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Estado de Minas LITERATURA

Hemingway: póstumo 'O jardim do Éden' ganha nova edição

Derradeiro livro do autor americano traz narrativa intimista e de gênero no paraíso turístico da Côte d'Azu


29/04/2022 04:00 - atualizado 29/04/2022 06:58

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. (foto: quinho)
Côte d'Azur, o luxuoso paraíso turístico no Sul da França, no Mar Mediterrâneo, década de 1920. O jovem escritor americano David Bourne está hospedado num hotel com sua bela e sensual mulher, Catherine, para escrever seu novo romance. Enquanto isso, o casal curte uma paixão arrebatadora, regada a drinques sofisticados, comilança, banhos de mar nus, pescarias e passeios de bicicleta e de carro até Cannes. Deixam o tempo correr como se não houvesse amanhã em meio a prazeres sem limites.

 

“– No que você está pensando? – perguntou Catherine.

 

– Em nada.

 

– Tem que estar pensando em algo.

 

– Estava apenas sentindo.

 

– Como?

 

– Feliz.

 

– Mas eu sinto tanta fome – disse ela. – Acha que é normal? Você sempre tem fome assim depois de fazer amor?”

 

“Jardim do Éden”, a obra derradeira de Hemingway, surpreende também por incluir a questão de gênero. As fantasias sexuais de David e Catherine passam pelo desejo dela de cortar o cabelo bem curto para ser o “garoto” do marido, que gosta da mudança. Tudo vai bem até que conhecem a também bela e sensual Marita, garota livre e que se apaixona pelo casal, que também cai de amores por ela. Mas o triângulo amoroso vai abalar as convicções de todos.

 

O romance póstumo do escritor e jornalista americano Ernest Hemingway (1899-1961) foi lançado em 1986, 25 anos após sua morte. É diferente de todos os livros e contos do autor, chega a ser surpreendente, inclusive, para os leitores acostumados aos conhecidos clássicos (“Adeus às armas”, “Por quem os sinos dobram” e “O velho e o mar”), nos quais a narrativa se desenrola em ações externas e aventurescas e sem detalhamento de perfis psicológicos. Em “O jardm do Éden”, Hemingway cria a personagem feminina mais impressionante de todas as suas obras, Catherine, que destila sensualidade em meio a jogos de sedução. É um Hemingway intimista e permissivo. Em comum com os demais livros estão o caráter semiautobiográfico e o texto jornalístico, com exímios diálogos curtos, parágrafos pequenos, com economia de palavras, sem exuberância gramatical, nada de prolixidade, reflexos da primeira profissão do escritor como repórter, que influenciou toda a sua obra literária. 

 

Para Hemingway, um autor deve escrever apenas sobre o que viveu e conheceu. Em seu livro “Hemingway repórter – Tempo de viver” (Civilização Brasileira – 1969), ele afirma: “Se um homem está escrevendo uma história, será verdadeiro e sincero em proporção à soma de conhecimentos da vida que ele possui (…). Se ele não souber como muitas pessoas agem e pensam, como se processam os seus pensamentos e ações, a sua boa estrela poderá poupá-lo por algum tempo ou talvez possa escrever histórias da carochinha. Mas se continuar escrevendo sobre aquilo que não conhece, acabará por descobrir que não passa de uma fraude, de uma mistificação”.

 

O fardo da existência

 

Ernest Miller Hemingway, o escritor americano mais famoso e influente do século 20, se matou num domingo, 2 de julho, 19 dias antes de completar 62 anos, com um tiro de fuzil de caça de cano duplo na boca, que estourou seus miolos, depois de uma vida escandalosa, épica e sem limites (correspondente de guerras, safáris na África, esquiagem, touradas, grandes pescarias, lutas de boxe, queda de avião, acidentes de carro, quatro casamentos e muitas amantes e uma obra literária memorável). Chegou ao seu ocaso corroído pela velhice precoce, crises profundas de depressão, hipertensão, diabetes e alcoolismo.

