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Estado de Minas

Ministro diz que delação é tentativa de mudar eleição; presidenciáveis reagem a denúncias

Aécio Neves defendeu que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa volte a depor na CPI e cobrou manifestação mais contundente da presidente Dilma Rousseff


postado em 07/09/2014 16:36 / atualizado em 07/09/2014 16:49

(foto: Igo Estrela/Coligacao Muda Brasil; JOSE PATRICIO/ESTADAO CONTEUDO SP; FERNANDO GOMES/Agencia RBS/ESTADAO CONTEUDO)
(foto: Igo Estrela/Coligacao Muda Brasil; JOSE PATRICIO/ESTADAO CONTEUDO SP; FERNANDO GOMES/Agencia RBS/ESTADAO CONTEUDO)

O vazamento 'parcial' dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Polícia Federal e ao Ministério Público, segundo os quais os desvios de recursos na estatal irrigaram o caixa dos partidos da base aliada, são "um pouco de desespero para mudar o rumo da campanha", disse neste domingo, 7, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, após o encerramento do desfile de Sete de Setembro, Dia da Independência.

"Vazamento sempre é condenável porque pode ter sido feito por advogado de réu para protegê-lo", disse. Ele acrescentou que, por enquanto, as informações são precárias e frisou que o governo não pode agir em cima de "boataria" e "denúncia que no momento é sem comprovação, sem fundamento". "Ninguém tem de ficar muito preocupado enquanto não tiver acesso ao inteiro teor dessa dita denúncia", minimizou.

Segundo a revista Veja desta semana, o ex-diretor da Petrobras teria mencionado vários nomes de supostos beneficiários do esquema. É o caso dos governadores do Maranhão, Roseana Sarney, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, além do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13. "Um está morto e não pode nem se defender", disse Carvalho.

Questionado sobre o fato de a denúncia atingir em cheio a base aliada do governo no Congresso, o ministro reagiu: "Meu irmão, eu não aceito e não posso tomar como denúncia contra a base aliada uma boataria de um vazamento de um procedimento que eu não sei qual é". O papel desses partidos, acrescentou, é estar "perfilado em apoio aos projetos que estão mudando o País". A campanha, avaliou, não será afetada.

Carvalho acrescentou ainda que "sem a reforma política e sem acabar com o financiamento empresarial de campanha, não temos como acabar com a corrupção". Segundo ele, "isso (corrupção) é com todos os partidos. Infelizmente, não há nenhuma exceção". A partir de amanhã, o ministro entrará em férias para auxiliar na interlocução com os movimentos sociais.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou fazer comentários sobre o caso, alegando que o inquérito corre em sigilo. "Não se pode fazer nenhuma valoração a respeito", disse. Mas ele ressaltou que "é muito importante que se faça a investigação e se esclareça". E desconversou ao ser perguntado se haveria agilidade na investigação. "A Polícia Federal e o Ministério Público estão fazendo as apurações dentro daquilo que a lei determina."

Aécio cobra reação
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, defendeu que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa volte a depor na CPI que investiga irregularidades na estatal e cobrou manifestação mais contundente da presidente Dilma Rousseff. "Não dá para dizer que não sabia", afirmou o tucano, referindo-se a denúncias feitas por Costa da existência de um esquema de corrupção na Petrobras que envolvia governadores e parlamentares de partidos da base governista.

"A marca mais perversa do governo do PT é o aparelhamento do Estado. Eles querem se perpetuar no poder", disse Aécio, que voltou a chamar o episódio de "mensalão 2". O candidato visitou uma igreja evangélica, Ministério Flor de Lis, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, e se comprometeu com os fiéis a manter as posições contrárias à legalização do aborto e a descriminalização das drogas. O tucano se disse confiante de chegar ao segundo turno e vencer a disputa presidencial e lembrou o passado de Marina como militante do PT. O candidato criticou ainda o "silêncio" de Dilma e Marina, ministras do governo Lula, diante do escândalo do mensalão, que veio a público em 2005.

Dilma: acusação não lança suspeita sobre governo
Em meio à repercussão das revelações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff disse neste domingo que a lista de nomes apresentada "não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado". Dilma indicou, porém, que poderá tomar medidas "mais fortes" imediatamente, caso as denúncias sejam comprovadas.

