Presidência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, usou a mesma ferramenta para se retratar da sua fala no dia anterior, quando afirmou que os tiros contra a caravana eram resultado da política do “nós contra eles” adotada pelo PT e que o partido “colhia o que plantou”. “Toda forma de violência tem que ser condenada. É papel das autoridades apurar e punir os tiros contra a caravana do PT. E é papel de homens públicos pregar a paz e a união entre os brasileiros. O país está cansado de divisão e da convocação ao conflito”, escreveu o governador em sua conta no Twitter.

Outros presidenciáveis também condenaram o ataque. “O ataque criminoso à caravana do ex-presidente Lula é absurdo e deve ser investigado com rigor”, escreveu Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT. “ O nome disso é atentado. O nome disso é fascismo”, escreveu Manuela D’Avila (PCdoB).

GALINHEIRO
O único presidenciável que não condenou o ataque a Lula foi o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora está por aí colhendo ovos por onde passa”, ironizou o parlamentar em cima de um carro de som estacionado em frente ao aeroporto de Curitiba. O deputado não citou o atentado a tiros. Coube ao deputado Fernando Francischini (PSL-PR) falar sobre o assunto. Ele sugeriu que o ataque foi uma simulação. O pré-candidato foi carregado nos braços pelos manifestantes da área de desembarque até o carro de som que o aguardava na porta do aeroporto. Durante o trajeto,ele recebeu um boneco do ex-presidente, contra o qual ele simulou agressões.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). “Uma ameaça a um ex-presidente da República, a um ministro da Suprema Corte, a um senador é também ameaça à democracia do país. Não vamos tolerar, eu tenho convicção de que vamos encontrar os culpados e punir esses culpados”, disse. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também criticou: “É gravíssimo o que aconteceu. Sou adversário, mas devemos ser adversários no debate, não achando graça em inviabilizar que ele [Lula] passe por uma estrada”, disse. Ele também condenou as ameaças ao ministro Edson Fachin. “Imagina se a decisão da Justiça pode ser pautada por qualquer pressão, ainda mais dessa forma? Chegamos de fato na beira do precipício. O Estado brasileiro precisa reagir.”

Lula cancelou sua passagem por Guarapuava (PR) na manhã de ontem, após o ataque a dois ônibus de sua caravana. O presidente do partido na cidade, Antenor Gomes de Lima, divulgou comunicado nas redes sociais afirmando que o cancelamento foi decidido por medo de novos ataques à caravana e para preservar a segurança de Lula. “A gente evitou que houvesse violência maior aqui em Guarapuava”, disse Gomes. “Nos perdoem, a gente tinha que preservar algo maior, que é a segurança dos guarapuavanos e do presidente Lula, que vem sendo ameaçado por esses que têm medo de perder a eleição”, disse o presidente do diretório.

 


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