(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

A autoestima reconstruída a partir da mama

A felicidade e o bem-estar da paciente são a maior prova da excelência na qualificação profissional


07/10/2022 04:00

Cláudia Francisco Oliveira
Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica


O câncer de mama é o que mais acomete mulheres em todo o mundo. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que ele também ocupa a primeira posição de mortalidade pela patologia entre mulheres no Brasil. A doença é multifatorial, mas o envelhecimento, o consumo de álcool, o excesso de peso, o histórico familiar e a exposição à radiação ionizante estão entre as principais causas.

Para as que passam pela doença, a retirada das mamas pode ser um dos fatores que mais influenciam o psicológico, já que mexe com a estética da paciente. O procedimento é indicado pelo mastologista para casos de nódulos malignos. Uma vez diagnosticado, pode ser feita a retirada de parte da mama, seguida por sessões de radioterapia, ou a retirada total do seio.

Apesar de preservar a saúde da mulher, a mastectomia pode gerar grande impacto físico e psicológico. Por isso, muitas delas passam por uma reconstrução imediata após a retirada. As que não conseguem fazer isso, seja por questões de saúde ou porque não tiveram acesso a um cirurgião plástico reconstrutor, têm uma ausência de volume mamário visível.

É a partir daí que o psicológico fala mais alto, já que elas se sentem, na maioria das vezes, constrangidas em usar biquínis, ao se relacionar com um parceiro ou até ao enxergar a sua imagem refletida no espelho, por se tratar de uma grande sequela corporal.

Vale destacar que a reconstrução mamária varia conforme a extensão da remoção da mama. Na quadrantectomia, ou remoção parcial, pode ser feita a remodelagem dos seios. Já a mastectomia exige a colocação de próteses ou até mesmo a transposição de pedaços de pele, como das regiões do abdômen ou das costas.

É sabido que toda mulher tem direito à reconstrução imediata. A Lei 9.797/99 garante às mulheres que sofrerem mutilação total ou parcial da área, decorrente de tratamento de câncer, o direito à cirurgia plástica reconstrutiva no Sistema Único de Saúde (SUS).

Mas a verdade é que nem sempre nas estruturas públicas haverá um cirurgião plástico habilitado para o procedimento. Isso porque esse tipo de cirurgia requer um reparador capacitado, que tenha passado por um treinamento de três anos em reconstruções complexas. Ele não só sabe todas as técnicas de reconstrução, como também solucionar possíveis insucessos e complicações inerentes. 

Conseguir refazer a mama com um formato bonito não é só devolver um volume sem modelagem, mas fazer uma nova. Esse é um dos maiores desafios de um cirurgião. A felicidade e o bem-estar da paciente são a maior prova da excelência na qualificação profissional. Saber avaliar, indicar o melhor procedimento e realizar todas as técnicas de reconstrução mamária fazem a diferença na vida dessa pessoa.

Para além da cicatriz física, a marca na autoestima da mulher é a mais evidente, pois possibilita que os efeitos da remoção sejam minimizados. Afinal, ela não carregará em sua vida a mutilação do símbolo feminino mais importante e um dos responsáveis pela sua identidade.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)