João Baptista Herkenhoff
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“Em algumas ocasiões, nesta trajetória que já ultrapassou oito décadas, eu me senti desalentado. Que
força misteriosa impediu que o jovem juiz entregasse os pontos? Que luz brilhou no meio da escuridão? Qual foi a mão que segurou sua mão quando, à face de alguns desembargadores, era considerado benevolente com bandidos? Ah sim, eu me lembro. A mão do anjo, a mão de Deus, a mão que revigorou
todas as forças... Foi a mão de um ex-preso. Esse ex-preso entregou ao jovem juiz a Medalha de Honra ao Mérito que havia recebido na empresa onde trabalhava. ‘Doutor, esta medalha é sua. Se naquele dia em que o senhor me libertou, eu tivesse continuado preso, eu hoje seria um bandido. Mas o senhor confiou em mim, apostou na minha recuperação, e por este motivo esta medalha é sua.’”