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Estado de Minas

"Eu não represento o PT", diz Dilma

Presidente afirma que representa o país e que a opinião do partido não a influencia. Em conversa com jornalistas, prometeu apertar o controle da inflação e cortar despesas


postado em 07/11/2014 06:00 / atualizado em 07/11/2014 07:39

A opinião do PT é a opinião do partido, não me influencia. Eu represento o país, não sou presidente do PT, sou presidente dos brasileiros(foto: Andre Coelho/Agencia O Globo)
A opinião do PT é a opinião do partido, não me influencia. Eu represento o país, não sou presidente do PT, sou presidente dos brasileiros (foto: Andre Coelho/Agencia O Globo)
Durante conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, ontem à tarde, a presidente Dilma Rousseff negou apoiar a resolução de seu partido, o PT, que faz críticas duras ao candidato derrotado Aécio Neves (PSDB), prega um projeto de “hegemonia” petista na sociedade e a regulação da mídia. “Eu não represento o PT”, disse. “Eu represento a Presidência. A opinião do PT é a opinião do partido, não me influencia. Eu represento o país, não sou presidente do PT, sou presidente dos brasileiros”, afirmou. O tema foi levantado quando a presidente fazia a defesa do diálogo. “Eu não estou propondo nenhum diálogo metafísico. Quero discutir propostas”, afirmou Dilma.

A resolução petista, aprovada pela Executiva Nacional do partido na segunda-feira, afirma que Aécio estimulou “forças neoliberais” com nostalgia da ditadura militar, racismo e machismo. Para Dilma, é uma queixa partidária. “É deles, é típico (dos partidos)”, afirmou, ressaltando que a oposição também é acusada da mesma agressividade.

Ao falar sobre o crescimento da economia, a presidente disse que o governo vai “ter de fazer o dever de casa” e apertar o controle da inflação. Ela sinalizou que o controle será feito por meio de cortes de despesas e não necessariamente só com o aumento das taxas de juros. “Vamos olhar todas as contas com lupa e ver o que pode ser reduzido e o que pode ser cortado. Temos que fazer um ajuste em várias coisas, várias contas podem ser reduzidas. Minha visão de corte de gastos não é similar àquela maluca de choque de gestão”, disse Dilma. Ela adiantou que “não pretende mexer nos intervalos de tolerância da meta de inflação”, tampouco no seu centro, de 4,5%.

Para Dilma, não há “receita prontinha” para recolocar o Produto Interno Bruto (PIB) nos trilhos. Mas prometeu “não desempregar” no Brasil com a fórmula que adotará para reverter a desaceleração. “Temos que fazer ajustes em várias coisas, não é só cortar gastos”, afirmou Dilma, recusando-se a dar mais detalhes. “A minha esperança é que o Brasil terá uma recuperação. Enquanto isso, espero que o mundo também tenha.”

Conforme pregou durante a campanha eleitoral, Dilma também defendeu a manutenção do número de ministérios. “Essa história de cortar ministério é lorota.”

Petrobras

Perguntada sobre a Operação Lava a Jato que investiga corrupção na Petrobras, a presidente afirmou que se trata de uma oportunidade para “acabar com a impunidade no país”. “Não vou engavetar nada, não vou pressionar para não investigar. Quero todos os responsáveis punidos”, afirmou Dilma. Segundo ela, o compromisso do governo é com as instituições e com a democracia. “Acho fundamental a separação dos poderes, a independência do Executivo, do Legislativo e do Judiciário”, afirmou. Segundo ela, as instituições estão funcionado e as eleições são produto disso. “Nós avançamos muito, somos exemplo de uma grande democracia. O eleitor não é de ninguém, ninguém é dono do eleitor. Se tem um momento que todos somos iguais é na urna. A visão de que o eleitor é meu é ultrapassada, é patrimonialista.”

Regulação da mídia

O governo federal quer discutir a regulação econômica da mídia a partir do segundo semestre do ano que vem, mas não vai apresentar um projeto pronto para enviar ao Congresso. Segundo a presidente Dilma Rousseff, apesar da pressão do PT neste sentido, o ideal é que haja “uma ampla discussão” com a sociedade. Para ela, deve haver consultas públicas, inclusive por meio da internet, e reuniões setoriais com os grupos interessados.  Ela voltou a negar aos jornalistas, ontem, qualquer ideia de regulação de conteúdo. “Isso eu repudio”, afirmou Dilma. “A liberdade de expressão é uma grande conquista.” Mas, pela primeira vez, avançou no que considera regulação econômica da mídia. “Oligopólio e monopólio”, afirmou a presidente. "Por que qualquer setor tem regulações e a mídia não pode ter?”, afirmou, citando a regulação draconiana existente no Reino Unido. “Do meu ponto de vista, uma das mais duras que tem. Não quero para nós uma regulação tal qual a inglesa ou a americana”, disse

Bolivarianismo

“Querido, essa história de bolivarianismo está eivada de camadas de preconceitos contra o meu governo”, afirmou Dilma, usando o tratamento que dá quando quer ser assertiva. “O uso ideológico de certas categorias distorce a compreensão da realidade”, afirmou. “O mais estarrecedor é que cheguei à conclusão de que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, integrado pelo PIB brasileiro, é bolivariano”, brincou, comentando a rejeição pelo Congresso sob alegação de “bolivarianismo” do decreto que instituía uma política nacional para estimular participação popular por meio de conselhos.


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