Elias Menezes
Belo Horizonte
“A essa altura dos desdobramentos da CPI da COVID-19, não parece haver mais margem para a argumentação de que o governo federal teria se empenhado na compra de vacinas para imunização de sua população, bem como para o cumprimento de medidas de distanciamento social recomendadas pela comunidade científica mundial. Fomos informados pela agência Fiquem Sabendo de que as tratativas do governo Bolsonaro, com laboratórios e burocratas indianos, para a liberação de insumos necessários à produção da hidroxicloroquina, eram revestidas do mais alto grau de prioridade entre as ações da diplomacia negacionista. Com efeito, e-mails relativos a essas tratativas eram respondidos em intervalos de 15 minutos, mesmo em fins de semana e feriados, ao passo que Pfizer e Butantan tiveram de esperar meses (!) por respostas às suas respectivas ofertas de imunizantes. Ao fim e ao cabo, as ações deste governo, que por ora assombra o Brasil, nunca trataram de proteger a população e de salvar vidas. A questão norteadora das decisões de Jair Messias, esse o ministro da Saúde de fato, sempre foi, é e será o cálculo eleitoral frente à investida do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na parceria e produção de vacinas em seu estado. Desde janeiro de 2019, Bolsonaro tem atendido tão somente ao propósito de se perpetuar no poder. Um despropósito para o país. A negligência e a falta de empenho na compra de vacinas constituem apenas mais uma (grave) mostra disso.”