Gregório José
Belo Horizonte
"É mais do que urgente o surgimento de novas lideranças no país e nos estados. Embora candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro tenham obtido desempenho aquém do esperado, o capital político do presidente não é desprezível. Lula e o PT precisam se reencontrar e escolher sucessores. Caso contrário, Guilherme Boulos, que tem 38 anos e está na disputa do segundo turno na capital paulista, pode ser a voz da esquerda no futuro. Ciro Gomes, com 63, e Lula, com 75, já são conhecidos e ambos têm forte rejeição país afora. O problema, neste momento, é encontrar o nome que irá se despontar após a eleição municipal. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, reeleito com 63,3% dos votos, mostrou-se preparado para alçar voos maiores. Daqui a dois anos, teremos eleições estaduais e, com certeza, ele pode ser um divisor de águas em Minas Gerais, tanto para uma disputa ao governo quanto a uma vaga ao Senado. Resta saber se ele deixará a prefeitura nas mãos de Fuad Noman, hoje com 73 anos. Na realidade, o Brasil ainda busca uma identidade partidária. São muitas legendas, vários nomes e políticos indo de um para outro partido como maneira de se firmar e se perpetuar no cargo. E olha que não só os atuais ocupantes. Filhos ou parentes de ex-deputados, senadores, prefeitos e sei lá mais o quê na política vivem a se candidatar, e o povão, massa de manobra, vai na onda de ‘o pai fez, o filho fará’, que não muda. Além de redutos eleitorais, acabam se tornando massa de manobra eleitoral e eleitoreira. Então, fica a pergunta: quem será a liderança do futuro?. Luciano Huck, Sergio Moro, Bolsonaro (se manterá?) ou Boulos será a luz da esquerda? Onde jazem Marina Silva e outros tantos nomes?"