 

No prefácio de “Adeus às armas”– edição comemorativa da Editora Ópera Mundi (1971) sobre o Nobel de Literatura ganho por Hemingway em 1954, patrocinada pela Academia Sueca e pela Fundação Nobel –, o professor John L. Bronw, da Universidade Wesleyan, de Connecticut (EUA), descreve os últimos dias do escritor: “Sua saúde era cada dia pior, pois nunca se refizera do seu acidente de avião [que caiu com ele e a mulher em Uganda, na África]. Seu corpo, outrora poderoso, cuja força e garbo significavam tanto para ele, começava a revelar o efeito de abusos repetidos. Com seu andar pesado e sua barba branca, parecia prematuramente velho. E, bem entendido, para um Hemingway, era impossível aceitar filosoficamente a perda de vitalidade e o entorpecimento dos sentidos que chegam com os anos. (…) Tinha grandes dificuldades em sustentar uma conversação, as palavras não mais lhe ocorriam facilmente. Durante o último ano de sua vida, precisou, por várias vezes, internar-se na Clínica Mayo, em Minnesota, para se tratar de hipertensão arterial e diabetes e também para se submeter a eletrochoques, a fim de curar uma depressão nervosa que se agravava. Na primeira semana de junho de 1961, deixou o hospital: seu peso caíra abaixo de 70 quilos, estava muito fraco. Um amigo os levou, ele e a mulher, para o chalé da montanha do casal em Ketchum (Idaho). Enquanto a mulher dormia, ele se levantou cedo no domingo, desceu, apanhou a arma e pôs fim a uma existência que lhe tornara um fardo”.

 

"Para mim, o paraíso seria uma grande arena de touros em que eu tivesse todos os lugares das duas primeiras fileiras de assentos e um rio com trutas do lado onde ninguém mais pudesse pescar e ainda duas casas encantadoras na cidade. Uma em que eu tivesse minha mulher e filhos, seria monógamo e os amaria de verdade; e outra em que eu tivesse minhas nove lindas amantes em nove lindos andares diferentes"

Ernest Hemingway em carta ao amigo escritor F. Scott Fitzgerald, em 1º de julho de 1925, incluída no livro %u201CAs cartas de Hemingway%u201D, de Sandra Spainer e Robert Trogdon (Martins Fontes %u2013 2015)

 

Hemingway –  ou “Papa”, seu apelido preferido– encarnou como nenhuma outra celebridade o estereótipo americano da primeira metade do século 20, com seu porte atlético e estilo aventureiro, viril e machista. Conviveu com a intelectualidade mais eloquente do período entreguerras, na década de 1920, numa Paris efervescente, para onde se refugiaram do puritanismo personalidades de destaque na literatura, na música, na filosofia e nas artes, tendo como referência a famosa casa-estúdio da escritora Gertrude Stein, que apoiou a carreira do jovem escritor. O fim trágico teve também conotações literárias e lastros com a vida de Hemingway e seus familiares. Seu pai, a irmã, um irmão e uma neta também se suicidaram. Em “As neves do Kilimanjaro”, por exemplo, um dos seus contos mais famosos, o protagonista é o escritor Harry Street, que sofre de gangrena fatal numa perna, após um ferimento de espinho não tratado na África, e enquanto vai se conformando com a morte cada vez mais próxima, relembra sua vida de aventuras. Foi levado ao cinema em 1952, em adaptação nada fiel estrelada por Gregory Peck e Ava Gardner. Desagradou a Hemingway, que disse não ter visto o filme.

 

TRAUMA DE INFÂNCIA

 

Mas, para entender a trajetória complexa de  Hemingway, é preciso ir até a sua infância, nos arredores de Oak Park, em Chicago, onde nasceu em 21 de julho de 1899. No posfácio de “O jardim do Éden”, o jornalista e tradutor Roberto Muggiati cita o romancista americano John dos Passos (1896-1970), amigo de Hemingway, inclusive também como motorista de ambulâncias da Cruz Vermelha na Itália, durante a Primeira Guerra Mundial. Segundo Passos, Hemingway era o único homem que ele conhecia que odiava a mãe.

 

“Às vezes, Freud explica”, diz Muggiati. Isso porque Grace, a mãe do escritor, que era pintora e cantora de ópera, também era dominadora, e na visão do escritor teria levado o pai dele ao suicídio. Além disso, o pequeno Ernest tinha uma irmã um ano e meio mais velha, Marcelline, mas a mãe insistia em tratá-los como gêmeos do mesmo sexo. “A crítica mais recente tem dado muita importância ao fato de que Grace costumava vestir o filho em trajes femininos durante os primeiros anos de vida”, conta Muggiati. Tal fato não era raro nos EUA na virada dos séculos 19/20, mas a mãe de Hemigway “nutria fantasia exagerada de que Ernest e Marcelline eram 'irmãs gêmeas', fazendo com que, por exemplo, dormissem em berços idênticos e tivessem as mesmas bonecas. Outras vezes, a mãe obrigava os dois a cortarem os cabelos bem curtos, como meninos. “Toda essa ambiguidade afetaria profundamente o herói de milhões: o homem que fez do machismo não apenas um estilo de vida, mas também uma teoria literária e um sistema filosófico”, avalia Muggiati.

