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Estado de Minas Editorial

Desemprego, um genérico no discurso eleitoral

Contudo, não se trata de comemorar os números, uma vez que 12,4 milhões continuam excluídos


14/02/2022 04:00

Nem sempre os indicadores econômicos cumprem o papel que deveria caber a eles de orientar e servir de sustentação para políticas públicas capazes de promover desenvolvimento social, da renda e da qualidade de vida. Em países com o histórico de crises cíclicas do Brasil é frequente e desanimador ver taxas e estatísticas importantes como retrato da situação do país, de seus períodos de alta ou baixa na economia, serem usadas como simples mostra de trunfo ou derrota política.
 
Emprego e desemprego são bons exemplos dessa armadilha, sobretudo em época de eleições, embora devessem ser percebidos como sinais essenciais das necessidades dos brasileiros, e nisso sem importar a opção político-partidária. Com a campanha já em curso à sucessão nos estados, no Planalto e no Legislativo, o tema da desocupação no país ressurge em meio aos discursos de pré-candidatos, mas de forma tímida e sem apresentar as respostas que a população espera para um problema tão grave quanto era antes mesmo da pandemia de COVID-19.
 
Os dados da Pnad Contínua do IBGE mostraram, de fato, aumento expressivo de 3,2 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho entre setembro e novembro do ano passado, frente ao trimestre encerrado em agosto de 2021. Como resultado da recuperação observada, 1,5 milhão de brasileiros deixaram o desemprego, redução de 10,6% no período analisado.
 
Contudo, não se trata de comemorar os números, uma vez que 12,4 milhões continuam excluídos. Com metodologia que capta apenas as vagas formais, o Caged mediu a criação de 3 milhões de empregos registrados de janeiro a novembro do ano passado. Foi o bastante para que o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, celebrasse feitos do governo.
 
Como diz o ditado, melhor ter calma com o andor porque o santo é de barro. Os pesquisadores do IBGE, que mantém levantamento amplo e englobando a economia informal, observaram que a boa performance do trimestre terminado em novembro, assim como do Caged, pode estar influenciada pela geração dos empregos temporários típicos do fim de ano.
 
Trata-se de uma expansão vista principalmente no comércio e no setor de serviços, associada às vendas motivadas pelas festas de Natal, as quais ganharam força neste ano, após o jejum que as famílias enfrentaram em 2020 devido ao avanço da COVID-19. É preciso aguardar nova medição para que a recuperação do mercado de trabalho seja avaliada com maior segurança, proporcionada pelos próprios cálculos do IBGE.
 
Ciente disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, preferiu a cautela, mas não deixou de criticar o IBGE por ter, segundo Guedes, ‘superestimado’ o desemprego. “Eu não acredito que criamos tanto emprego assim. Acho que eles (IBGE e Caged) estão revendo a metodologia deles”, disse o ministro durante participação em evento empresarial ao fim de dezembro. A dúvida foi colocada sobre o anúncio da criação de 3 milhões e meio de empregos no país desde o auge da pandemia de COVID-19 em 2020.
 
Em vez de comemorar indicadores, a expectativa da população e dos eleitores que vão depositar seu voto nas urnas, em outubro, é de que o foco seja a condição de 12,4 milhões de desempregados. Analistas políticos têm alertado desde o fim do ano passado que os discursos dos pré-candidatos não têm tocado em soluções para problemas do dia a dia dos brasileiros, como são o desemprego, a baixa renda proveniente do trabalho e a qualificação modesta de boa parte da mão de obra, inclusive dos jovens no país.
 
A oito meses da abertura das urnas, as manifestações públicas dos concorrentes estão centradas nos problemas da chamada macroeconomia, quando, independentemente da facção política, já é esperado que qualquer postulante às cadeiras de presidente, governador ou dos parlamentares se comprometa com gestão eficiente das contas públicas, manutenção da inflação dentro das metas e de nível razoável de reservas internacionais.
 
Sem destaque ou amplificação, o desemprego tem tido citações genéricas. No entanto, pesquisas como a da consultoria Genial/Quaest mostram tratar-se de questão crucial  para os brasileiros. Tanto é assim que desemprego e inflação foram citados por 41% de 2 mil entrevistados questionados sobre as principais dificuldades na economia.


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