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Alma da Europa

Fato é que o concerto europeu conseguiu atingir um sucesso que muitos duvidavam. A essência do bloco vai muito além da economia


12/03/2022 04:00 - atualizado 11/03/2022 20:58

Márcio Coimbra
Presidente da Fundação da Liberdade Econômica e coordenador da pós-graduação em relações institucionais e governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília. Cientista político, mestre em ação política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal

Ilustração

As gerações recentes vivem em período de relativa paz desde a derrota de Hitler, em que nazistas e fascistas foram vencidos pelos Aliados. A paz desta geração, entretanto, foi sacudida com a invasão da Ucrânia pela Rússia, colocando em xeque a paz da Europa. Apesar disso, a construção da União Europeia (UE) permanece firme, garantindo a saudável convivência entre nações tão diferentes, porém unidas por laços em comum.

Talvez o grande erro da Ucrânia, e também de outros países como a Moldávia e a Geórgia, tenha sido ter esperado tanto para solicitar o ingresso na União Europeia. Isso tornou esses países vulneráveis aos possíveis ataques externos, como já vimos no passado na região do Cáucaso e hoje nas fronteiras da UE com a invasão da Ucrânia. Um acesso anterior à Europa poderia ter mudado todo este cenário.

Fato é que o concerto europeu conseguiu atingir um sucesso que muitos duvidavam. A essência do bloco vai muito além da economia, que é sua pedra angular, mas se estende de maneira inteligente para as relações pessoais, familiares, culturais e educacionais que se fundiram de forma estratégica ao longo de décadas. Esta construção evitou guerras e conseguiu, ao longo do tempo, manter o equilíbrio e a paz.

Ao longo deste período, a Europa jamais viu ascender ao poder um líder com os traços de Putin. O continente conseguiu um intercâmbio importante de valores à medida que seu bloco se ampliava, especialmente para o Leste, com os antigos países da Cortina de Ferro que optaram pela influência europeia, escapando da ascendência russa – a prova inequívoca de que a construção europeia se tornou um êxito.

Com as economias entrelaçadas, livre circulação de pessoas e intercâmbios na área de educação, o bloco se firmou como elemento integrador entre as diversas nações, que passaram a se unir também por laços familiares, avanços na área de pesquisa e trocas culturais. As economias passaram a conversar na mesma medida que outros elementos passaram a se unir e a união monetária se consolidou.

Nesse sentido é que entendo que a ampliação do bloco poderia ter levado estabilidade para a Ucrânia antes das ações violentas da Rússia que violam sua soberania. A entrada na Otan seria uma blindagem militar para uma realidade econômica pujante, algo que certamente teria ampliado a percepção de um número cada vez maior de ucranianos, especialmente em Luhansk e Donetsk, que viveram sob domínio indireto de Moscou nos últimos anos.

Certamente, a alma da Europa é a maior construção do pós-guerra, um movimento que aos poucos criou harmonia entre diversas nações e países que durante muito tempo viveram em conflito. Estender essa obra talvez seja o melhor caminho para evitar outras guerras no futuro. O conflito na Ucrânia, que pode transbordar para os domínios da União Europeia e da Otan, é o melhor exemplo disso. O bloco europeu mostrou ao longo de décadas que é possível encontrar convergência mesmo entre culturas diferentes e visões únicas como forma de preservar a liberdade e a democracia.
 


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