 

Como consequência também, as mulheres aparecem na obra literária de Hemingway de forma idealizada ou como obstáculo à criatividade. Isso fica muito claro em “O jardim do Éden”, quando Catherine, a mulher da David Bourne, em seu persistente jogo de sedução e de ciúme, simplesmente, pega os originais do novo livro do marido e queima. Apaixonado por ela, ele não sabe como reagir diante de tamanho absurdo, num clima de amor e ódio.

 

Após a infância problemática e vencida a resistência do pai, que era médico e queria que o filho fosse também, o jovem Hemingway procurou firmar sua masculinidade e desenvolver seus dons jornalístico e literário. Ainda adolescente e na escola, começou a escrever para o jornal The Kansas City Star. Sem conseguir se alistar na Marinha, em 1918, para lutar na Primeira Guerra Mundial, por causa de sua miopia, ele foi aceito como motorista de ambulância da Cruz Vermelha e seguiu para a Itália, onde foi ferido nas pernas por estilhaços de granada e obrigado a desistir da aventura bélica.

 

Voltou, então, para a vida de repórter nos EUA e no Canadá, até se mudar para Paris e fazer contato com a intelectualidade que ali se exilava. Conheceu o casal de escritores Scott F. e Zelda Fitzgerald, a escritora americana Gertrude Stein, os pintores espanhois Pablo Picasso e Salvador Dalí, os poetas americanos T. S. Eliot e Ezra Pound, o cineasta espanhol Luis Buñuel, o escritor irlandês James Joyce, o cantor e compositor americano Cole Porter e muitas outras celebridades. Mais tarde, Hemingway escreveria sua célebre obra “Paris é uma festa”, publicada postumamente, em 1964.

 

Ainda em Paris, Hemingway ganhou fama com o seu primeiro livro, “O sol também se levanta”, em 1926, em que já adota seu estilo despojado e direto e com traços autobiográficos. O protagonista é o jornalista Jake Barnes, sobrevivente da Primeira Guerra, na capital francesa dos anos 1920, entre amigos cheios de frustrações e conflitos no Ocidente pós-guerra, que tem como pano de fundo uma tourada em Pamplona, na Espanha.

 

No fim da década de 1920, Hemingway foi para a Flórida, onde escreveu outra obra célebre, “Adeus às armas”, inspirada em sua aventura como motorista de ambulância na Itália, quando se apaixonou pela enfermeira americana Agnes von Kurowsky num hospital de Milão. 

 

O namoro é detalhado no  livro “O jovem Hemingway” (Editora Zahar – 1987), de Peter Griffin. O escritor queria se casar com ela, mas Agnes o descartou e se casou com um oficial italiano. Pois o roteiro de “Adeus às armas” segue a vida real. É a história do tenente americano Frederic Henry, que se apaixona pela enfermeira britânica Catherine Barkley após ser ferido na guerra. Também virou clássico do cinema, em 1957, com Rock Hudson e Jennifer Jones.

 

“Um homem pode ser destruído, mas não derrotado”

 

No fim da década de 1930, Hemingway mergulhou na Guerra Civil espanhola, vencida pelo general Francisco Franco, que inspirou a sua mais longa e melhor obra, “Por quem os sinos dobram”, em 1940, com a história de Robert Jordan, americano que integra as Brigadas Internacionais. Ele vai para a Espanha explodir uma ponte e se apaixona pela linda Maria. Foi sucesso no cinema com Gary Cooper e Ingrid Bergman, em 1943.

 

Depois da Espanha, Hemingway, entre, pescarias e safáris na África, foi correspondente de guerra da Marinha dos EUA e participou, inclusive, do famoso Dia D, em 6 de junho de 1944, quando mi- lhares de soldados aliados desembarcaram nas praias da Normandia, dando início ao fim da guerra com a libertação da França do domínio nazista.

