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Estado de Minas

PMDB define nome para substituir Rossi na Agricultura

Partido escolheu líder do governo no Congresso, Mendes Ribeiro Filho, para assumir ministério


postado em 18/08/2011 06:13 / atualizado em 18/08/2011 10:28

Deputado Mendes Ribeiro Filho será o novo ministro da Agricultura(foto: José Varella/CB/D.A Press )
Deputado Mendes Ribeiro Filho será o novo ministro da Agricultura (foto: José Varella/CB/D.A Press )
Três horas depois de o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, virar “ex”, a cúpula do PMDB entregou à presidente Dilma Rousseff o nome do substituto: o líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS). Ele foi recebido no gabinete do vice-presidente Michel Temer, padrinho da indicação de Rossi, pouco depois das 20h, quando toda a cúpula do PMDB foi chamada para avaliar as opções, uma vez que Dilma, pega de surpresa pelo pedido de demissão de Rossi, decidiu manter a pasta nas mãos do partido. Jorge Alberto Portanova Mendes Ribeiro Filho, ou simplesmente, Mendes Ribeiro, ou “Mendinho”, como os amigos o chamam, é visto como um nome que agrada a todos os grupos do PMDB e ainda ajuda o partido em outras frentes.

A primeira é abrir caminho para que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), possa fazer do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) o líder do governo no Congress, e, assim, dar uma atenção ao G-8, o grupo de senadores que, por vezes, se torna uma pedra no sapato de Renan, clamando por espaço político. Para completar, o primeiro suplente de Mendes na Câmara é Eliseu Padilha, que ocupou o Ministério dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso e é ligadíssimo a Michel Temer. A ideia inicial era apenas aproveitar a saída de Rossi para tentar colocar na Agricultura um nome que pudesse ajudar a cúpula do partido a arrefecer a rebelião deflagrada ontem na bancada. Pela manhã, 35 deputados do PMDB se reuniram para criticar a “ditadura interna” impetrada pelo líder Henrique Eduardo Alves (RN) e seu principal parceiro, o deputado Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro. Quando perceberam que Mendes Ribeiro se encaixava perfeitamente em todos os quadros, Temer foi conversar com Dilma.

Surpresa A Marcha das Margaridas, que levou 70 mil mulheres a Brasília, acabou rivalizando com a saída de Rossi do ministério. Enquanto Dilma e seis ministros participavam do evento no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, Rossi chegava ao gabinete do vice-presidente Michel Temer com a carta de demissão em mãos. O vice-presidente tentou demovê-lo da decisão, mas ele alegou que até seus netos estavam sendo incomodados no colégio.

Como não havia nada a fazer, Temer ligou para o gabinete presidencial para que ambos fossem conversar com a presidente. Quando a presidente chegou ao Palácio do Planalto, foi surpreendida com o pedido de demissão do peemedebista. Ao final do dia, o vice-presidente foi direto: “O Wagner Rossi me procurou por razões familiares, a família o pressionou enormemente. A presidente insistiu muitíssimo para que ele permanecesse, mas ele resistiu e disse que não teria condições de continuar”, contou Temer.

Partido dividido

A escolha de Mendes Ribeiro para a vaga de Wagner Rossi não significa paz no PMDB. Na manhã de quarta-feira, um grupo de 35 deputados – de uma bancada de 78 – reuniu-se na Câmara para reclamar do tratamento que o partido vem recebendo do governo e da falta de articulação entre setores da bancada e o líder na Casa, Henrique Eduardo Alves. O estopim da crise foi a entrega da relatoria do Código de Processo Civil ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Há um consenso de que as melhores relatorias são entregues ao pemedebista fluminense.

Eles também reclamam que Henrique preocupa-se mais com sua candidatura precoce à presidência da Câmara dos Deputados do que em defender os interesses da bancada. E que adotou o discurso repetitivo de “liberação de restos a pagar e emendas parlamentares”, o que gera antipatia para a legenda perante a opinião pública, atrelando-a à pecha de fisiologista. Já há quem diga que o cargo de líder estaria ameaçado – alguns parlamentares, inspirados pela revolução jovem que eclode em diversos pontos do mundo, defendem o nome de Lúcio Vieira Lima (BA), que está no primeiro mandato e é irmão do vice-presidente de Crédito para Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima.

Na reunião do grupo dissidente, o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), ex-presidente da Funasa, defendeu que os peemedebistas deveriam entregar todos os cargos que têm na administração federal. “O PMDB é muito grande para apenas ser chamado a votar com o governo. Ou somos parceiros para discutir políticas públicos ou passamos a ser independentes do Planalto”, defendeu ele.

O mesmo grupo também defende a saída do ministro do Turismo, Pedro Novais. Os parlamentares alegam que ele está “visado” após as denúncias envolvendo o ministério na Operação Voucher e teria perdido a capacidade política de ´ operar para o partido.

Deslizes da presidente


A presidente Dilma Rousseff não conseguiu esconder ontem que os recentes escândalos envolvendo integrantes do primeiro escalão têm consumido tempo e atenção nos últimos dias. A presidente citou ontem, sem querer, o nome de dois ex-ministros, durante discurso no encerramento da Marcha das Margaridas. Ao cumprimentar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, chamou-o de “Agnelo Rossi” – numa referência implícita a Wagner Rossi, que demitiu-se ontem da Agricultura. Corrigiu o deslize logo em seguida. Mais à frente, usou trocou o nome do Contag, Alberto Broch, referindo-se a ele como Alfredo. O ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, anunciou na terça que o PR deixa a base de apoio ao governo no Congresso.


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