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Estado de Minas

Petistas colocam ministro Luiz Sérgio na berlinda

Com o processo de fritura do ministro de Relações Institucionais em andamento no Planalto, parlamentares petistas brigam pelo cargo ou pela indicação do substituto


postado em 09/06/2011 06:00 / atualizado em 09/06/2011 08:00

Ministro de Relações Institucionais (à esquerda na foto) pode ser o próximo a seguir os passos de Palocci e deixar cargo estratégico no governo Dilma(foto: Jose Cruz/ABr )
Ministro de Relações Institucionais (à esquerda na foto) pode ser o próximo a seguir os passos de Palocci e deixar cargo estratégico no governo Dilma (foto: Jose Cruz/ABr )

Brasília – Feita a troca de comando na Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff passou a cuidar de organizar a coordenação política do governo. Ela está decidida a trocar o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Mas, segundo informações colhidas pelo Estado de Minas junto a vários ministros de Dilma, a substituição não será feita de imediato. Isso porque o mesmo PT que não conseguiu se articular para sustentar a posição de Antonio Palocci no governo vê suas alas na Câmara brigando pelo cargo de Luiz Sérgio.

A bancada do PT na Câmara tem hoje dois grupos que se sobrepõem às tradicionais tendências do partido. Um dos grupos é formado pelo próprio Luiz Sérgio, o líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP), e ainda o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, João Paulo Cunha(SP). O outro é composto pelos deputados Ricardo Berzoini (SP), o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP) e o atual, Marco Maia (RS), e a maior parte da bancada mineira. "A decisão de substituir está tomada e, se as alas não se entenderem, Dilma escolherá um nome da cabeça dela", comentou um ministro.

Luiz Sérgio já foi aconselhado por aliados a se antecipar e colocar o cargo à disposição da presidente para que ela possa reorganizar a coordenação política do governo em novas bases. O receio dos petistas é de que, na ausência de Palocci, o PMDB, mais precisamente o vice-presidente, Michel Temer, termine por ocupar todo o espaço de interlocução com o Congresso.

“Refrigerado” Para que o PMDB não ocupe mais espaço, o novo ministro deve ser alguém com autonomia e "refrigerado", ou seja, que passe a ideia de que a articulação política está mais robusta e reformulada. O perfil do substituto foi traçado nessa quarta-feira numa reunião no Planalto com a presença dos ministros da Secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; de Comunicações, Paulo Bernardo; da Saúde, Alexandre Padilha; e os líderes Cândido Vaccarezza, Paulo Teixeira e o do Senado, Humberto Costa. O próprio Luiz Sérgio participou de um pedaço da reunião. Ao The New York Times, que preparava nessa quarta-feira uma reportagem sobre as mudanças na equipe de Dilma, Costa foi direto: "Precisamos de uma articulação política mais resolutiva e com autonomia e em quem a presidente confie".

O novo interlocutor terá que ter ainda trânsito na Câmara e no Senado, característica que Luiz Sérgio não tem. Por isso, há no PT quem considere que a permanência de Sérgio poderia levar o PMDB a dominar a parte política do governo. E os movimentos do PMDB no sentido de fortalecer Luiz Sérgio foram vistos como algo nessa direção. "Nosso papel é reforçar Luiz Sérgio. Não vamos nos meter nisso", comentou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Citado como um dos possíveis nomes para substituir Luiz Sérgio, Vaccarezza defendeu o atual ministro: "Quem decide isso é a presidente. Nunca houve um período tão produtivo de votações em um governo do que esses cinco meses da presidente Dilma. A Câmara aprovou várias MPs e só perdemos uma emenda no Código Florestal. Não vejo erros da coordenação política. É uma injustiça o que se diz", afirmou Vaccarezza, que ainda aposta na permanência de Luiz Sérgio. Nessa quarta-feira, entretanto, era o único a acreditar que Dilma não fará a mudança na articulação política do governo. O prazo, entretanto, é que ninguém sabe se será ainda esta semana ou levará mais alguns dias.


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