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Estado de Minas ELEIÇÕES

Partidos já articulam nomes para a disputa pelo governo do estado em 2018

Tema entra na agenda dos políticos, que já se apresentam para a corrida eleitoral. Cenário incerto para a reeleição abre espaço para a colocação de nomes


postado em 19/03/2017 00:12 / atualizado em 19/03/2017 07:37


Mesmo distante no calendário e com uma série de pendências para que o quadro de 2018 comece a se desenhar, a sucessão ao governo de Minas Gerais está literalmente na agenda dos principais nomes cotados para concorrer ao comando do Palácio Tiradentes. Se o governador Fernando Pimentel (PT) tem se aproximado dos municípios em eventos oficiais para entrega de equipamentos públicos, outros prováveis candidatos a sucedê-lo, como o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) e o ex-deputado estadual Dinis Pinheiro (PP), apostam no corpo a corpo pelo interior e abusam das redes sociais para se manter vivos no jogo. Paralelo à movimentação, o senador Antônio Anastasia (PSDB) tenta se manter de fora do tabuleiro, embora seja considerado uma das peças-chave para definir o rumo da eleição.

O principal ponto para os partidos é saber se o governador Fernando Pimentel terminará ou não o mandato e se concorrerá à reeleição. Investigado na Operação Acrônimo, o petista é alvo de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que definirá se ele pode ou não virar réu e permanecer no cargo. Dessa situação depende, por exemplo, qual grupo do PMDB terá mais força, seja para emplacar candidatura própria ou tentar mais uma eleição com a vaga de vice-governador. O PSDB também pode se juntar a uma candidatura alinhada ou de oposição, dependendo de quem for o titular. Na avaliação dos envolvidos, tudo pode acontecer.

O PSDB tem no senador Antonio Anastasia o candidato dos sonhos. Esbarra, porém, na falta de disposição do principal envolvido em voltar para um cargo no Executivo. No ano passado, ele não topou concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte e os tucanos foram mais uma vez derrotados nas eleições.

Também quer entrar no páreo o prefeito de Betim, Vittório Mediolli (PHS), um dos principais aliados do prefeito de BH, Alexandre Kalil, na campanha para a Prefeitura de Belo Horizonte. Mas o próprio Kalil é o nome mais forte do PHS, caso descida sair da PBH para tentar o Palácio Tiradentes. O PSOL também está de olho na disputa e pretende lançar um candidato novo, de preferência em uma frente de esquerda.

Divisão e busca de visibilidade

O PMDB está de olho na disputa pelo governo estadual, mas, no partido, a divisão impera. Enquanto o grupo formado pela maioria dos deputados federais, alinhado ao vice-governador Antônio Andrade, quer candidatura própria, a bancada estadual trabalha por uma aliança pela reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). Nesse caso, o nome trabalhado para ser vice na chapa é o do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes. “Vamos trabalhar por uma candidatura própria, o nome ainda não podemos falar”, afirmou o vice-governador Antônio Andrade, que preside o partido pelo menos até dezembro, quando a legenda renova ou não seu mandato de dirigente partidário.

Deputado Tadeuzinho Leite quer aliança com PT e expõe racha no PMDB(foto: Luiz Ribeiro/EM/D. A Press - 4/10/10)
Deputado Tadeuzinho Leite quer aliança com PT e expõe racha no PMDB (foto: Luiz Ribeiro/EM/D. A Press - 4/10/10)
Sobre a motivação para tentar um voo solo, Andrade afirma apenas que o PMDB é um grande partido e, como tal, deve se apresentar. Questionado sobre as diferenças com Pimentel, disse que “a relação está ok.” Outro que fala em candidatura própria do PMDB ao governo é o presidente municipal da legenda, deputado federal Leonardo Quintão. “Todo partido tem que ter candidato”, diz. Como nomes possíveis ele cita Antônio Andrade e Adalclever. Já o líder da maioria na Assembleia, deputado Tadeuzinho Leite, diz que a prioridade é reeditar a aliança com Pimentel. “O natural é manter essa parceria com o governador. Estamos há dois anos e meio unidos e a bancada estadual na Assembleia está 100% coesa com o governo. Obviamente ele sendo candidato a reeleição, o que esperamos que ocorra, estaremos com ele”, diz. O deputado admite que existem “opiniões divergentes”, mas garante que a maioria do partido quer seguir junto com o Palácio Tiradentes. “Até porque fomos eleitos juntos”.

