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Estado de Minas

Dilma pede "mobilização permanente contra o golpe"

A presidente Dilma foi intimada nesta quinta-feira a deixar o Palácio do Planalto. Antes de deixar o local, ela fez um pronunciamento afirmando que "jamais desistirá de lutar"


postado em 12/05/2016 11:30 / atualizado em 12/05/2016 17:13

Presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento no Palácio do Planalto, após se notificado pelo Senado sobre seu afastamento do cargo(foto: Evaristo Sá)
Presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento no Palácio do Planalto, após se notificado pelo Senado sobre seu afastamento do cargo (foto: Evaristo Sá)

A presidente Dilma Rousseff (PT) pediu na manhã desta quinta-feira, após ser notificada sobre o afastamento do exercício da Presidência da República, para que os "cidadãos e cidadãs mantenham-se mobilizados, unidos e em paz". "A luta pela democracia não tem data para terminar. Ela exige de nós luta constante. A luta contra o golpe é longa. É uma luta que pode ser vencida e nós vamos vencer. Vamos mostrar ao mundo que há milhões de defensores da democracia em nosso país. A história é feita de luta, a democracia é o lado certo. Jamais desistirei de lutar".

A presidente também disse durante o pronunciamento, que fez no Palácio do Planalto, que está sendo vítima de uma das "maiores brutalidades" que se pode cometer contra alguém, que é a punição sem que se tenha cometido crime algum. "Injustiça cometida é algo irreparável", lamentou a presidente.

Dilma também mandou um recado para o vice-presidente Michel Temer (PMDB), sem citar o nome do peemedebista, que assumirá a Presidência da República ainda nesta quinta-feira. "O governo que nasce de um golpe será a continuidade da crise que vive o país". Dilma também disse que o destino sempre a reservou "muitos desafios". "Já sofri muitas dores e sinto a maior das dores, a de ser vítima de uma injustiça. Mas não esmoreço, olho para trás e vejo tudo que fizemos e olho para frente e vejo tudo que faremos".

Blazer branco

 

Antes de começar o pronunciamento, Dilma que chegou trajando um blazer branco, aguardou alguns minutos antes de falar. A espera  foi  o tempo para que a  plateia de militantes e aliados do governo se manifestassem com aplausos e gritos de "guerreira da pátria brasileira".


"Fui eleita presidente por 54 milhões de cidadãs e cidadãos. É nesta condição que me dirijo a vocês neste momento da democracia brasileira. O que está em jogo não é só o meu mandato, é o respeito à decisão soberana das urnas, às conquistas dos últimos 13 anos (se referindo aos dois mandatos petistas, dela própria e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva)", disse a presidente.

A presidente disse também que, mais uma vez, ia esclarecer "os fatos e os riscos para o país de um impeachment fraudulento, um verdadeiro golpe". "Não cometi crime de responsabilidade, não tenho contas no exterior, nunca recebi propina, jamais compactuei com a corrupção", reiterou.

De acordo com a presidente, conspiraram contra o governo dela. "Mergulharam o país numa instabilidade permanente. O objetivo foi de impedir que eu governasse para forjar o golpe", reclamou Dilma.

Erros

"Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada injustamente por fazer tudo que a lei me permitiu. Atos idênticos foram praticados por presidentes que me antecederam. Não eram crime e não são crimes agora", afirmou Dilma.

Despedida


O Palácio do Planalto preparou uma cerimônia no gabinete presidencial, no terceiro andar do prédio, onde Dilma recebeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, autoridades e personalidades aliadas para assinar a notificação, entregue pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado.

Após o pronunciamento, Dilma saiu do Palácio do Planalto pela porta principal do prédio, no térreo, sem usar a rampa. Ela estava acompanhada de ex-ministros, parlamentares da base aliada e um grupo de mulheres. Movimentos sociais que apoiam os governos petistas a aguardavam.

Fora do Palácio do Planalto, a presidenta afastada fez um discurso, na Praça dos Três Podres, em que afirmou  ser vítima de uma injustiça, a exemplo do tem reiterado nas últimas semanas.  Manifestantes gritaram "fora Temer", interrompendo o discurso da presidente, que reiterou estar sendo vítima de uma injustiça.

Palácio da Alvorada


Após os dois atos,  pronunciamento, Dilma seguiu de carro até o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, a poucos quilômetros do Planalto, onde vai permanecer durante o tempo em que deve ficar afastada. O prazo máximo é de 180 dias,  tempo para que o Senado analise e julgue em definitvo o afastamento ou não da presidente do cargo.

Direitos

Até a decisão definitiva do seu julgamento no Senado, que deverá correr no prazo máximo de 180 dias, Dilma terá direito a permanecer na residência oficial, com segurança pessoal, assistência à saúde, transporte aéreo e terrestre, remuneração e assessores.


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