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Estado de Minas

Arte e multiletramento: combinação poderosa

A educação básica precisa olhar com profundidade a prática educativa do multiletramento


16/07/2023 04:00
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Karla Lacerda
Educadora e diretora do Colégio 
Progresso Bilíngue Santos
 
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra.” Conheci essa frase de Paulo Freire na escrita do trabalho de conclusão do curso da graduação em arte cênica. E hoje, ao revisitar reflexões, tenho a percepção da urgência de olhar o multiletramento como uma habilidade essencial para o sucesso em muitas áreas da vida, incluindo negócios, educação e comunicação. Fazemos parte de um mundo em que as informações são acessadas em diversas mídias e, por isso, a capacidade de ler, escrever e comunicar-se de forma eficaz é fundamental. A leitura de mundo é, ao mesmo tempo, abrangente em suas possibilidades e específicas nas habilidades individuais. E é justamente nesse ponto de convergência que o multiletramento ganha visibilidade.

O multiletramento refere-se à habilidade de ler, escrever e comunicar-se em diversas mídias e linguagens, incluindo texto, imagem, som e vídeo. Essa tem sido uma abordagem cada vez mais utilizada na educação e, recentemente, foi incorporada como habilidade importante exigida pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

De acordo com o Ministério da Educação, a Matriz de Referência do Enem conta com o multiletramento para o desenvolvimento de habilidades na área de linguagens, códigos e suas tecnologias, que são importantes para o século 21. Mas, para além do Enem, a educação básica precisa olhar com profundidade a prática educativa do multiletramento com a finalidade de preparar o estudante para o agora, com a certeza de que o amanhã se faz com mudanças imediatas e constantes.

A síndrome de Gabriela – Eu nasci assim, eu cresci assim e vou ser sempre assim – não cabe neste mundo e a educação básica precisa incorporar em suas práticas pedagógicas o olhar para as individualidades que compõem um mundo tão diverso, globalizado e conectado como o nosso. Cada estudante tem suas habilidades específicas, sua forma de ler, escrever e comunicar ideias.

A frase de Paulo Freire, a leitura do mundo, com suas especificidades e autorias, é também atrelada à cultura, à compreensão das diferentes linguagens da arte e da tecnologia. Quando falamos sobre educação básica, falamos do caminho percorrido da Educação Infantil ao ensino médio. Chamo a atenção de pais e educadores para a valorização das especificidades dos estudantes, percebendo quais linguagens eles utilizam para expressar e ampliar seu repertório e leitura de mundo.

A arte pode ser usada para desenvolver a capacidade de comunicação em um mundo em que ela é cada vez mais multimodal. Através da arte, os indivíduos podem aprender a transmitir mensagens de forma visual, auditiva e usando o seu corpo, com todas as suas potencialidades.

Ao conhecer o contexto social da arte e se autoconhecer, o estudante vai em busca de comunicar as suas reflexões e escrever de uma maneira própria suas respostas ao mundo. Não é apenas por meio da arte que o multiletramento se efetiva. É preciso agregar a tecnologia, o bilinguismo e tantos outros saberes. Mas, certamente, uma das combinações mais poderosas é a junção da arte com o multiletramento. 


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