(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Questões que desafiam o próprio Enem


28/11/2021 04:00

Arquimedes Borges
Economista, produtor rural e ex-prefeito de Paracatu
 
Não podemos deixar de destacar: o Enem 2021 é a edição com a menor quantidade de inscrições desde 2005. Ao todo, são 3.109.762 estudantes, sendo 3.040.871 para as provas impressas e 68.891 para as digitais. Mas a verdade é que o número de estudantes inscritos é um alerta para todos nós, não apenas pela redução do número de aspirantes a um curso superior em comparação aos anos anteriores. 
 
Estes egressos ou concluintes do ensino médio passarão por uma peneira que definirá bem três grupos: 1) os que terão acesso às melhores instituições públicas de ensino superior; 2) os que terão a chance de optar por uma boa faculdade privada, porque tiveram boa nota de corte para contar com o ProUni; 3) e os que terão os sonhos adiados para o próximo ano ou para um futuro mais longínquo.
 
É bem verdade que a pandemia escancarou tal abismo entre os felizardos e os excluídos, mas sabemos que o problema é bem mais complexo e tem suas origens em tempos bem anteriores a estes dois últimos anos de isolamento social.
 
O debate sobre a necessidade de modernização das escolas públicas é antigo, bem como a precarização dos salários e condições de trabalho dos professores. A consequência disso é que nem todos conseguem se manter qualificados para os novos tempos, especialmente quanto à utilização e ao acesso às novas tecnologias aplicadas à Educação. 
 
Este problema foi escancarado pela pandemia. Afinal, a necessária adoção das aulas a distância aumentou a desigualdade, já que boa parte dos estudantes não contava com recursos tecnológicos, equipamentos ou mesmo com ambiente doméstico adequado para seguir estudando no contexto de educação digital. 
 
Da mesma forma, estudantes mais pobres foram mais afetados na disputa pelas vagas no ensino superior. E, diferentemente de anos anteriores, poucos conseguiram recorrer a cursos de preparação, gratuitos ou pagos, porque agora já não se trata de “andar a pé ou a cavalo” por longas distâncias para buscar conhecimento, como outras gerações de vencedores.
 
Agora, a questão precisa ser vista sob o ponto de vista do acesso a recursos tecnológicos que sejam capazes de minimizar os eventuais efeitos excludentes da educação à distância. 
 
A verdade é que as estruturas de educação nas redes públicas ainda são incapazes de atender plenamente às necessidades dos professores, dos alunos ou mesmo dos governos municipais. As escolas precisam de investimentos em tecnologias, capacitação do corpo técnico-docente e em estratégias de manutenção das estruturas remotas de ensino que venham a ser instaladas. É preciso reconhecer que, às vezes, os governos municipais não têm recursos para isso. E, como parte da solução, eles precisam de auxílio.
 
Sendo a educação um direito do cidadão e um dever do Estado, é tarefa também de representantes avançados da sociedade nas assembleias legislativas e na Câmara Federal manterem-se atentos a estas questões e a linhas de recursos que possibilitem o acesso a ela. Em regiões como a Noroeste, onde vivo, os jovens precisam ter acesso a investimentos que possibilitem a melhoria da educação, seja no formato presencial ou a distância. 
 
Por tudo isso posto, cada um de nós – especialmente os dotados de visibilidade e capacidade de comoção pública – precisamos fazer a nossa parte. E digo isso com a tranquilidade de quem, como prefeito de uma importante cidade do Noroeste de Minas logo após a redemocratização, liderou um processo de modernização da rede municipal de ensino e que ainda segue como referência na gestão educacional de nossa região.
 
O Noroeste é parte de um Brasil que clama por educação de qualidade a partir da alfabetização, passando por um processo consistente de ensino das disciplinas básicas, do desenvolvimento do senso crítico para a correta interpretação de questões mais complexas e da leitura correta de uma realidade que precisa ser transformada. Só assim teremos jovens confiantes para enfrentar processos seletivos como os do Enem, e isso trará melhores tempos para a nossa economia. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)