Embora todos os gestos da bancada sejam no sentido de emplacar o nome de Adalclever como vice-governador, oficialmente, os parlamentares dizem que ainda é cedo para pensar em um nome para oferecer. Nos bastidores, o grupo de Adalclever trabalha para tentar tirar o vice-governador do comando da legenda no estado, o que facilitaria a repetição da dobradinha com o PT.

Ex-prefeito no páreo

Quem corre por fora e, por enquanto, isolado é o ex-prefeito e presidente do PSB mineiro, Marcio Lacerda. Ele teve o nome lançado como pré-candidato ao governo pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, que colocou a eleição em Minas Gerais como uma prioridade para os socialistas. Desde que deixou a PBH, em 31 de dezembro, Lacerda tem viajado o país como presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), cargo que ocupa até abril, e postado frequentemente suas ações como prefeito em sua página no Facebook.

A articulação para assumir o comando da frente teve como um dos motivos garantir visibilidade no estado após o fim de sua gestão. O ex-prefeito dedica atenção especial ao interior de Minas e à Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Já foi Contagem, Divinópolis, Muriaé, e as agendas continuam com Uberaba, Uberlândia, Poços de Caldas, Juiz de Fora e Almenara. Oficialmente, as visitas são para divulgar um grande congresso da FNP em abril, mas Lacerda já admite que é pré-candidato ao Governo de Minas.

No PSB, a avaliação é que, mesmo com a trapalhada na eleição municipal que acabou levando o candidato apoiado pelo prefeito, o vice Délio Malheiros (PSD), a terminar o pleito em quinto lugar, com menos de 6% dos votos, a legenda teve um bom resultado em votação no estado. O partido acredita, ainda, que sem cargo Lacerda terá mais mobilidade para se apresentar.

“Estamos muito longe ainda. Minha pré-candidatura reflete uma visão estratégica do partido a nível nacional neste momento. Naturalmente, daqui a um ano teremos pesquisas de opinião e o movimento do partido vai estar mais claro”, afirma Lacerda. O ex-prefeito disse que ninguém é candidato de si mesmo, é preciso observar os partidos e a sociedade, além de ter uma visão de futuro e programa de governo. Lacerda afirma ser cedo para falar em alianças, mas, mesmo com a briga pública que teve com o PSDB, não considera uma nova aproximação descartada.

Nomes que ainda correm por fora

O ex-presidente da Assembleia deputado Dinis Pinheiro (PP) é outro que se movimenta, participando de constantes encontros com lideranças municipais e mantendo conversas com grupos políticos nos bastidores. Em seu Facebook, Dinis Pinheiro se arriscou até mesmo a dar dicas de empreendedorismo. Junto do ex-governador Alberto Pinto Coelho, visitou no início do ano as cidades como Varginha, Sabará e Paracatu. A movimentação está intensa. Em dezembro do ano passado, Dinis Pinheiro foi a Uberlândia receber moção de aplauso e, em Governador Valadares, participou de encontro de prefeitos.

Um outro nome também citado em uma possível aliança com Pimentel, caso ele seja afastado do governo, é o do prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS). No entanto, integrantes do PHS e aliados do prefeito acham essa chance remota, pois o desejo de Kalil é de terminar o mandato, promessa feita por ele durante a campanha. No PHS, o nome interessado em participar dessa disputa é o do prefeito de Betim, Vittório Mediolli. “Ele é um player importante nesse cenário”, avaliou um político do PHS que pediu anonimato.

Frente de esquerda

Quem também estará na disputa, mas ainda sem candidato definido, é o PSOL mineiro. O partido que elegeu a vereadora mais bem votada da capital nas eleições de 2016, Áurea Carolina, está em busca de um nome para 2016. De acordo com a presidente do PSOL mineiro, Sara Azevedo, o partido “terá candidata ou candidato” ao Governo de Minas, de preferência em uma aliança com outras legendas de esquerda. “Mas ainda não definimos nomes. Estamos em busca de novos filiados para o partido. O que não queremos é repetir o velho”, afirma.


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