No depoimento de delação premiada, Paulo Roberto Costa citou o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão; os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros - todos do PMDB -, além do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13.

"Meu querido, eu acho que (o nome de Lobão aparecer no depoimento de Paulo Roberto Costa) não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado", comentou Dilma em coletiva de imprensa concedida no Palácio da Alvorada neste domingo.

Questionada sobre a permanência de Lobão no governo, após a revelação da revista Veja, Dilma disse que não pode tomar "nenhuma providência" enquanto não tiver "todos os dados oficialmente entregues". "Não acredito que os dados que a imprensa tem fornecido são oficiais. Ao ter os dados, tomarei todas as providências cabíveis, todas as medidas inclusive se tiver de tomar medidas mais fortes", ressaltou.

Dilma disse ainda que não conversou com o ministro Lobão nos últimos dias. "Nem ele sabe do que é acusado, porque não está na matéria (da revista Veja). Ninguém sabe. Não pode ser assim o Brasil", observou. "E quero dizer mais: o governo tem tido em relação a essa questão (investigação da Petrobras) uma posição extremamente clara. Aliás, foram órgãos do governo que levaram a essa investigação. Foi a Polícia Federal, não caiu do céu. O governo está investigando essa questão."

Ex-ministra da Casa Civil e também de Minas e Energia, Dilma presidiu o Conselho de Administração da Petrobras na época da compra da refinaria de Pasadena (EUA). À PF, Costa disse que houve pagamento de propina nesse negócio, que causou prejuízo de US$ 792 milhões à empresa, de acordo com o Tribunal de Contas da União. Em março, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Dilma votou a favor da compra da refinaria, quando comandava o conselho da estatal. Questionada, ela disse que só aprovou a transação porque recebeu relatório "falho" sobre o assunto. Depois de vir à tona, o negócio passou a ser investigado por duas CPIs no Congresso.

Marina: vamos reagir com tranquilidade
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse que vai reagir às denúncias, como a citação do nome de Eduardo Campos em desvios de recursos da Petrobras, conversando com as pessoas. "Vamos reagir conversando com as pessoas e fazendo tudo até com muita tranquilidade, porque nós somos democratas e acreditamos na democracia", disse ela após caminhada no Parque da Independência, em São Paulo.

A candidata do PSB afirmou ainda, em resposta a uma eleitora e militante de outro partido, que está sendo muito agredida pela candidata do PT, Dilma Rousseff, e pelo PSDB, ao ser questionada sobre a citação do nome de Eduardo Campos, ex-cabeça de chapa do PSB, nos desvios de recursos da Petrobras. Beto Albuquerque, vice de Marina, acrescentou que durante o evento de hoje ficou claro que a população não está "nem um pouco feliz com os ataques da Dilma, ao contrário". "Em honra ao nome de Eduardo Campos vamos aguardar investigações", reforçou Albuquerque, em resposta à eleitora.

Marina disse ainda que não é cria de Lula, pois estudou e trabalhou. "Cada pessoa tem sua biografia. Não foi Lula quem me fez. Eu quem me fiz. Lula se fez por ele mesmo, assim como Aécio", acrescentou ela. Questionada pela eleitora sobre como ia governar, caso eleita, sem ajuda de corruptos, Marina disse que quer governar com a ajuda dos honestos e que "o PT e o PSDB que se conformaram". Durante caminhada, ela prometeu manter os programas sociais em curso, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, caso seja eleita.

Durante caminhada no Parque da Independência, Marina ouviu eleitores, posou para fotos e repetiu inúmeras vezes a frase "ajude a gente". Ela prometeu ainda fazer melhorias na educação e saúde. "Tudo que for bom será mantido", disse a candidata do PSB.

Além do candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque, ela estava acompanhada pelo deputado Walter Feldman, e agentes da Polícia Federal. O acompanhamento foi reforçado recentemente e está sendo feito em toda aparição da candidata. Campos havia recusado a ajuda, mas Marina e Albuquerque pediram esse tipo de proteção.

Com informações da Agência Estado


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