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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida

Ora, liberar as emendas individuais dos 513 deputados, para tentar manter a base %u201Cunida%u201D ao governo. A conta? Nada menos que R$ 3,3 bilhões


postado em 25/06/2016 12:00 / atualizado em 25/06/2016 07:26

Emendas para o "reino unido"

Desta vez, a primeira notícia passa longe da política brasileira. Vai parar na Europa. O Reino “Unido” decide abandonar a “União” Europeia. Parece piada pronta, mas é coisa séria. O reino, que abriga também Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, está mais desunido do que nunca. Os habitantes dos parceiros da Inglaterra votaram em peso pela manutenção da presença no bloco. E a decisão coloca mais fogo na fogueira, já que é grande o número de escoceses que se aproveitam do “bloco” para trabalhar com salários mais baixos, o que pressiona também os vencimentos dos ingleses.

A notícia inglesa, de fato, passa longe, mas o que tem isso a ver com o Brasil? Resposta rápida: a base de apoio ao presidente em exercício Michel Temer (PMDB) no Congresso, já que alguns partidos ameaçam deixar o “bloco” governista.

E o que o presidente em exercício Michel Temer vai fazer? Ora, liberar as emendas individuais dos 513 deputados, para tentar manter a base “unida” ao governo. A conta? Nada menos que R$ 3,3 bilhões, do seu, do meu, do nosso dinheirinho pago em altíssimos impostos.

O agrado presidencial vai doer no bolso dos brasileiros, mas Temer está mais preocupado com outras coisas. “É um fato doloroso e eu quero lamentar publicamente a prisão dele”, declarou, a respeito da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Ressalvou, no entanto, que “de qualquer maneira, é preciso prestar obediência às decisões judiciais”. Não poderia mesmo deixar de ser assim, ainda mais para quem está na mira da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na verdade, Temer deveria era lamentar a situação econômica brasileira, mas tem, pelo menos, um motivo justo para sua fala: “Vi a declaração de Gleisi (senadora Gleisi Hoffmann – PT-PR –, também na mira do Ministério Público) de que ele (Paulo Bernardo) foi detido na frente dos filhos”.

O casal tem dois filhos adolescentes. Até o computador deles a Polícia Federal levou. Seria mesmo necessário? Ou será excesso de zelo dos agentes? Das duas, escolha uma. Não há outra hipótese. A não ser que a PF ache que, para despistar, o computador deles guarda segredos. Duvido!

De qualquer forma, os brasileiros continuam assistindo – tantas foram as vezes que o mesmo comentário foi feito, daí o continuam – a cada dia, uma nova etapa das mazelas políticas do país.

Ambiente hostil
Em greve há quase 40 dias, servidores do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) ocuparam o plenarinho da Assembleia Legislativa na audiência pública da Comissão Extraordinária das Barragens. Como ainda aguardam resposta para o pedido de revisão do plano de carreira, aproveitaram as atenções voltadas para o rompimento da barragem da Samarco para lembrar que estão, até hoje, sem resposta do governo. Em meio a gritos de protesto, denunciaram que os R$ 300 pagos como auxílio-refeição foram somados às suas remunerações e caem no parcelamento dos salários determinado pelo Executivo.

Contra a fusão
Cinco deputados estaduais que integram comissões na Assembleia Legislativa apresentaram na Comissão de Desenvolvimento Econômico requerimento pedindo realização de audiência pública para discutir a proposta de fusão do Departamento de Obras Públicas (Deop) ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) prevista na reforma administrativa. A decisão dos deputados foi comunicada aos servidores do Deop contrários à medida, que, mais uma vez esta semana, lotaram as galerias do plenário. A expectativa é de que a audiência seja realizada quinta-feira.

Não toma jeito
O ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu já foi condenado no escândalo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas não aprendeu a lição, talvez porque nunca cumpriu a pena, por prescrição. Agora, procuradores da Operação Lava-Jato denunciaram Genu por formação de “organização criminosa” – leia-se formação de quadrilha –, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os investigadores estimam que o ex-tesoureiro (é, faz sentido) embolsou nada menos que R$ 6 milhões.

Até a oposição
Ácido crítico de governos e colegas petistas na Câmara dos Deputados que não perde a oportunidade de chutar o balde, o deputado José Carlos Aleluia, desta vez, optou por sair em defesa da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). E olha que ele é presidente do DEM na Bahia, nada a ver com o Paraná. Mas Aleluia não deixou barato: “É desrespeito à Constituição na execução do mandado de busca e apreensão à residência de Gleisi Hoffmann. No local reside uma senadora e cabe apenas ao Supremo Tribunal Federal expedição da ordem de busca e apreensão em residência de membro do Congresso”.

“Amicus Curiae”
Que diabo é isso? É o que pediu o governador Fernando Pimentel (PT) na ação movida pelo DEM em que governadores podem ser afastados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sem aval da Assembleia Legislativa. Pimentel tentou se posicionar em processo do qual não é parte. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou o pedido. Alegou que a ação não tem fundamento por se tratar de “modalidade típica de intervenção de terceiros”.  Em tempo: “Amicus Curiae” é “Amigo da Corte”.

PINGAFOGO

Como ninguém é de ferro, depois de uma semana cheia, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) decretou descanso ontem, sexta-feira. Sua agenda: “Sem compromissos oficiais”.

Já o prefeito Marcio Lacerda (PSB) tem agenda hoje: inaugura a Umei Castelo de Crato, no Bairro Castelo, às 10h, e o Centro de Saúde Padre Tiago, no Bairro São José, em seguida.

É, trabalhando sábado, jeitinho de candidato a governador em 2018. Mas à tarde, já que ninguém é de ferro, Lacerda não tem agenda.

Oportunismo puro, mas este até é pertinente. O líder do PRB na Câmara dos Deputados, Márcio Marinho (BA), discorda do comunicado da Secretaria-Geral da Mesa que os deputados ficarão de folga semana que vem.

A queixa se baseia na decisão do presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PMDB-MA), de que, entre 27 de junho e 1º de julho, não haverá sessões deliberativas. É, mas festa junina, principalmente no Nordeste, tem. Não é Waldir “Maranhão”?


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