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Estado de Minas artigo

As dores e os sabores de uma mãe empreendedora

Um conselho para as mulheres: nunca desistam de seus sonhos, de nenhum deles


12/05/2022 04:00




Milene Guerson
Fundadora do iFraldas



No mês do Dia das Mães, me deparo com alguns números que me motivam a continuar. Pesquisa da Rede Mulher Empreendedora, realizada com 1.376 mulheres, mostra que 75% delas decidiram começar a empreender após a maternidade.

A primeira coisa que isso demonstra é que a maternidade não é um impeditivo para mulher nenhuma desistir de ter uma carreira de sucesso.

Eu comecei meu negócio diante de um problema que percebi na gestação – detalhe: sou mãe de gêmeos e não é demais dizer que tive trabalho em dobro. O problema que encontrei naquele momento foi quanto aos presentes que recebi no chá de bebê. Minha casa ficou abarrotada de coisas e, o pior, grande parte delas eu nem pude aproveitar. Idealizei um negócio em que em vez de ganhar presentes, a mãe receberia o equivalente ao valor de cada mimo depositado diretamente em sua conta.

Tenho certeza de que essas 75% de mulheres que se tornaram empreendedoras após a maternidade viveram algum dilema como esse que vivi. Quando imaginei o negócio, tinha uma carreira sólida no serviço público. Largar tudo parecia loucura, mas em meus sonhos a ideia de ter algo meu era deslumbrante. Fiz o óbvio, tentei tocar as duas atividades.

Eu preciso dizer que certamente tenho a veia empreendedora, pois embora tivesse a estabilidade do serviço público, não me sentia feliz em ter um horário rígido para entrar e sair do trabalho, para almoçar. Isso tudo sem que eu pudesse determinar quais horários seriam esses. Pense como eram minhas manhãs. Tinha que cuidar dos bebês, dar a primeira refeição, arrumá-los, levá-los para a creche e ir para o trabalho. Era uma verdadeira aventura.

Claro que aquele plano de tocar as duas atividades paralelamente não duraria para sempre. A minha ideia sempre foi sair do serviço público. Eu não tinha o perfil. Era apenas uma questão de esperar o melhor momento para sair, e isso ocorreu em junho de 2021. Optei por ser empresária, por ser dona do meu negócio, dos meus horários e mãe dos meus filhos. Aqui fiz algo que quando olho para trás sei que foi a melhor decisão, não tive medo de pedir ajuda de pessoas em quem confiava e confio plenamente: meu marido e minha irmã, que estão comigo até hoje.

Não foi fácil, é verdade. Não estive presente tanto quanto gostaria ao longo do crescimento dos meus filhos, precisei de ajuda o tempo todo para os cuidados com eles, especialmente pelo fato de serem gêmeos. Em reuniões na escola, me senti a pior mãe do mundo, pois, ao contrário das outras mães, não sabia de coisas como a cor preferida deles, as frutas que já haviam experimentado.

Apesar dos desafios, obstáculos e conquistas que ainda me cercam no mundo dos negócios, ser mãe continua sendo minha maior vitória. Sempre foi um desejo. Hoje, com minha empresa mais estabilizada, tenho flexibilidade de horário e consigo dedicar mais tempo aos meus filhos. Sei que não fui a mãe mais presente, mas estou certa do quanto me esforcei para ser a melhor mãe possível. Foi difícil? Sem dúvidas, mas se não tivesse tentado, me dedicado, acreditado em mim mesma, nunca teria conseguido. Um conselho para as mulheres: nunca desistam de seus sonhos, de nenhum deles.


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