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Estado de Minas

Em discurso, Marcus Pestana defende Azeredo

Marcus Pestana faz discurso forte em apoio a Azeredo. Aécio diz em entrevista que decisão de correligionário é de foro íntimo e nega pressão do partido pela renúncia


postado em 20/02/2014 06:00 / atualizado em 20/02/2014 07:13

"Não esperem de um mineiro sereno como Eduardo Azeredo atitudes agressivas, punhos cerrados ao ar, cenas ou gestos provocativos e de confrontação com as instituições democráticas" - Marcus Pestana, deputado federal e presidente estadual do PSDB (foto: André Coelho/ Agência O Globo)

O deputado federal Marcus Pestana, presidente estadual do PSDB, disse nessa quarta-feira no plenário da Câmara dos Deputados que “não existe qualquer semelhança entre as acusações contra o ex-governador de Minas e deputado federal, Eduardo Azeredo, e a Ação nº 470, que apurou a responsabilidade pelo escândalo de pagamento de propina promovido durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O discurso de Pestana em defesa de Azeredo aconteceu à tarde, logo depois da leitura da carta de renúncia do tucano. “Não houve mensalão em Minas, não houve compra de apoio parlamentar. Os questionamentos levantados no processo dizem respeito ao financiamento da campanha de 1998. Não há paralelismo algum com a Ação Penal 470”, defendeu.

Mais cedo, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves – pré-candidato tucano à Presidência da República –, fez questão de afastar a hipótese de que Eduardo Azeredo tenha sido pressionado a renunciar pelo partido. "É uma decisão de foro íntimo e tem que ser respeitada", afirmou ao deixar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. De acordo com o senador, a partir de agora, Eduardo Azeredo – denunciado pela Procuradoria Geral de Justiça, por lavagem de dinheiro e peculato, durante campanha eleitoral – deve se dedicar à sua defesa. "Ele é conhecido e reconhecido em Minas como homem de bem", completou o senador.

Doente Segundo o deputado Marcus Pestana, a decisão de renunciar do correligionário também não pode ser confundida com uma ato de covardia. “Na serenidade típica de um mineiro de bem como Eduardo Azeredo, o abalo em seu quadro de saúde que confirma seu caráter e honradez, e o respeito à soberania das instituições democráticas, não representam uma renúncia à luta pela verdade e pela Justiça”, ressaltou o tucano. Marcus Pestana destacou que Azeredo está doente e de licença médica, em razão das “inverdades e injustiças” que o atingiram. “Eduardo gostaria de estar aqui, da tribuna que conquistou democraticamente nas urnas, apresentando seus argumentos, sua defesa, sua indignação. Mas seu estado de saúde não permite isso. Ele se encontra em licença médica, abalado com as inverdades e injustiças que levaram sua vida limpa a ser associada com desvios e corrupção sob os holofotes de toda a mídia nacional”, afirmou.

O tucano aproveitou a ocasião também para alfinetar alguns dos petistas presos em razão do processo do mensalão do governo federal. “Não esperem de um mineiro sereno como Eduardo Azeredo atitudes agressivas, punhos cerrados ao ar, cenas ou gestos provocativos e de confrontação com as instituições democráticas, particularmente com o Poder Judiciário”, provocou.

Pestana se referia aos caciques do PT, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-presidente nacional do PT, deputado José Genoino – condenados na Ação nº 470 –, que ao serem presos levantaram o braço com o punho cerrado para agradecer à militância do partido. “Isto nos diferencia. O PSDB tem uma cultura democrática e tem como princípio a defesa da autonomia, soberania e independência dos poderes da República. Repudiamos o golpismo, o viés chavista, os ataques irresponsáveis de alguns à Corte Suprema de nosso país”, arrematou.

CARTA AO PAI

Durante o voo que o levou de Belo Horizonte a Brasília para entregar na Câmara dos Deputados o documento da renúncia do deputado Eduardo Azeredo, seu filho, Renato Azeredo, escreveu uma carta ao pai, em que faz um forte e emocionado desabafo. Fala sobre o caráter de Azeredo, como pai e político, suas realizações enquanto prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas e deputado, seus ensinamentos e a sua dedicação à família.

Belo Horizonte, 19 de fevereiro de 2014, 10:20, voo TAM 3856. Confins/Brasília.

Existem momentos em nossa vida que nunca queríamos que acontecessem, mas eles infelizmente acontecem. A luta política pelo poder a qualquer custo é capaz sim de colocar contra a parede o excelente pai, o marido dedicado, o maravilhoso vovô, o grande irmão e o político reconhecido em sua terra por suas grandes qualidades dentre elas a honestidade.

Nunca pensei um dia em estar dentro de um avião carregando em minha mochila a carta de despedida da vida pública de um dos maiores homens públicos que Minas Gerais já teve.

Relatar o você realizou ??? Daria um texto de 1000 páginas, dizer que estradas foram duplicadas, que hoje milhares de mineiros trabalham em empresas que você trouxe para Minas e que vidas serão salvas pelo seu recente projeto de obrigatoriedade do air bag??? Nada disto daria manchete neste Brasil de hoje.

Dizer que você criou seus filhos de forma que eles estivessem preparados para o dia de amanhã, que soubessem o valor das coisas, da dificuldade para se manter uma casa, para que eles nunca se achassem os donos do mundo só por serem filhos de quem eram, que na vida deveríamos ter uma profissão e que política não é profissão... Ahhh isto você fez!!!!

E como fomos bons alunos, todos se formaram e foram trabalhar longe da política, mesmo que ela estivesse ali bem ao nosso lado, mais precisamente na casa de nossos pais...

Hoje, para alguns, será motivo de comemoração, afinal quem não quer o eleitorado de quem foi prefeito, governador, senador e deputado federal!!! Até mesmo aqueles que eram "amigos" do prefeito, depois sumiram e apareceram amigos do governador, sumiram novamente e viraram amigos do senador!!!

Em um processo judicial que seu maior acusador está preso por falsificar provas contra você, processo este que todas as provas lhe são favoráveis, eu como advogado queria muito dar a entrevista da absolvição, mas até ela chegar sei que sua saúde não aguenta e entre a sua vida e "esta guerra política" fico com você e sua vida.

Mas sabe de uma coisa: deixa para lá.

A política hoje como é feita tem como objetivo excluir as pessoas de bem... Aos que ainda resistem, boa sorte.

Inicia-se uma nova fase de nossas vidas onde poderemos divertir sem você ficar preocupado com reunião, com pedido de emprego que lhe foi feito. Você poderá dedicar quem sabe aos seus netinhos o tempo que a política tirou para se dedicar aos filhos...

A você meu PAI o meu muito obrigado como filho, eleitor, advogado, confidente, mineiro, brasileiro e encarregado de cumprir um ritual tão injusto como este!!!

Renato Azeredo

 


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