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Estado de Minas

CPI da Petrobras 'chapa branca' irrita oposição

Comissão responsável por investigar a Petrobras avança pouco com manobra de governistas. Senadores garantem que podem investigar também Porto de Suape


postado em 19/05/2014 00:12 / atualizado em 19/05/2014 08:07

"A CPI que o governo instalou é a das questões de ordem da Gleisi. A CPI que nós queremos, do direito das minorias, é a CPMI, onde os requerimentos da oposição poderão lograr êxito", Jose Agripino (DEM-RN), senador (foto: Ianao Andrade/CB/D.A Press)

Brasília – Apesar de iniciados os trabalhos da CPI da Petrobras no Senado Federal, muitas das respostas esperadas sobre a compra da refinaria de Pasadena e de outros pontos obscuros em torno de negócios da estatal poderão não ser respondidas. Parlamentares de oposição criticam as brechas usadas pela comissão exclusiva de senadores para investigar estados governados por adversários políticos. O líder do DEM na Câmara garante a isenção da comissão mista e diz que, “se houver relação”, o porto de Suape também pode entrar na pauta.

“A presidente da República diz claramente que não sabia das cláusulas, e que a compra (de Pasadena) foi baseada em um relatório falho. Já Cerveró diz que todo mundo sabia; Gabrielli idem. Tem alguém mentindo nessa história. O patrimônio público foi levado, quem tem culpa no cartório?”, questiona José Agripino (RN), líder do DEM. O senador é um dos que vê incongruências entre as versões da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, o ex-presidente Sérgio Gabrielli e o ex-diretor de assuntos internacionais, Nestor Cerveró, que já depuseram em audiências públicas no Congresso Nacional, antes do início da CPI do Senado.

“Quem está com a razão? Quem está equivocado?”, também quer saber o senador Pedro Simon (PMDB-RS). “Não saberemos. Não, nessa comissão que está aí. Estão fazendo um show”, critica Simon. Ele acredita que a compra da refinaria é uma consequência da má gestão da estatal. “O governo politizou a Petrobras, pegou quadros políticos e colocou nas posições fundamentais. O ponto da politização é a causa, agora vamos analisar o efeito. O primeiro que tem que analisar é Pasadena.”

Investigações

A comissão do Senado conta com 10 integrantes da base governista e apenas três da oposição — dos quais somente um aceitou participar dos trabalhos. No caso de uma CPI mista, mesmo com maioria governista, a rebelião permanente da base na Câmara deixa o cenário coberto de incertezas. Por isso, é consenso na oposição que o governo estaria “atemorizado” com a possibilidade de ver a CPMI em funcionamento.

“A CPI que o governo instalou é a das questões de ordem da Gleisi, é a CPI da Gleisi. A CPI que nós queremos, do direito das minorias, é a CPMI, onde os requerimentos da oposição poderão lograr êxito, o que nunca acontecerá no Senado”, defende Agripino. “A energia da oposição será dedicada à CPMI. O que o governo vai fazer com essa CPI chapa branca é irrelevante”, provoca o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (DEM-PE). “O governo não nega, através dos seus líderes, que o intuito é estabelecer um debate eleitoral com os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos”, critica.

Além de Pasadena, a oposição quer investigar as denúncias de pagamento de US$ 130 milhões em propina a funcionários da Petrobras, por uma empresa holandesa; de superfaturamento das obras da refinaria de Abreu e Lima e de falhas de segurança em plataformas. A apuração “avançará seguramente no curso da CPMI”, garante Agripino.

Mendonça Filho diz que, se preciso, a CPMI também poderá investigar o porto de Suape, em Pernambuco, estado de Eduardo Campos (PSB), cujas denúncias já estão no plano de trabalho da CPI do Senado. “Entrar em Suape não pode ser uma decisão política, com um indicativo de apurar em cima de um presidenciável. Se houver alguma relação, sim. Senão, não tem porque entrar. Quando se começa uma apuração buscando já imputar responsabilidade a A, B ou C, já se começa errado.”


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