A menos de um mês da eleição, os apoiadores da campanha presidencial de Marina Silva (PSB) criaram uma agenda paralela para divulgar o programa de governo e quebrar as resistências em relação à candidata. Chamados de "vocalizadores", os "porta-vozes" de Marina estão há pelo menos 10 dias participando de eventos com diversos setores da sociedade, principalmente com empresários e investidores.
O objetivo dos "porta-vozes do programa" é fazer contato com os mais variados segmentos, como serviços, comércio, indústria, financeiro, construção civil, agronegócio, social e petróleo e gás. A campanha faz uma agenda a partir dos convites recebidos para apresentação do programa de governo. Dependendo do tema do evento, os coordenadores se dividem para as apresentações. "Estamos fazendo conversas com todos os setores que querem entender detalhes do programa", explicou Capobianco.
No caso da Merryl Lynch, segundo os aliados da ex-senadora, o convite veio do banco e não previa mais que 200 pessoas. Com a demanda em alta para mais apresentações, a agenda será intensificada. Os colaboradores acreditam que a campanha vem conseguindo passar credibilidade e mostrar que Marina pode ter uma equipe de auxiliares qualificada para conduzir um futuro governo. "Estamos mostrando que o governo pode produzir estabilidade e confiança. Agora não é mais resistência, é empolgação", disse Feldman.
Os coordenadores dizem que o objetivo primordial dos encontros não é alavancar a arrecadação da campanha, mas sim detalhar as propostas de Marina. Com o aumento do interesse dos empresários e investidores, a campanha já sente um aumento no volume de doações para o comitê financeiro. "É muito menos que o da Dilma, mas é mais que a (arrecadação) do Eduardo", resumiu Bazileu.