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Estado de Minas

Gravações registradas na caixa-preta não são do voo que terminou em tragédia

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela investigação, não sabe por que o aparelho não gravou as conversas entre os pilotos e a torre de comando


postado em 16/08/2014 06:00 / atualizado em 16/08/2014 07:49

Três dias depois do acidente aéreo que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e mais seis pessoas, as causas da queda do jato Cessna 560 permanecem obscuras. Ontem, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o áudio disponível no gravador de voz da caixa-perta do avião não corresponde ao voo que levava Campos e seus assessores do Rio de Janeiro a Santos. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela investigação, não sabe por que o aparelho não gravou as conversas entre os pilotos e a torre de comando. Sem as informações do diálogo na caixa-preta – equipamento considerado fundamental para a investigação –, os esclarecimentos sobre as razões da tragédia podem demorar bem mais tempo.


“As duas horas de áudio, capacidade máxima de gravação do equipamento, obtidas e validadas pelos técnicos, não correspondem ao voo realizado no dia 13 de agosto. Não é possível, até o momento, determinar a data dos diálogos registrados. As razões serão apuradas durante o processo de investigação”, informou a FAB, por meio de nota. Além da caixa-preta, a Força Aérea investigará alguns fatores relacionados aos pilotos do jato em que estava Eduardo Campos, se eles tinham excedido os limites máximos de voo permitidos na lei. Durante as investigações, serão ouvidos familiares dos pilotos para apurar se eles passavam por problemas pessoais.

Os peritos apontaram ontem que as características dos destroços indicam que a aeronave, ao cair, estava em “potência máxima”, o que aponta que o piloto tentou manter as condições de voo. As análises se basearam na cratera de quatro metros de profundidade aberta no local e os danos avaliados nas turbinas. A Aeronáutica e a Polícia Científica trabalham com a hipótese de “desorientação espacial” dos pilotos. Em meio às nuvens e ao mau tempo, eles teriam perdido a noção de onde estavam e por isso deixaram o avião mais baixo do que deveria. Os técnicos, no entanto, ressaltam que ainda é cedo para as conclusões e outras hipóteses, como panes na aeronave, continuam sendo investigadas.

Ontem, um investigador norte-americano da National Transportation Safety Board (NTSB), órgão dos Estados Unidos responsável pela investigação de acidentes aéreos, chegou a Santos acompanhado de técnicos da Federal Aviation Administration (FAA), órgão norte-americano equivalente à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O grupo acompanhará os trabalhos de apuração sobre o acidente que matou Eduardo Campos. Eles desembarcaram no Brasil com funcionários da Cessna, fabricante do avião que caiu na quarta-feira.

Em junho, um problema no mesmo jato que caiu na quarta-feira foi motivo de brincadeira por parte de Eduardo Campos. Durante compromisso de campanha em Maringá, no Paraná, a aeronave teve um problema elétrico poucos momentos antes de decolar e o candidato preferiu seguir com sua comitiva de carro até o local do compromisso. Ao lado de Marina Silva, então candidata à vice-presidência na chapa de Campos, o socialista se desculpou pelo atraso. “Nossa desculpas, íamos chegar rigorosamente no horário. Entramos num avião em Londrina e o avião não funcionou. Aí tivemos que arrumar um carro e o carro estava sem gasolina. Ainda bem que foi em solo (risos), se fosse ao contrário”, brincou Campos.

RECONSTITUIÇÃO


Ontem, a Polícia Federal (PF) fez um mapeamento de toda a área em que aconteceu o acidente por meio de drones que registram as imagens do local em 3D. Por meio de fotos e vídeos colhidos pelos veículos não tripulados da PF que sobrevoaram o local, será possível definir, entre outras coisas, qual foi a trajetória do avião antes da queda e as causas do desastre. Os equipamentos registrarão as marcas que a aeronave deixou nos prédios antes de cair. O trabalho com os drones e scaners da PF vai continuar nos próximos dias. As ruas foram fechadas na madrugada de ontem pela Polícia Militar e os federais começaram o levantamento no início da manhã. No final da manhã, a Defesa Civil de São Paulo e os bombeiros liberaram seis dos 11 imóveis que haviam sido interditados logo após o acidente, no Bairro do Boqueirão.


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