Gege Angelini
Belo Horizonte
“Toneladas e mais toneladas de barro, zilhões de metros cúbicos de água, uma infinidade de prejuízos humanos, materiais e sociais. O resultado das últimas tempestades nos deixa o quadro real da situação que vivemos. O que há por debaixo de nosso chão é mesmo preocupante. São mais de 700 quilômetros de águas correntes, que, dentro de sua perspectiva de vida normal, buscam seus caminhos. Mas os homens, esses seres inteligentes e criativos, fecharam muitos desses caminhos naturais, pondo um limite irresponsável em suas larguras e alturas. E essas águas procuram, por todos os meios, a sua liberdade. É a lei da natureza. Como se não bastasse, essas águas se veem infestadas por lixos de toda natureza, alguns até inimagináveis, como pneus, fogões, geladeiras, poltronas, colchões etc. Quantas toneladas de sacos plásticos que são jogados nos lixões sem a mínima responsabilidade. O homem tornou-se moderno, tecno, supercabeça, mas não se deu conta de que continua sendo o mais predador de todos os animais. E essa conta da natureza vem chegando, cobrando aqui e acolá, como assistimos agora. Ainda teremos muitos e muitos problemas, é certo, até que tomem consciência dos desastres que promovem. Mas, talvez, seja tarde demais.”