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Estado de Minas artigo

Diagnóstico do câncer de mama pelo exame de sangue

A pesquisa da UFU acontece desde 2007, com os pesquisadores analisando os biomarcadores do sangue, visando identificar as células corretas


03/01/2023 04:00 - atualizado 02/01/2023 23:50

Annamaria Massahud
Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Minas Gerais (SBMMG)


Aevolução tecnológica permite um profundo e importante desenvolvimento da ciência com os estudiosos buscando melhorias na área da medicina que facilitem o diagnóstico, tratamento e recuperação. Um estudo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) poderá mudar o processo para diagnosticar o câncer de mama e proporcionar um melhor acesso aos exames, facilitando a identificação da presença de tumor com um exame de sangue.

O método da mamografia existe desde 1913, desenvolvido pelo alemão Albert Salomon e realizado, pela primeira vez, por Romagnoli, na Itália, no mesmo ano, revolucionando a medicina e despertando o mundo para a possibilidade da descoberta do câncer de mama precocemente. Desde então, felizmente, a mamografia passou por muitas evoluções. 

Contudo, apesar de essencial na luta contra o câncer de mama, a mamografia ainda tem algumas desvantagens. Uma delas, é o difícil acesso de dezenas de mulheres dependentes do atendimento público gratuito e sem condições de custear o exame, ou se deslocar para onde haja disponibilidade.  A maioria dos mamógrafos brasileiros está concentrada, principalmente, nas grandes cidades, apontando uma má distribuição dos equipamentos e dificultando o controle e prevenção da doença.

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) estima que a cobertura média de mamografias foi de apenas 20%, em 2021, ou seja, 50% menos que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outro problema envolve o incômodo, pois muitas mulheres evitam o exame,  devido à compressão da máquina nos seios para captura de imagem. Centenas delas desistem do exame  anual e se colocam em risco.

O estudo da UFU é diferente, pois o exame realizado é com  sangue, através da coleta,  semelhante ao mesmo processo de uma avaliação regular, como os relacionados à glicose, colesterol, ácido úrico, ureia e níveis de vitaminas no corpo, entre outros. A centrifugação do material a ser avaliado faz com que as células sejam separadas e analisadas com a tecnologia de citometria de fluxo para identificar a presença ou não de células tumorais no líquido.

A pesquisa da UFU acontece desde 2007, há mais de uma década, com os pesquisadores analisando os biomarcadores do sangue, visando  identificar as células corretas, e os resultados estão sendo divulgados apenas agora em razão dos testes com pacientes, indicando que estão no caminho certo para validação da biópsia líquida, desenvolvida na universidade.

A expectativa da equipe é levar o exame para o Sistema Único de Saúde (SUS) para facilitar o acesso e, consequentemente, ampliar a cobertura da população, o número de diagnósticos e o controle da doença,  possibilitando a redução da mortalidade do câncer de mama.

O diagnóstico precoce e o tratamento de tumores em fases iniciais proporcionam mais de 95% de cura. Atualmente, as mulheres, a partir dos 40 anos, devem passar pelo exame de rastreamento mamográfico. Infelizmente, muitas delas, abaixo dessa faixa etária,  mesmo sintomáticas, ainda não procuram avaliação e, por vezes,  descobrem a doença em estágio avançado.

O método de detectar a presença de tumor mamário pela biópsia líquida, através de um exame de sangue, talvez seja uma opção quando o exame da mamografia apresenta menor sensibilidade, como as jovens com mamas densas.

É importante entender que os exames de imagem da mama não deixarão de ser necessários, afinal permitem a confirmação e localização da lesão e sua biópsia. Ademais, com os novos métodos de tratamento, minimamente invasivos da mama guiados por imagem, serão mais outra indicação na linha de cuidados do câncer de mama.


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