Gege Angelini
Belo Horizonte
“Na manhã da última quarta-feira (29), desci para ir ao trabalho pela Rua Marabá, uma das que deságuam na Avenida Prudente de Morais. Já esperava o pior cenário, graças às redes sociais que inundaram os smartphones e computadores até altas horas da madrugada. E vi, com imenso pesar e inenarrável tristeza, que a Síria foi, durante cinco horas, aqui na região do Santo Antônio e Lourdes. A força das águas mostrou-nos que a natureza grita e chora por tudo o que o homem, este animal irracional, fez contra ela. E continuará a fazer, não tenho dúvida alguma. Como se tivéssemos recebidos bombas de pesada artilharia, em cenas dantescas e chocantes. Perderam-se bens, esperanças e confiança em dias melhores e mais seguros. Reconstrução: talvez nunca tenhamos pensado nisso e ficará essa marca trágica em nossa lembrança. O dia em que a cidade se ajoelhou e chorou diante da força das águas.”