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Estado de Minas editorial

O país precisa de pacificação

A preocupação com o que pode ocorrer no Brasil antes e depois das eleições tem dominado conversas em vários organismos internacionais


24/07/2022 04:00








O nível de tensão no Brasil por conta das eleições está subindo em ritmo preocupante. Se as autoridades fecharem os olhos para o que está ganhando corpo, a violência pode tomar conta das ruas e o resultado será desastroso para todos, com a democracia sob risco de implosão. Não é tempo de omissão, e, sim, de ação. O silêncio será cúmplice dos crimes que venham a ser cometidos.

Debates, discussões acaloradas, divergências fazem parte do jogo democrático. São um sopro de vitalidade para que a política se renove, sempre em benefício da população. O que se está vendo hoje no Brasil, no entanto, é um barril de pólvora de intolerância, em que a discordância se transformou em arma. A falta de respeito implode relações e coloca vidas em perigo.

Nos últimos tempos, acertadamente, o Judiciário se preocupou em combater a disseminação de fake news. Agora, é preciso dar um passo adiante e criar mecanismos para que o Brasil não se transforme num campo de batalhas, como se as eleições fossem questão de vida ou morte. Esse importante papel deve ser exercido, também, pelo Legislativo e pelo Executivo, com apoio dos partidos políticos. A meta é a pacificação do país.

A preocupação com o que pode ocorrer no Brasil antes e depois das eleições tem dominado conversas em vários organismos internacionais. Teme-se que o estrago provocado pela violência política seja tão grande, que a reconstrução do país leve anos. O Brasil sempre foi admirado no exterior por ter um povo alegre, amigável, até considerado pacífico. Mas essa imagem mudou radicalmente. A maior democracia do Hemisfério Sul está se tornando símbolo de intolerância.

Com tantos problemas a serem enfrentados, como o aumento da miséria, o desemprego renitente, a inflação que massacra as famílias mais vulneráveis, os juros nas alturas e o baixo crescimento econômico, a civilidade precisa imperar. É no contexto de conciliação que se pode chegar a soluções que tornem a vida dos cidadãos mais promissoras, com perspectivas de conquistas básicas para muitos, como pôr comida à mesa. Em um país conflagrado, não há como se falar em bem-estar social.

O Brasil já perdeu tempo demais. Se a violência política chegar a tomar as ruas, o futuro que tanto nos escapou ficará para muito mais tarde. É hora, portanto, de a parcela responsável da sociedade se levantar contra aqueles que pregam o caos, incitando seguidores a saírem matando adversários, e cobrar das autoridades responsáveis que ajam pelo bem geral, não por interesses escusos, como verbas do orçamento secreto, indicações para cargos em estatais afeitas à corrupção e vagas em tribunais superiores.

O tempo está correndo. Dentro de três semanas começará a propaganda oficial dos que pretendem conduzir o país pelos próximos quatro anos. Que o discurso seja pelo respeito à democracia e não por ataques a um sistema eleitoral que tem se mostrado confiável. Que o debate seja olho no olho, não por meio do espalhamento de notícias falsas a fim de insuflar militantes dispostos a tudo para fazer prevalecer o que acreditam ser verdade absoluta. Mais do que nunca, o Brasil necessita dar uma lição de cidadania.


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