 

Já no ocaso da vida e com produção literária declinante, Hemingway recebeu o prêmio Pulitzer de Jornalismo. E ainda o Nobel de Literatura, em 1954, graças ao sucesso de “O velho e o mar”. Mas não pode ir a Estocolmo receber o prêmio, porque estava com a saúde debilitada causada pela queda do avião em que estava em Uganda, meses antes. O livro foi escrito em 1952, é sua obra mais famosa – um pequeno livro ou um grande conto, como ele mesmo definiu. Conta a história de Santiago, um homem já de idade que todos os dias leva seu barco para o mar em busca de uma boa pescaria, quase nada consegue e sofre com a zombaria alheia. Até que um dia, pesca um marlin gigante (peixe-espada), com o qual trava terrível batalha de vida ou morte em alto-mar. A obra representa a luta do homem contra as forças da natureza. Rendeu duas adaptações em Hollywood, com Spencer Tracy e Anthony Quinn vivendo o protagonista.

 

Em “O velho e o mar” está o lema da vida de Santiago que poderia ser a síntese da vida do próprio Hemingway e também estar em sua lápide: "Um homem pode ser destruído, mas não derrotado". Foi exatamente o que fez Hemingway ao se destruir com um tiro na boca. Ele parece ter achado melhor pôr um fim abrupto à vida a amargar a longa agonia da decrepitude do corpo e da mente no limiar da velhice.

 

MUITAS MULHERES

 

Embora tenha desdenhado das mulheres, que surgem em suas obras de forma idealizada ou como obstáculo à criatividade, como já citado, Hemingway foi casado quatro vezes e teve muitas amantes. Ele, inclusive, sempre se apaixonou pela futura mulher ainda casado com a anterior. Aos 21 anos, ele conheceu Elizabeth Hadley Richardson, de 29 anos, conta o escritor britânico Anthony Burguess na biografia “Ernest Hemingway” (Zahar – 1990). 

 

Eles se conheceram e se apaixonaram numa festa em St. Louis (Missouri), logo se casaram e foram viver na efervescente Paris dos anos 1920. Fruto dessa união nasceu Jack Hemingway (1923-2000), que também se tornou escritor e pescador. Em 1926, o escritor trocou Hadley por Pauline Pfeiffer, então amiga da sua mulher e de Ernest e editora de moda da revista Vogue.

 

Hadley estabeleceu, então, uma condição. “Se ele e Pauline concordassem em separar-se por 100 dias e se no fim ainda se amassem, ela lhe concedia o divórcio. Os 100 dias se passaram, o divórcio seguiu-se; ele, apesar de Pauline, nunca deixou de pensar que tinha destruído o casamento, repetia a todos que era um filho da puta. Chorou como uma criança quando Hadley determinou a divisão da mobília”, conta Burgess. Com Pauline, Hemingway teve os filhos Patrick (em 1928, ainda vivo) e Gregory (1931-2001).

 

Antes de seguir para a cobertura da Guerra Civil espanhola, Hemingway conheceu a jornalista americana Martha Gellhorn (1908-1998), na Florida. Gellhorn é reconhecida como a mais famosa correspondente de guerra da história, melhor, inclusive, do que o próprio Hemingway nesse quesito. 

 

Em meio ao horror da guerra, eles se apaixonaram. Martha era casada, mas a paixão avassaladora e conturbada com Ernest revirou sua vida. Eles se casaram em 1940, mas um dos pontos de conflito era o ciúme do escritor com a carreira profissional de Martha, que esteve nas primeiras horas do grande desembarque dos aliados na Normandia. Biógrafos contam que o escritor ficou muito enciumado da mulher, porque ele chegou depois dela à região.

 

Em 1945,  Hemingway se separou de Martha, porque já havia conhecido e se apaixonado em Londres, em 1944, por Mary Welsh, jornalista do Daily Express, e também casada. A paixão arrebatadora se consolidou em Paris, após a libertação dos nazistas, quando ela foi visitá-lo no Hotel Ritz. "O quarto 31 do Ritz é consagrado às alegrias do amor pré-marital com Mary, breve mas apaixonado, acompanhado por champanhe Lanson Brut", conta Burgess. Os dois se casaram em 1946. Quarta mulher do escritor, ela dormia, em 2 de julho de 1961, quando ele se matou na casa deles, em Idaho.

