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Estado de Minas

Em entrevista ao Estado de Minas , Marina afirma não pensar em outro partido

Mesmo que sua Rede não vingue, a acreana garante que não procura nova legenda


postado em 18/08/2013 06:00 / atualizado em 18/08/2013 07:31

(foto: AFP PHOTO/Pedro LADEIRA )
(foto: AFP PHOTO/Pedro LADEIRA )

A ex-senadora pelo Acre e principal expoente da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, recebeu a reportagem no fim da tarde de sexta-feira. Em uma conversa de quase meia hora, afirmou que os protestos de junho não podem ser resolvidos com uma mera pauta de reivindicações e, sim, com a construção de uma agenda de mudanças a longo prazo para o país, mantendo os pilares da atual política econômica. Ela garante que não pensa em se filiar a outro partido caso a Rede não se viabilize. Acredita ainda que a nova legenda está em condições de chegar ao poder. “Ninguém consegue 20 milhões de votos saindo pela primeira vez candidata (a presidente em 2010) se não tiver um lastro da sociedade calçando esse processo.” Marina voltou a surpreender os analistas políticos nas últimas semanas ao ser a única que aumentou a intenção de voto nos levantamentos realizados depois dos protestos que sacudiram o país.

 

Se a Rede não se viabilizar até 5 de outubro, o caminho natural será filiar-se a outra legenda?
Não trabalho com essa possibilidade. Estamos focados na viabilização da Rede Sustentabilidade. Entregamos tudo em tempo hábil. Não é justo que tenhamos feito um esforço deste e ele ser prejudicado em função das dificuldades que a Justiça Eleitoral está enfrentando.

Como estão as conversas com os aliados e os parlamentares que desejam vir para o partido?
Temos um processo de conversa aberta com as pessoas que têm identidade programática conosco. Mas não há de nossa parte uma ansiedade tóxica de inchar o partido a qualquer custo e a qualquer preço.

Surpreendeu o resultado das últimas pesquisas de intenção de voto?
As pesquisas são um momento em os institutos são capazes de registrar. E devem ser vistas assim, não como algo definitivo. Os eleitores vão modulando suas posições de acordo com o debate, a dinâmica do processo político, que, infelizmente, foi antecipado.

Mas junho zerou esse processo eleitoral. O que muda daqui pra frente?
É preciso ter a humildade de compreender que existe algo muito grande e profundo acontecendo na realidade política do Brasil. E não a ansiedade de querer capitalizar, de querer se apropriar. O tamanho de tudo o que aconteceu, a magnitude, a quantidade de bandeiras, não se resolve como pauta de reivindicação. Tem o potencial de mudar a nação.

Esse movimento de junho era esperado? É algo que veio para ficar? Ou foi um fato isolado?
Não é um movimento que acontece só no Brasil. É no mundo inteiro. Há uma grande quantidade de pessoas que não estão satisfeitas com a qualidade da representação política. É um movimento que veio para ficar.

Mas as manifestações refluíram.
O fato de não estar mais nas ruas não significa que as pessoas não estejam com as mesmas expectativas, não continuem com as mesmas decepções com a representação política, com a qualidade dos serviços. Pelo contrário. É o surgimento de um novo sujeito político, que exige uma nova visão, novos processos e novas estruturas. Não é algo para o qual a gente possa ter respostas rápidas, apressadas. Quando a história está acontecendo, os que vivem a História jamais terão as certezas porque algo ainda não se completou.

Quais os demais pontos da agenda que a Rede propõe para se contrapor ao que está aí, além da ampliação do debate ambiental?
Em 2010, lançamos a nossa plataforma “pelo Brasil que queremos”. Continuamos aprofundando o debate porque achamos que política não se faz só no momento das eleições. As pessoas se enganam quando pensam que uma trajetória ligada a meio ambiente e sustentabilidade não está ligada a como vamos tratar a questão da infraestrutura, da educação, saúde, saneamento, mobilidade.

A Rede está madura para ser governo?

A Rede não é um processo que começa agora. Ninguém consegue 20 milhões de votos saindo pela primeira vez candidata se não tiver um lastro da sociedade calçando esse processo. A Rede faz parte da luta de quase 30 anos de um grupo da sociedade que apostou na ideia do desenvolvimento sustentável em sua dimensão ambiental, política, econômica, cultural e social. E esse amadurecimento é altamente compatível com o anseio de mudança que está colocado na sociedade.


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