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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida - Catar os cacos no domingo à noite


postado em 11/08/2015 12:00 / atualizado em 11/08/2015 12:52



Reunião convocada pela presidente Dilma Rousseff (PT) com ministros e líderes do governo para domingo à noite no Palácio da Alvorada é sinal de que é mesmo grave a crise política. Prova disso é a declaração do ministro-chefe de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva. Depois de avisar que a reforma ministerial não sairá de uma hora para outra, admitiu a fragilidade da base de sustentação do governo no Congresso. E que haverá uma tentativa de recompor a situação de fidelidade. Pode ser tarde demais.


Ainda que esteja disposta a conversar com líderes do PTB e do PDT que deixaram a base governista e se tornaram – por enquanto – independentes, é pouco provável que a presidente Dilma consiga sucesso. O clima político não é propício para um recuo neste momento.


Se a política está frágil, a economia patina. Os juros estão nas alturas, dólar e bolsas oscilam ao sabor das especulações. Já tem estado rico, como o Rio Grande do Sul atrasando o pagamento da folha dos servidores. E vários outros estados estão fazendo enorme esforço – até com malabarismos fiscais – para não entrar pelo mesmo caminho.


De fato, é cenário que justifica reunião à noite em pleno domingo no Palácio da Alvorada. A questão é: os problemas têm solução? Na verdade, eles se acumulam. Da guerra de guerrilha do governo com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e à base esfacelada na Casa. O pedido de socorro ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), surtirá efeito na Casa? E a que custo?


E no Maranhão, ontem, onde foi (de novo!) entregar unidades do Minha casa, minha vida, Dilma fez um apelo: “No vale-tudo, quem acaba sendo atingido pela torcida que eu já disse, do ‘quanto pior, melhor’, é a população do país, dos estados e dos municípios”. Ah! Então não é o governo que atinge os brasileiros desempregados e os empresários com placas de “passa-se o ponto”.

 

"Se você quer me chamar de base, pode saber que tenho uma postura independente. Só voto o que é importante para a nação"

 Do deputado Lincoln Portela (PR-MG), quando indagado se seu partido vai
continuar firme na base de sustentação da presidente Dilma Rousseff (PT). Pelo jeito...

 

Caldo grosso
Com baixíssimos índices de popularidade nas pesquisas de avaliação do governo, mesmo entre os eleitores que declaram simpatia ao PT, a presidente Dilma Rousseff (PT) faz planos de alto risco em um momento de turbulência na política. Quer envolver entidades de trabalhadores umbilicalmente ligadas aos petistas como contraponto às manifestações contra o seu governo marcadas para sexta-feira. Hoje, tem encontro marcado com a Marcha das Margaridas, de trabalhadoras rurais. Na quinta é a vez da UNE e do MST. E domingo o protesto. Tomara que tudo seja pacífico.

Tem explicação?

Quem deve passar apertado na Comissão de Tributação e Finanças da Câmara dos Deputados hoje – se aparecer, é claro – é o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele foi convidado para explicar as declarações que deu sobre as pedaladas fiscais promovidas pelo governo nas contas do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES. A dívida passou de
R$ 40 bilhões.

 

Malas prontas
É praticamente certa que será infrutífera a tentativa da presidente Dilma Rousseff (PT), anunciada domingo, de tenta atrair de volta à sua base governista o PDT. Aliás, é esta a posição do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, e da ampla maioria da bancada na Câmara dos Deputados. Eles estavam ontem em São Paulo para acertarem os detalhes e traçar a estratégia, já que Manoel Dias (foto) continua ministro do Trabalho. Por enquanto. Se Dilma insistir, podem ser usadas pelos pedetistas as famosas palavras do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) na semana passada da tribuna.

Malas abertas

Já no PTB, que também se afastou da base junto com o PDT, a conversa com a presidente Dilma Rousseff (PT) pode ser mais amena. A senha está na declaração do líder petebista na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (GO), pouco depois de fazer o anúncio. “O PTB pretende discutir as relações”. É a porta aberta. Se afasta do governo, apresenta a fatura – que certamente não sairá barata – ganha uns cargos aqui, recebe umas emendas ali e volta ao colo do bloco governista.

 

PINGAFOGO

 

“Nós dizíamos que o País estava a beira de uma crise. Mas naquele momento disseram que estávamos errados. Hoje se vê que a crise é muito maior”. As palavras são da ex-ministra Marina Silva (PSB), que vinha preservando o governo Dilma.

A declaração foi dada em Recife (PE), onde Marina Silva foi participar das homenagens ao Eduardo Campos um ano depois de sua trágica morte na campanha eleitoral em que Marina era sua companheira de chapa.

No lançamento da Frente Mineira pelo Brasil, a normalmente comedida deputada Jô Moraes (PCdoB), desta vez exagerou: “É Minas que se levanta em defesa do Brasil para barrar o golpismo, isolá-lo e derrotá-lo”.

Jô Moraes também propôs um gesto de abraço ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em razão do atentado à bomba contra o instituto que leva o seu nome, em São Paulo. E, é claro que foi ovacionada pelo público presente.

Volta aos trabalhos na Câmara dos Deputados. Volta aos trabalhos que a presidente Dilma Rousseff (PT) terá com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Não foi à toa que a própria presidente Dilma se adiantou e fez questão de fazer um apelo publicamente contra o vale-tudo na política. E defendeu que os brasileiros e os governos devem ter o país como o primeiro foco.

 


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