 

A vida aventureira e entre mulheres de Hemingway pode ser resumida em uma carta que ele escreveu para o seu grande amigo F. Scott Fitzgerald, também americano e escritor, em 1º de julho de 1925, quando ambos viviam o glamour romântico entre os “exilados” de Paris. “Para mim, o paraíso seria uma grande arena de touros em que eu tivesse todos os lugares das duas primeiras fileiras de assentos e um rio com trutas do lado onde ninguém mais pudesse pescar e ainda duas casas encantadoras na cidade. Uma em que eu tivesse minha mulher e filhos, seria monógamo e os amaria de verdade; e outra em que eu tivesse minhas nove lindas amantes em nove lindos andares diferentes”, escreveu Hemingway sobre o sonho de ter 10 mulheres ao mesmo tempo.

 

TRECHO DO LIVRO “O JARDIM DO ÉDEN”

 

“David a conduziu lá embaixo para pegar o velho e grande conversível Isotta e suas malas no local em que o carro fora estacionado, em frente ao café em Cannes.

 

No caminho, ela disse: – Sua mulher é maravilhosa e eu estou apaixonada por ela.

 

Ela estava sentada do seu lado, e David não se virou para ver se ela havia corado.

 

– Também estou apaixonado por ela – disse ele.

 

– Estou apaixonada por você também – disse ela. 

 

– Não tem problema?

 

Ele deixou cair o braço e apertou a mão sobre o ombro dela, que se aproximou dele.

 

– Vamos ver – disse ele.

 

(…)

 

– Vamos ficar bem juntos.

 

– Quem?

 

– Catherine e eu e você e eu.

 

– Obrigatoriamente.

 

– O que isso quer dizer?

 

– Bem, não podemos evitar ficarmos bem juntos, poderemos, se ficarmos bem e estivermos juntos?

 

– Estamos juntos agora.

 

– Não

 

Ele dirigia com uma mão no volante, reclinado e olhando para a estrada à sua frente, na junção com a N-7. Ela colocou a mão sobre ele.

 

– Estamos apenas dentro do mesmo carro – disse ele.

 

– Mas eu posso sentir que você gosta de mim.

 

– Sim. Sou bastante confiável em relação a isso.

 

 

HEMINGWAY ESSENCIAL

 

O sol também se levanta (1926)

“Romance de geração” que lançou Hemingway à fama. Na Paris dos anos 1920, o protagonista é Jake Barnes,  jornalista americano emasculado por ferimento de guerra, que convive com um grupo de “exilados” após a Primeira Guerra Mundial, com destaque também para a viagem a Pamplona, na Espanha, num cenário de touradas.

 

Adeus às armas (1929)

Romance semiautobiográfico que conta a paixão de Frederic Henry, motorista de ambulância na Primeira Guerra Mundial. Após ser ferido por estilhaços de granada e hospitalizado, ele

se apaixona pela enfermeira Catherine Barkley.

 

Por quem os sinos dobram (1940)

O mais extenso e melhor romance de Hemingway fala da aventura de Robert Jordan, americano que integra as Brigadas Internacionais. Ele vai para a Espanha, durante a Guerra Civil, estourar uma ponte e se apaixona pela 

bela Maria.

 

O velho e o mar (1952)

Livro que consagrou a obra de Hemingway e abriu caminho para o Nobel de Literatura,  em 1954. O pescador Santiago vai com seu barco todos os dias para alto-mar, mas nada consegue e vira alvo de deboches. Até que pesca um grande marlin e trava uma batalha de vida ou morte com o peixe-espada. Uma bela reflexão sobre velhice, solidão e superação diante das forças da natureza.

 

Paris é uma festa (1964)

Livro póstumo que apresenta a viagem sentimental de Hemingway à Paris dos anos 1920 em meio a artistas e intelectuais famosos na casa da escritora Gertrud Stein, reunindo Scott F. Fitzgerald, James Joyce, Ezra Pound, Pablo Picasso, Luís Buñuel e outras celebridades da chamada “geração perdida” do pós-guerra.

 

O jardim do Éden (1986)

Romance póstumo sobre o triângulo amoroso formado pelo escritor David Bourne, sua mulher, Catherine, e Marita, tendo como cenário a paradisíaca Cote d'Azur dos anos 1920. Obra surpreendente e diferente de tudo que Hemingway havia escrito.

 

Hemingway repórter – Tempo de viver / Hemingway repórter – Tempo de morrer (1950)

Dois volumes em que o autor americano fala de suas atividades como repórter, que ele abandonou para se dedicar à literatura. Ele trata também do seu processo de criação literária. 

 

O JARDIM DO ÉDEN

 

  • De Ernest Hemingway
  • Editora Bertrand Brasil
  • 320 páginas
  • R$ 69,90 (impresso)
  • R$ 55,92 (digital) 

 


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